Estação Espacial Internacional deve ser destruída em janeiro de 2031
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper | •
A Estação Espacial Internacional (ISS) vai continuar em operação até 2030. Já em janeiro de 2031, a estação deverá ser desorbitada, encerrando suas atividades com um mergulho no chamado Ponto Nemo, a região mais remota do Oceano Pacífico, a cerca de 2.700 km de distância da terra firme mais próxima. As informações sobre o futuro da ISS foram divulgadas em um relatório de transição, entregue ao Congresso dos Estados Unidos.
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Com a destruição da ISS, a NASA afirmou que planeja continuar trabalhando em futuras pesquisas espaciais através da compra de acomodações e períodos para cientistas astronautas trabalharem a bordo de naves comerciais, intenção já sinalizada no ano passado. Segundo Robyn Gatens, diretor da ISS na NASA, o objetivo atual é criar a base para dar segmento a um futuro comercial na órbita baixa da Terra.
Este posicionamento foi reforçado por Phil McAlister, diretor do espaço comercial na agência espacial norte-americana. “Esperamos compartilhar as lições aprendidas e a experiência com operações no setor privado, para ajudá-los a desenvolver destinos seguros, confiáveis e econômicos no espaço”, disse ele, em um comunicado.
Por enquanto, a NASA estima que a transição da pesquisa em uma estação espacial dedicada, ao aluguel de espaço a bordo de veículos espaciais comerciais, permitirá a economia de US$ 1,3 bilhão — isso somente em 2031 —, e o valor economizado poderá ser utilizado para iniciativas de exploração espacial, “permitindo que a agência vá além e mais rapidamente no espaço profundo”.
O futuro da ISS
De acordo com o relatório, a NASA pretende desorbitar a ISS em uma região conhecida como Ponto Nemo. Também chamada de "Polo da Inacessibilidade do Pacífico", esta é uma área no Oceano Pacífico com nome inspirado no Capitão Nemo, personagem do livro 20 mil Léguas Submarinas, de Júlio Verne, e é o ponto mais distante de qualquer continente ou ilha.
O Ponto Nemo fica a quase 5.000 km de distância do litoral da Nova Zelândia e a 3.200 km do norte da Antártida, e já serviu de “cemitério” para naves de outros países.
Apesar de o relatório descrever o encerramento das operações da estação, isso não significa que a ISS terá anos tranquilos pela frente. Na verdade, a NASA espera utilizá-la como um “ambiente análogo para uma missão de trânsito para Marte” nos próximos anos. “A ISS está entrando em sua terceira e mais produtiva década como uma plataforma científica na microgravidade”, observou Gatens.
O primeiro componente do laboratório orbital foi lançado em 1998, e a ISS é continuamente ocupada por astronautas desde 2000. Originalmente, ela foi projetada para operar durante 15 anos — contudo, relatórios anteriores da NASA apontaram que “há alta confiança que a vida útil da ISS poderá ser estendida para além de 2030”, embora haja análises em andamento para verificar a viabilidade desta extensão.
Fonte: NASA