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Dióxido de carbono na atmosfera chega a níveis não vistos há 4 milhões de anos

Por| Editado por Rafael Rigues | 06 de Junho de 2022 às 14h45

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Marcin Jozwiak/Unsplash
Marcin Jozwiak/Unsplash

A concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera durante o mês de maio atingiu níveis não observados na Terra há 4 milhões de anos: segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), os níveis do composto naquele mês estavam 50% mais altos do que o registrado na era pré-industrial. Geralmente, maio costuma ser o mês com os níveis mais altos do gás na atmosfera.

Em maio de 2020, a quantidade de carbono na atmosfera chegava a 417 partes por milhão (ppm), unidade utilizada para medir níveis de poluição; em 2021, a taxa chegou a 419 ppm. Já em 2022, o limite de 420 ppm foi ultrapassado. As medidas foram coletadas pelo observatório Mauna Loa, instalado na encosta de um vulcão no Havaí.

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Os níveis registrados agora podem ser comparados àqueles encontrados na Terra entre 4,1 e 4,5 milhão de anos atrás, quando os níveis de dióxido de carbono na atmosfera estavam próximos das 400 ppm ou mais. Naquela época, o nível do mar era até 25 metros mais alto do que vemos hoje — aumento mais que suficiente para submergir várias das grandes cidades da atualidade.

Antes da Revolução Industrial, os níveis do gás ficavam estabilizados em aproximadamente 280 ppm, nível mantido por aproximadamente 6.000 anos de civilização humana, antes da industrialização. “O dióxido de carbono chegou a níveis que nossa espécie jamais presenciou — isso não é novo, já sabemos disso por meio século e falhamos em fazer algo significativo”, alertou Pieter Tans, cientista do Global Monitoring Laboratory.

O dióxido de carbono e seus efeitos

Também conhecido como “gás carbônico”, o dióxido de carbono é um gás poluente vindo da queima de combustíveis fósseis para meios de transporte, produção de energia, desmatamento e outras práticas. Junto de outros gases causadores do efeito estufa, o CO2 retém o calor vindo da superfície do planeta que, normalmente, seria liberado para o espaço.

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Isso aquece a atmosfera e causa impactos variados, como calor extremo, inundações, secas e mais. Estes efeitos se estendem também para os oceanos, que ficam com a água mais quente e ácida, dificultando a sobrevivência de alguns organismos marinhos. Apesar de décadas de negociações, a comunidade global ainda não conseguiu reduções significativas nos aumentos anuais dos níveis de gás carbônico na atmosfera.

“É deprimente ver que nos faltou força de vontade coletiva para atrasar o aumento de CO2” disse Charles David Keeling, cientista do Scripps Institution of Oceanography. “O uso de combustíveis fósseis pode não estar mais acelerando, mas ainda estamos correndo a alta velocidade rumo a uma catástrofe global”, finalizou.

Fonte: NOAA