Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Como a nova constelação de satélites O3b mPOWER irá revolucionar a comunicação?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Agosto de 2021 às 09h07

Link copiado!

SES
SES

Recentemente, a SES, empresa provedora de soluções de conectividade de conteúdo via satélite, anunciou o sistema de comunicação O3b mPOWER. Trata-se de uma constelação formada por 11 satélites na órbita terrestre média que, quando estiver operacional, poderá proporcionar conectividade para indústrias diversas, como a de telecomunicações, marítima, aviação, entre outras. Os satélites serão lançados pelo foguete Falcon 9, da SpaceX, e os primeiros deles deverão ser levados à órbita ainda neste ano.

A SES opera atualmente os satélites O3b, que formam um sistema de baixa latência que oferece cobertura global e alto desempenho. Já no caso dos novos O3b mPOWER, a empresa poderá oferecer soluções de conectividade de alta qualidade para seus clientes na terra, ar e até na água. Segundo Steve Collar, CEO da empresa, as tecnologias utilizadas no novo sistema serão capazes de revolucionar a indústria.

Muito disso se deve à necessidade que os clientes vêm demonstrando no momento. “Estamos muito entusiasmados por ter revelado os satélites O3b mPOWER junto à Boeing antes do primeiro lançamento no final do ano”, comentou ele, em um comunicado. “A enorme taxa de transferência deste sistema e sua capacidade de se adaptar e dimensionar dinamicamente a largura de banda para atender às necessidades em evolução dos clientes em tempo real é uma inovação na indústria espacial e de satélite, e é exatamente o que nossos clientes estão procurando”, finaliza.

Continua após a publicidade

No momento, os novos satélites estão passando por testes e integrações de sistema nas instalações da Boeing, em El Segundo. Embora ainda existam alguns meses à frente até os primeiros lançamentos acontecerem, já podemos conhecer algumas empresas que serão beneficiadas pelo sistema. Uma delas é a Microsoft que, além de parceira, será também uma cliente da constelação O3b mPOWER, e usará os recursos do novo sistema para a plataforma Azure.

Já a Orange, empresa francesa de telecomunicações, irá adotar o sistema para expandir seus negócios que, junto dos elementos de software e de rede baseados nas tecnologias 5G, poderá proporcionar uma combinação única de flexibilidade e acesso universal aos clientes. “Adicionar padrões 5G ao satélite já flexível e definido por software abre uma nova gama de possibilidades”, explicou Jean-Luc Vuillemin, vice-presidente executivo de redes internacionais na Orange. “O O3b mPOWER pode complementar perfeitamente as nossas redes internacionais e de clientes, por isso decidimos optar pela SES”.

O primeiro lote terá três satélites O3b mPOWER e será lançado pela SpaceX em dezembro de 2021, nas instalações de Cabo Canaveral. Depois, haverá outros dois lançamentos no ano que vem, e a constelação deverá começar a fornecer serviços para os usuários a partir do terceiro trimestre de 2022.

Continua após a publicidade

O que muda nos novos satélites O3b mPOWER

Com cada vez mais dispositivos conectados, a demanda por aplicações de banda larga e transferência de enormes quantidades de dados fica mais intensa, de modo que conexões de alta performance se tornam mais necessárias do que nunca. Entretanto, esse tipo de conectividade é um recurso que exige altos custos e que, ainda, depende de infraestrutura de qualidade, algo que não está presente em todas as regiões. É nesse contexto que entram os satélites O3b mPOWER, que oferecem flexibilidade e performance em qualquer lugar do mundo.

Na verdade, esses satélites foram anunciados originalmente em 2017, mas mesmo antes do lançamento propriamente dito, o sistema já alcançou marcos importantes de desenvolvimento e entrega. Os novos dispositivos foram desenvolvidos com base na constelação atual O3b, posicionada na órbita média da Terra (MEO), que já mostrou grande sucesso comercial, e a nova geração traz tecnologias comercialmente comprovadas que eliminam riscos comerciais e operacionais para os clientes.

Continua após a publicidade

Para atender demandas de setores variados, como o de mobilidade, governamental, telecomunicações e empresarial, o sistema O3b mPOWER pode oferecer dinamicamente milhares de serviços gerenciados dedicados, capazes transferir dados de 50 Mbps a múltiplos gigabytes por segundo. Além disso, os satélites O3b mPOWER oferecem controle dos recursos de rede, permitindo a alocação dinâmica da capacidade da conexão quando houver necessidade. Tudo isso acontece com cobertura ampla, que permite alcançar 96% da população mundial.

