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Cardápio espacial: empresa quer usar CO2 para alimentação de astronautas

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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NASA
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A NASA anunciou os vencedores da segunda fase do Desafio de Comida do Espaço Profundo, uma iniciativa voltada para a criação de novas tecnologias de produção de alimentos que possam ser usadas por astronautas. Uma das companhias selecionadas para a final da competição é a Air Company, que apostou em uma forma de usar o dióxido de carbono exalado na respiração para a produção de nutrientes.

Stafford Sheehan, CEO da empresa, criou a tecnologia AIRMADE com a proposta original de converter carbono para produzir álcool altamente puro para perfumes, combustível de aviões a jato e vodkas. Para o desafio da NASA, ele precisou modificar a invenção para torná-la capaz de produzir proteínas comestíveis, carboidratos e gorduras a partir do mesmo sistema.

A ideia é que o dióxido de carbono obtido da respiração dos astronautas seja misturado com hidrogênio gasoso, extraído da água por meio da eletrólise. A mistura resultante, formada por álcool e água, é usada para alimentar uma pequena quantidade de leveduras, produzindo uma fonte renovável de proteínas unicelulares e outros nutrientes.

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“O dióxido de carbono e o hidrogênio formam um estoque de álcool para alimentar as leveduras, e elas são o alimento para os humanos”, explicou ele. O processo rendeu uma bebida proteica unicelular com consistência de shake, pensada para as necessidades de tripulações em longas missões espaciais — e, segundo Sheehan, o shake tem sabor parecido com o de seitan, um alimento semelhante ao tofu.

“É definitivamente mais nutritivo que o Tang”, disse Sheehan, em referência à bebida popularizada por John Glenn, o primeiro norte-americano a orbitar a Terra. “E você ainda consegue aquele sabor doce, quase maltado”, acrescentou. O processo não precisa ser usado somente para bebidas proteicas: ele pode produzir também shakes com alta quantidade de carboidratos, substituindo pães e massas.

A tecnologia AIRMADE rendeu um prêmio de U$ 750 mil para a empresa. As outras sete equipes vencedoras trabalharam com um processo de fotossíntese artificial, tecnologias de fermentação gasosa para a produção de proteínas unicelulares e mais. A etapa final do concurso vai ter um prêmio de até U$ 1,5 milhão, soma que será dividida entre os vencedores.

Fonte: NASA, Reuters