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Existem asteroides perigosos por aí. Por que ainda não descobrimos todos eles?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 22 de Novembro de 2021 às 16h45

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urikyo33/Pixabay
urikyo33/Pixabay

Impactos de asteroides têm potencial de causar enormes estragos em nosso planeta — e não faltam simulações de eventos do tipo, que mostram resultados catastróficos caso algo assim ocorra nos tempos atuais. O problema é que não se sabe, exatamente, quantos asteroides perigosos existem por aí, pois, para fazer isso, é preciso primeiro definir o que, de fato, é considerado uma ameaça à Terra, e quais delas estariam de acordo com objetos já identificados.

Os cientistas descobrem novos asteroides próximos da Terra quase diariamente e, por enquanto, há mais de 27 mil deles já identificados — e, até agora, a NASA não identificou nenhum que tenha dimensões grandes o suficiente para representar danos significativos à Terra e que esteja a caminho daqui. “Não há nada, nenhum asteroide que conheçamos que possa representar ameaças significativas à Terra”, disse Kelly Fast, gerente do programa de observações de objetos próximos da Terra.

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Por outro lado, o número total de asteroides já identificados chega a quase 750 mil deles, mas os cientistas consideram que há mais milhões de rochas espaciais viajando pelo Sistema solar — felizmente, a maior parte delas está bem longe de nós. Pode não parecer, mas o aumento constante na contagem de asteroides é uma ótima notícia quando o assunto são possíveis impactos; afinal, para poderem planejar uma forma de lidar com uma rocha perigosa, os cientistas precisam primeiro identificá-la e, depois, mapear sua órbita para prever potenciais rotas de colisão.

Por isso, a preocupação envolve muito mais os asteroides que ainda não foram identificados, já que estes podem aparecer subitamente e em distâncias perigosamente curtas. Nancy Chabot, cientista planetária na Universidade Johns Hopkins, diz que a defesa planetária não envolve somente o desvio de rochas perigosas, algo que ainda não foi experimentado em condições do mundo real. “Acompanhar os asteroides reais, identificá-los e encontrá-los é algo crucial para que possamos fazer qualquer coisa a respeito deles no futuro”, disse.

Os riscos dos asteroides próximos da Terra

Pois bem, se as observações dos astrônomos mostrarem algum asteroide que esteja acima de determinado limite de brilho (um parâmetro que sugere certo tamanho) e que passará a aproximadamente 7,48 milhões de quilômetros da Terra, o objeto receberá o nome “asteroide potencialmente perigoso”. Apesar de esse ser um título um pouco assustador, poderíamos também simplesmente chamá-los “asteroides que não são perigosos atualmente, mas que podem vir a ser”.

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Isso porque eles são objetos já identificados e mapeados, ou seja, já têm trajetórias futuras previstas. “Não é como se eu olhasse para um objeto potencialmente perigoso e começasse a suar frio”, brincou Carrie Nugent, cientista planetária na Olin College. “Significa simplesmente que é algo que vamos querer ficar de olho”. Assim, quem trabalha acompanhando esses objetos tem maior preocupação com aqueles que são desconhecidos — e que podem surgir de repente, sem dar o tempo necessário para alguma ação que possa desviá-los.

Os cientistas creem que já identificaram grande parte dos asteroides com mais de 1 km de extensão, por serem os mais fáceis de serem detectados. Contudo, o problema está naqueles que têm tamanho médio, com aproximadamente 140 m, e que ficam mais próximos da Terra. Até o fim do ano passado, as estimativas sugerem que os cientistas encontraram apenas 40% desses objetos, sendo que outros 500 foram adicionados à lista somente neste ano.

O número impressiona, mas, mesmo assim, a divisão de Defesa Planetária da NASA considera que ainda serão necessários mais 30 anos para os cientistas chegarem à marca de 90% desses objetos já identificados. “Conforme você diminui o tamanho, há mais deles, e ainda estamos acumulando números a cada ano”, disse Fast. “É por isso que os levantamentos estão fazendo seu trabalho todas as noites, para não sermos pegos de surpresa”.

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Fonte: Space.com