Como ficará a poluição na Terra após a “morte” da ISS, em 2031?
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

A Estação Espacial Internacional (ISS) deve encerrar suas operações no início da próxima década. Para isso, a NASA planeja executar o que vem chamando de “desórbita segura e controlada” em uma área remota do oceano, mas o plano vem levantando preocupações: afinal, o quão segura é a operação e como vão ser os impactos no ar e oceanos da Terra?
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A ideia é que a ISS chegue ao fim das suas atividades com uma reentrada controlada perto do chamado Ponto Nemo. Trata-se do local mais distante de qualquer terra firme em nosso planeta — o local em solo mais próximo dali fica a mais de 2.600 km —, que o tornou uma espécie de “cemitério espacial”.
Luciano Anselmo, físico que trabalha no Laboratório de Dinâmica de Voos Espaciais em Pisa, na Itália, observa que, desde o início da era espacial, os objetos que realizaram reentradas e foram dispersos nos oceanos e na atmosfera compõem algumas dezenas de milhares de toneladas métricas.
O número parece grande? Pois saiba que esta massa é menor que aquela de uma única embarcação de combate naufragada durante a Segunda Guerra Mundial. “E mesmo a ISS, com apenas 400 toneladas métricas, seria desprezível em comparação com a massa de todos os navios e embarcações cargueiras que afundam todos os anos, isso se mencionar as outras formas de resíduos e poluição marinha”, acrescentou.
Segundo ele, as reentradas orbitais (como a da ISS e de outros veículos espaciais) não são uma fonte de poluição oceânica tão preocupante em termos quantitativos quando comparadas a outras atividades da ação humana e fenômenos naturais. “Mas isso não se estende à atmosfera superior, onde o impacto dos lançamentos e reentradas está provavelmente se tornando significativo, e cujas possíveis consequências ainda não foram totalmente avaliadas”, ressaltou.
Já Darren McKnight, técnico da LeoLabs, observou que a preocupação com os efeitos da reentrada no oceano é válida, mas destacou que uma reentrada descontrolada teria consequências ainda piores. “Se ninguém for pagar para manter a ISS em órbita, onde ela não consegue realizar manobras para desviar de possíveis colisões, então a discussão tem que ser sobre a reentrada controlada versus a descontrolada”, destacou.
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Fonte: Space.com