Chances de asteroide se chocar com a Terra em 2880 diminuem ainda mais
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 01 de Abril de 2022 às 17h04
O asteroide 1950 DA deixou o topo da lista de asteroides potencialmente perigosos para a Terra após uma nova análise. Em 2015, as chances de o asteroide se chocar com a Terra em 2880 eram de 1 em 8.000; agora, com a nova análise do sistema Sentry II, a chance desta rocha espacial atingir nosso planeta é de 1 em 30 mil — e não deverá ser motivo de preocupação por mais algumas centenas de anos.
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Segundo Davide Farnocchia, engenheiro de navegação no Laboratório de Propulsão a Jato, na NASA, os novos dados são animadores. “Diria que é encorajador podermos identificar a possibilidade remota de um impacto deste objeto com mais de 800 anos de antecedência”, explicou.
O asteroide em questão tem 1,3 km de diâmetro, e as novas estimativas tornam ainda mais remotas as chances de uma colisão acontecer.
Além disso, ele acredita que, caso o asteroide apresente uma trajetória perigosa, haveria tempo para a tomada de alguma ação contra o impacto. “Mesmo no caso muito pouco provável de o 1950 DA estar em uma trajetória de impacto, o possível evento aconteceria em 2880, nos proporcionando bastante tempo para a mitigação”, ressaltou.
Hoje, a NASA realiza um trabalho de busca e monitoramento de asteroides como o 1950 DA através de telescópios parceiros e observações do espaço. No momento, não há rochas espaciais que representem grandes ameaças, mas a agência espacial sempre revisa os dados antigos para garantir que são precisos. Foi assim que ocorreu a mudança nos dados do asteroide.
Em janeiro, a NASA atualizou o sistema Sentry com uma nova versão, chamada “Sentry-II”. Entre as novidades, estavam previsões mais precisas do efeito Yarkovsky, que faz com que os asteroides mudem de trajetória no espaço devido à luz do Sol. Este efeito é bastante significativo na órbita do 1950 DA e, por anos, a agência espacial utilizou um programa que não o levava em conta.
Assim, quando os cientistas conseguiram novas observações do asteroide, reailzaram uma nova análise dos riscos de impacto. Além de considerar o efeito Yarkovsky, o novo sistema clacula automaticamente os riscos de o asteroide se chocar com a Terra, oferecendo novos dados sobre a rocha — os primeiros recebidos pela agência espacial desde 2015.
Com a nova avaliação, o asteroide 2015 DA ocupa agora o segundo lugar da lista de objetos vigiados pela NASA; agora, o primeiro pertence a Bennu, o asteroide que do qual a missão OSIRIS-REx coletou amostras, em 2020.