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Conversamos com Victor Hespanha, brasileiro que vai ao espaço com a Blue Origin

Por| Editado por Rafael Rigues | 17 de Maio de 2022 às 12h10

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O engenheiro Victor Correa Hespanha, de Minas Gerais, fará uma viagem suborbital ao espaço com a Blue Origin durante a missão NS-21, com lançamento programado para esta sexta-feira (20). Ele se tornará o primeiro turista espacial do país e o segundo brasileiro a ir ao espaço — o primeiro foi Marcos Pontes, que esteve em uma missão na Estação Espacial Internacional —, e viajará junto de outros cinco tripulantes a bordo do foguete New Shepard.

A participação de Victor no voo foi o resultado de um sorteio realizado pela Crypto Space Agency, empresa com a missão de combinar a tecnologia da indústria espacial à inovação do criptomercado. Pensando no retorno que poderia ter caso algum cliente da empresa fosse sorteado, ele decidiu investir em três NFTs (sigla para “non fungible token”), cada um no valor de 0,25 Ethereum (uma criptomoeda), ou aproximadamente de R$ 4 mil.

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Ele estava ciente da probabilidade dos ganhos, mas resolveu aproveitar a oportunidade e arriscar — e, no fim das contas, deu certo. “Fiquei em negação, pensei ‘como eu vou ser o segundo brasileiro a ir ao espaço?'”, relembrou Hespanha, em entrevista ao Canaltech. Após o resultado do sorteio, a CSA entrou em contato com ele; pouco depois, foi a vez da Blue Origin. “Minha vida revirou em apenas dois dias, é surreal”, disse.

Agora, Victor e os demais tripulantes vão passar por um treinamento de dois dias. Durante a missão, eles vão chegar pouco mais de 100 km de altitude e poderão conferir uma vista inesquecível do nosso planeta, além de curtir alguns minutos da sensação de ausência de peso. “Estou ansioso demais para ver a Terra lá de cima”, antecipou ele.

Do sonho ao espaço

Apesar de sonhar em se tornar jogador de futebol quando criança, Victor tinha interesse e curiosidade pelo espaço desde pequeno. “[O espaço] é muito fascinante para qualquer criança”, disse ele. No fim das contas, ele não seguiu carreira no esporte ou na astronáutica, mas sim em engenharia; hoje, Hespanha lidera uma equipe de engenheiros, atuando no desenvolvimento de negócios da empresa onde trabalha.

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Ele já vinha estudando criptomoedas e o mercado das NFTs, mas observa que, se não fosse o sorteio, talvez acabasse não participando de algum voo do tipo. “Eu sou uma pessoa comum: meu sonho é, primeiro, ter estabilidade, alguma coisa para eu descansar no futuro”, explicou. “Eu teria muitas prioridades antes de poder investir em um voo desse, não imaginava que aconteceria dessa forma”, comentou.

Hespanha acredita que a participação na missão NS-21 representa um passo importante tanto para o desenvolvimento tecnológico quanto para outras pessoas conhecerem o turismo espacial. “Serei o segundo [brasileiro a ir ao espaço], mas creio que essa curva vai encurtar e muitas pessoas vão poder ir depois disso”, disse.

Expectativas para a viagem

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O engenheiro conta que já teve a oportunidade de conhecer seus colegas de tripulação do voo, e destaca que todos estão bastante animados. “Nos apresentamos rapidamente e cada um falou de onde veio, o que faz”, contou. “É muito legal compartilhar isso, cada um tem uma história e motivação diferente e todas são muito originais, são encantadoras”, disse ele.

Além dele, a tripulação inclui também os investidores Jaison Robinson e Evan Dick, o piloto de jatos comerciais Hamish Harding e Victor Vescovo, aventureiro e cofundador da Insight Equity. A Mexicana Katya Echazarreta, uma engenheira elétrica de 26 anos, completa a tripulação, e será a primeira mulher nascida no México e a mais jovem norte-americana a ir ao espaço.

Faltando alguns dias até o lançamento, ele está decidindo qual lembrança levará no voo. “Vou levar uma foto dos meus pais, da minha esposa”, sugeriu. Mas os itens podem ir além: “o pessoal está falando para eu levar pão de queijo, doce de leite”, brincou. Hespanha espera também aproveitar a experiência ao máximo. “São cinco minutos [na microgravidade], e o que preciso é olhar muito bem para gravar aquela imagem da Terra na minha mente, porque ela é única”, destacou.

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Ele lembra que, claro, precisa aproveitar os minutos para curtir também a sensação de ausência de peso. “Ao mesmo tempo, preciso pelo menos dar uma cambalhota, jogar uma bolinha”, comentou. “Espero que muitas pessoas que sonham, talvez até mais que eu, possam ir na sequência”, finalizou ele. “Se tiver a oportunidade [de ir novamente], já estou embarcado!”