A tecnologia empregada nos dispositivos da nova constelação permitiu a criação de satélites menores e mais compactos, mas sem abrir mão da arquitetura de software e dos processadores mais avançados da indústria; juntos, estes elementos proporcionam conectividade flexível e escalável para todos os lugares do mundo. Além disso, a SES descreve que este será o único sistema de órbita não geoestacionária baseado em um modelo de sucesso, já testado no campo técnico e comercial.

Potenciais e aplicações práticas

Como o serviço dos satélites combina tecnologias digitais com satélites em órbitas múltiplas e serviços em nuvem, o novo sistema poderá atender indústrias variadas, incluindo a marítima, que pode contar com a transferência de terabits por segundo oferecida pela constelação. “Nós partimos da capacidade de servir os 50 maiores navios de cruzeiro do planeta para cada cruzeiro na Terra”, explicou Steve Collar, CEO da SES Networks.

Continua após a publicidade

Já John Padgett, diretor de experiência e inovação na Carnival Corp, afirma que a Wi-Fi da provedora Medallion, criada em parceria com o sistema O3b, será o "elo central" de toda a experiência proporcionada aos clientes dos cruzeiros atendidos pelo sistema. “As pessoas pensavam que estávamos loucos de sugerir que poderíamos ter serviços na nuvem em um navio de cruzeiro, porque isso sempre foi considerado estruturalmente impossível”, disse. “Com os O3b mPOWER, estamos em transição para uma operação totalmente sincronizada com a nuvem e de baixo custo para navios de cruzeiros”.

Para Padgett, a possibilidade de transferir milhões e milhões de dados em navios, que se tornam plataformas móveis, é uma forma também de transformar navios de cruzeiro nas primeiras cidades inteligentes, já que as embarcações oferecem serviços que vão do entretenimento de bordo à segurança. "Todas essas experiências agora são completamente online", explicou ele. "Quando você conecta totalmente cada produto, serviço e experiência em uma plataforma unificada, e as une com conectividade, são esses serviços ilimitados que você oferece, todos únicos àquele individual".

Com a tecnologia, os clientes são beneficiados enquanto acompanham uma transformação na indústria. "A indústria de satélites está avançando em direção a um mundo baseado em software, e estou orgulhoso de dizer que estamos liderando esse movimento com inovação pelo sistema O3b mPOWER", afirmou Collar. "Nossa infraestrutura em solo dos O3b mPOWER é bastante baseada em software, o que nos permite orquestrar serviços de conectividade por nossa rede global com inteligência — algo jamais feito antes".

Continua após a publicidade

Da antiga à nova geração

Entre 2013 e 2014, os primeiros satélites O3b foram lançados em uma órbita circular, para viajar em torno da Terra à altitude aproximada de 8.000 km, com velocidade de 18.900 km/h. A constelação conta com 20 satélites atualmente, equipados com antenas móveis que permitem o direcionamento preciso dos sinais a pontos determinados, e emitem sinais na frequência Ka, de maior espectro de banda. Estes satélites abriram o caminho para o estabelecimento de serviços de telecomunicações e internet em vários países, e segue oferecendo conectividade de baixo custo, alta velocidade e baixa latência para 50 nações atualmente.

Já os O3b mPOWER dão seguimento ao legado de seus antecessores e vão além dos satélites tradicionais, que oferecem capacidades limitadas em áreas pré-determinadas. No caso dos novos O3b POWER, as cargas úteis são completamente digitais e, assim, conseguem flexibilidade sem precedentes. Além disso, os novos satélites minimizam o desperdício de largura de banda, entregando avanços tecnológicos nas antenas, modens e soluções da rede.

Continua após a publicidade

Para isso, eles contam com gateways simples e exigem apenas 6 satélites ativos para oferecer cobertura a 96% da população global. Ainda, como empresas e governos em todo o mundo vêm usando recursos na nuvem para suas operações, a SES poderá entregar conectividade segura e dedicada às aplicações mais exigentes de seus clientes, formando um ambiente operacional em escala de nuvem que, na prática, poderá fornecer análises de dados, ferramentas geoespaciais, machine learning e serviços de inteligência artificial.

Fonte: SeaTrade, SpaceNews, G1, SES