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O que este exoplaneta "sobrevivente" nos diz sobre o futuro do Sistema Solar?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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W. M. Keck Observatory/Adam Makarenko
W. M. Keck Observatory/Adam Makarenko

Uma equipe de astrônomos da Universidade da Tasmânia, na Austrália, descobriu um sistema planetário que nos mostra um cenário semelhante àquele que aguarda o Sistema Solar quando o Sol morrer. Com auxílio do W. M. Keck Observatory, eles descobriram um sistema formado por um planeta gigante gasoso parecido com Júpiter, que sobreviveu à morte de sua estrela e, assim, orbita uma anã branca. 

Graças a imagens de alta resolução obtidas pelo telescópio, eles descobriram que a anã branca tem cerca de 60% da massa do Sol, enquanto o exoplaneta sobrevivente tem cerca de 40% mais massa que Júpiter. “Esse sistema nos dá uma ideia de como o Sistema Solar será depois que a Terra desaparecer, engolida pela morte do Sol”, explicou Jean-Philippe Beaulieu, co-autor do estudo.

Confira a animação abaixo, que representa o fim da vida de uma estrela parecida com o Sol: 

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Esse vídeo ilustra o que acontece após o momento em que o Sol, assim como as demais estrelas de sequência principal, ficar sem combustível para realizar a fusão nuclear que sustenta sua estrutura. Por isso, essas estrelas incham e se tornam gigantes vermelhas, e depois colapsam sobre sua estrutura até encolher. Chegará a um ponto em que elas se tornarão um núcleo quente e denso, denomidadas, assim, de  “anãs brancas”.

A equipe conseguiu descartar a possibilidade de o planeta orbitar algo diferente, como uma estrela de nêutrons ou um buraco negro, e concluiu que realmente se trata de uma estrela morta. Assim, Joshua Blackman, líder do estudo, explica que a evidência desse sistema confirma que planetas que orbitam estrelas a distâncias grandes o suficiente podem sobreviver à morte delas. “Considerando que esse sistema é um análogo do Sistema Solar, ele nos sugere que Júpiter e Saturno podem sobreviver à fase gigante vermelha do Sol, quando ficar sem combustível nuclear e se autodestruir”, explicou.

A má notícia é que, como a Terra está mais próxima do Sol, não teríamos essa sorte e nosso planeta poderia muito bem ser engolido pela expansão da gigante vermelha. “Se a humanidade quisesse se mudar para uma lua de Júpiter ou Saturno antes de o Sol fritar a Terra durante a fase supergigante vermelha, ainda ficaríamos em órbita em torno dele, mas não poderíamos depender do calor dele enquanto anã branca por muito tempo”, observou David Bennett, outro co-autor do estudo.

Futuramente, os autores esperam incluir as descobertas que fizeram em um estudo estatístico, para descobrir quantas outras anãs brancas têm planetas sobreviventes as orbitando.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

Fonte: Keck Observatory