Mais de 450 mil estrelas da Via Láctea são mapeadas por meio da espectroscopia
Por Danielle Cassita |
Os astrônomos envolvidos no Radial Velocity Experiment (RAVE), uma pesquisa das estrelas do hemisfério sul, realizaram diversas observações para definir a estrutura e forma da Via Láctea. Nisso, eles encontraram mais de 500 mil espectros de 451.783 estrelas! As observações foram feitas com o telescópio 1.23-m UK Schmidt do Observatório Anglo-Australiano, por meio da espectrografia de multi-objetos.
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Neste processo, a fibra óptica dedicada identifca o espectro de até 150 estrelas em uma só observação. Matthias Steinmetz, líder do RAVE e astrônomo no Instituto Leibniz de Astrofísica de Potsdam, explica que na espectroscopia, a luz das estrelas é decomposta no arco-íris de cores que a compõe. "Ao analisar o espectro, o movimento da estrela na direção do olhar do observador - ou seja, sua velocidade radial - pode ser determinado", comenta ele.
Este espectro permite também que os pesquisadores determinem características das estrelas observadas, como suas temperaturas, composição e outras características. Ainda, as pesquisas feitas com espectroscopia grande-angular permitem que os astrônomos descubram informações cruciais sobre a história química e dinâmica da Via Láctea, o que permite entender melhor a formação e evolução das galáxias.
As estrelas observadas foram cruzadas com aquelas da segunda base de dados da missão GAIA, realizada pela Agência Espacial Europeia (ESA). Para Steinmetz, os dados finais representam a conclusão da primeira espectroscopia sistemática dessa pesquisa de arqueologia galáctica, um projeto que durou 15 anos. Assim, o RAVE permitiu que os pesquisadores conseguissem novas ideias sobre a estrutura e a composição da nossa galáxia.
Os artigos com as descobertas e dados obtidos foram publicados na revista Astronomical Journal.