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Dieta de astronauta: estudo recomenda alimentação rica em vegetais e peixes

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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LanaSweet/Envato
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Viagens espaciais podem provocar diferentes consequências para a saúde dos astronautas, já que esses indivíduos enfrentam a microgravidade e aumento da exposição à radiação. Nessas circunstâncias, são comuns relatados de perda óssea e baixa imunidade. Agora, pesquisadores do Johnson Space Center da NASA propõem uma dieta aprimorada, rica em frutas, vegetais e peixes, para turbinar as defesas naturais.

"O voo espacial de longa duração afeta a fisiologia humana", pontuam os autores do estudo, publicado na revista Scientific Reports. Por outro lado, "a alimentação espacial tem o potencial de servir como uma contramedida para mudanças fisiológicas desadaptativas", apostam os cientistas, após bem-sucedido experimento.

Como detalham no artigo, o objetivo da nova dieta espacial é aumentar o consumo de alimentos ricos em nutrientes vitais, como flavonoides, licopeno e ácidos graxos, incluindo o Ômega 3. A ideia é "blindar" o organismo da tripulação dos malefícios do espaço, através de comida saudável, além da rotina diária de exercícios e das atividades já adotadas.

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Qual é o menu da nova dieta de astronauta?

Conforme proposta pelo estudo e testado durante a simulação, a deita ideal de um astronauta deve fornecer aproximadamente 2.300 calorias por dia, podendo variar dependendo das características da pessoa (como altura e sexo). Para suprir essa necessidade, cada integrante da tripulação receberá:

  • 6 porções de frutas e vegetais por dia;
  • 2 alimentos ricos em flavonoides por dia, sem especificar quais;
  • 2 a 3 porções de peixe por semana;
  • 5 refeições que levam tomate (rico em licopeno) em sua composição por semana;
  • Proteína, cálcio, vitamina D, sódio e ferro em porções diárias pré-definidas.

Quais foram os efeitos da nova dieta na saúde dos astronautas?

Para entender se a dieta proposta era benéfica (ou não), os pesquisadores da NASA acompanharam como 16 astronautas, sendo a maioria homens, reagiriam a essa alimentação aprimorada por 45 dias, durante uma simulação de viagem especial, feita no Human Exploration Research Analog (Hera) — este ambiente simula um voo especial.

"Os indivíduos que consumiram a dieta espacial aprimorada apresentaram níveis mais baixos de colesterol, menor estresse (ou seja, baixos níveis de cortisol), melhor velocidade cognitiva, precisão e atenção e um microbioma [as bactérias do intestino] mais estável ​​que os indivíduos que consumiram a dieta padrão", afirmam os autores do estudo.

Não foi possível identificar mudanças no sistema imunológico da tribulação. Por outro lado, nenhum voluntário desenvolveu algum tipo de doença ou infecção, o que confirma a segurança deste tipo de alimentação durante viagens espacias.

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Próxima fase da pesquisa sobre alimentação espacial

Embora os resultados do experimento sejam bastante otimistas, levar esta nova dieta para a ISS e outras missões espaciais não é algo tão são simples, como mudar a marca de um fornecedor de comida especial. Aqui, é preciso lembrar da primeira regra deste tipo de missão: priorizar recursos, incluindo o peso dos suprimentos.

Neste ponto, cabe explicar que a alimentação aprimorada não é mais leve que a tradicional. Na verdade, os alimentos com mais bioativos naturais têm normalmente baixa densidade energética. Em resumo, você precisa comer mais para manter o mesmo padrão calórico de uma dieta com mais gordura e "mais pobre". Com isso, o peso dos suprimentos aumenta.

Outra questão é que a conservação dessas alimentos "mais frescos" e menos processados, como frutas e vegetais, também é mais difícil. Então, novas tecnologias de armazenamento e adaptações na dispensa das aeronaves precisam ser pensadas para comportar dietas do tipo, além da tradicional desidratação e refrigeração. A boa notícia é que estes testes já estão em andamento, o que pode culminar em uma nova dieta aos astronautas.

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Olhando para as experiências espaciais, alguns projetos que propõem o consumo in natura de vegetais já existem, como a horta da ISS. Em 2021, os astronautas comeram, pela primeira vez, pimentas 100% cultivadas no espaço, mas o episódio não é o padrão alimentar de quem vive longe da Terra — afinal, faltam espaços cultiváveis. Por enquanto e para os próximos anos, a comida ainda deve chegar pronta, mas, provavelmente, o cardápio estará aprimorado.

Fonte: Scientific Reports