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É preciso cavar mais fundo para encontrar sinais de vida em Marte, diz estudo

Por| Editado por Rafael Rigues | 28 de Junho de 2022 às 16h00

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NASA/JPL-Caltech
NASA/JPL-Caltech

Um novo experimento da NASA sugere que, se os cientistas quiserem encontrar sinais de vida antiga que talvez tenha existido em Marte, os rovers que exploram o Planeta Vermelho precisariam escavar pelo menos 2 m abaixo da superfície. A conclusão vem de um estudo dos efeitos da radiação ionizante no espaço, capaz de degradar aminoácidos relativamente rápido, e sugere novas estratégias de busca para missões limitadas a estudos em profundidades menores.

Como os aminoácidos são “ingredientes” usados por seres vivos para a produção de proteínas, encontrar alguns deles em Marte seria um sinal importante de vida por lá no passado. Entretanto, o estudo sugere que os aminoácidos podem ser destruídos por raios cósmicos em rochas da superfície e no regolito muito mais rápido do que se pensava.

Os raios cósmicos são formados por partículas altamente energéticas geradas por eventos poderosos no Sol e no espaço, como erupções solares e explosões de estrelas, e podem degradar ou destruir moléculas orgânicas e até penetrar rochas sólidas. Na Terra, estamos protegidos de grande parte destes raios graças à atmosfera e campo magnético do nosso planeta.

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Marte tinha estas estruturas protetoras, mas as perdeu com o tempo. Assim, para o estudo, os autores investigaram a destruição de aminoácidos em diferentes condições: eles misturaram alguns tipos de aminoácidos em sílica, sílica hidratada ou sílica e perclorato para imitar as condições do solo marciano, e depois selaram as amostras em tubos de ensaio no vácuo, para simular a atmosfera do planeta. Algumas amostras ficaram em temperatura ambiente, e outras, a - 55ºC.

Depois, os autores as bombardearam com diferentes níveis de radiação gama. A ideia era simular as doses de raios cósmicos recebidas pelas rochas na superfície de Marte durante 80 milhões de anos. Eles notaram que as missões que estudam Marte atualmente perfuram cerca de 5 cm, profundidade na qual seriam necessários apenas 20 milhões de anos para destruir os aminoácidos. “A adição de percloratos e água aumenta a taxa de destruição dos aminoácidos”, disse Alexander Pavlov, autor principal do estudo.

Pode não parecer, mas 20 milhões de anos é um período relativamente curto; afinal, os cientistas estão em busca de evidências de vida na superfície marciana que pode ter existido há bilhões de anos, quando nosso vizinho era mais parecido com a Terra. “As missões com processos de amostragem rasos precisam procurar áreas recentemente expostas, como microcrateras com menos de 10 milhões de anos ou o material ejetado delas”, sugeriu.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Astrobiology.

Fonte: Astrobiology; Via: NASA