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NASA cria novo algoritmo para monitorar chances de impactos de asteroides

Por| Editado por Patricia Gnipper | 08 de Dezembro de 2021 às 10h06

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urikyo33/Pixabay
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O algoritmo Sentry II é um novo algoritmo de monitoramento de asteroides próximos da Terra, capaz de aprimorar as estimativas de probabilidades de impacto. Desenvolvido por astrônomos da NASA, o sistema promete melhorar os recursos do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS), do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), para definir o risco de impactos de asteroides que se aproximam do nosso planeta.

Atualmente, quase 28 mil asteroides próximos da Terra (ou apenas “NEA”, na sigla em inglês) foram identificados através de levantamentos com telescópios, que analisam o céu noturno continuamente e, assim, adicionam cerca de 3 mil novos objetos nesta lista a cada ano. Conforme telescópios maiores e mais avançados começam a contribuir para esta busca, é esperado que haja um aumento considerável na descoberta destes asteroides.

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O Sentry II foi desenvolvido em antecipação a este crescimento; como as trajetórias dos asteroides podem ficar perigosamente próximas da posição a Terra no futuro, os astrônomos precisam de softwares sofisticados de monitoramento para calcular automaticamente o risco de impactos. No caso do algoritmo, os cálculos de probabilidade de impacto de todos os NEAs conhecidos.

Esses cálculos incluem até mesmo aqueles que não foram identificados pelo Sentry, a versão anterior do algoritmo criada para monitorar o risco de impactos destes objetos. Os dados relacionados aos objetos de maior risco são enviados a uma tabela do do CNEOS; assim, ao calcular sistematicamente as probabilidades de impacto, a NASA consegue analisar todas as possíveis chances de impacto, indo de chances bem baixas a algumas em 10 milhões.

Monitorando asteroides na prática

É comum que a cultura popular represente os asteroides como rochas espaciais caóticas, viajando rapidamente pelo Sistema Solar e fazendo mudanças imprevisíveis de trajetória. Na realidade, os asteroides são objetos previsíveis que seguem caminhos orbitais conhecidos ao redor do Sol — mas, mesmo assim, esses caminhos podem ficar próximos demais da posição da Terra. Além disso, devido a algumas incertezas envolvidas nas posições dos asteroides, não é possível descartar completamente a possibilidade de algum impacto ocorrer no futuro.

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Conforme viajam pelo Sistema Solar, a influência gravitacional do Sol e dos planetas afetam a trajetória destes objetos de formas previsíveis. O algoritmo Sentry criava modelos dos efeitos destas forças gravitacionais com alta precisão, e ajudava os astrônomos a descobrir onde as rochas estariam no futuro. Entretanto, o software não incluía as forças não-gravitacionais envolvidas, como as forças térmicas vindas do calor da luz solar.

Para entender melhor como isso acontece, confira o vídeo abaixo, que ilustra os efeitos das forças gravitacionais e não-gravitacionais envolvidas nas mudanças da órbita do asteroide Bennu:

Outro problema com o algoritmo original é que, às vezes, ele não conseguia prever com precisão a probabilidade de impactos de asteroides que passaram extremamente perto da Terra. Nestas situações, intervenções manuais eram necessárias para evitar cálculos errôneos. Este tipo de limitação não acontece com o Sentry-II: o novo algoritmo modela milhares de pontos aleatórios em uma região de incerteza.

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Como pode haver incertezas em relação à posição observada do asteroide, a órbita mais provável pode não ser a verdadeira; esta fica em uma “região de incerteza”, formada pelas possibilidades que envolvem a órbita mais provável. Assim, o Sentry-II modela milhares de pontos aleatórios espalhados por essa região, para depois analisar as possíveis órbitas que possam atingir a Terra e que estejam dentro de toda a área incerta.

Na prática, isso significa que os cálculos de determinação orbital não dependem de considerações prévias sobre as partes da região de incerteza que, talvez, levem a um impacto. Com isso, o Sentry-II consegue explorar cenários de probabilidade bem baixa de impactos — estes, que podem não ter sido detectados pelo Sentry original.

O artigo que descreve o algoritmo foi publicado na revista The Astronomical Journal. 

Fonte: The Astronomical Journal; Via: NASA