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É assim que seria um exoplaneta "irmão" da Terra orbitando uma estrela próxima

Por| Editado por Patricia Gnipper | 11 de Março de 2022 às 11h02

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ESA
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Como seria um exoplaneta "irmão" da Terra, na órbita de algumas das estrelas mais próximas do nosso planeta? É exatamente isso que uma equipe internacional de pesquisadores liderada por Haiyang Wang, cientista planetário da ETH Zürich, tentou descobrir. Em um novo estudo, eles estudaram a composição química das estrelas do sistema Alpha Centauri AB, a 4,3 anos-luz de nós, para inferir como seria a composição de um planeta rochoso hipotético por lá.

Para o estudo, a equipe trabalhou com dados da composição química das estrelas obtidas através da espectroscopia. A partir destas informações, eles conseguiram projetar possíveis composições de um corpo planetário hipotético na zona habitável do sistema Alpha Centauri AB, ou seja, na região em que a água pode existir em estado líquido. Assim, os pesquisadores conseguiram previsões detalhadas de como seriam as propriedades de “α-​Cen-Terra”, o apelido que deram ao planeta modelo.

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Caso exista, Wang e seus colegas acreditam que α-​Cen-Terra seria um planeta geologicamente parecido com o nosso, com um manto dominado por silicatos enriquecidos por compostos de carbono, como o grafite e o diamante. Já a capacidade de armazenar água em seu interior rochoso seria, provavelmente, parecida com a da Terra “original”.

Por outro lado, os autores do estudo concluíram que haveria algumas diferenças interessantes entre α-​Cen-Terra e o nosso planeta. Por exemplo, este mundo hipotético teria um núcleo de ferro um pouco maior, menor atividade geológica e possivelmente não teria placas tectônicas. Já a atmosfera dele seria dominada por dióxido de carbono, metano e água, uma composição parecida com a atmosfera terrestre há 2,5 bilhões de anos, quando a vida surgiu por aqui.

O que o exoplaneta "irmão da Terra" pode dizer

O estudo proporcionou uma referência importante para pesquisas futuras sobre exoplanetas, principalmente em relação à caracterização de planetas rochosos hipotéticos, orbitando estrelas parecidas com o Sol. Assim, o trabalho de Wang e seus colegas deverá ajudar a guiar observações futuras de mundos deste tipo, aumentando ao máximo o retorno científico de instrumentos que serão desenvolvidos.

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Se um planeta com as características de α-​Cen-Terra realmente existir, ele pode muito bem ter algumas pistas sobre o que aguarda a Terra no futuro. As estrelas de Alpha Centauri AB são aproximadamente 2 bilhões de anos mais velhas que o Sol, ou seja, qualquer possível exoplaneta na órbita delas seria, portanto, uma espécie de “irmão mais velho” da Terra — e os autores consideram que há chances altas de encontrar o tal "irmão".

De 2033 até 2035, as estrelas Alpha Centauri A e B estarão suficientemente separadas, reduzindo possíveis interferências em observações de possíveis exoplanetas. Além disso, se considerarmos os novos recursos e tecnologias observacionais que ainda estão por vir, é possível que novos exoplanetas na órbita de Alpha Centauri se juntem aos outros milhares de candidatos já identificados.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.

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Fonte: The Astrophysical Journal; Via: EHT Zürich, Science Alert