10 reboots e revivals dos anos 1990 que você precisa assistir
Por Durval Ramos • Editado por Jones Oliveira |
Como uma verdadeira onda, o saudosismo vem e vai de tempos em tempos no mundo da cultura pop. À medida que o público envelhece, a indústria dá um passo adiante nas décadas e traz de volta filmes e séries que fizeram sucesso na época que esse pessoal era mais novo só para atrair o interesse com base na boa e velha nostalgia.
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Depois de vermos uma enxurrada de remakes, reboots e revivals vindos dos anos 1980, chegou a hora de as produções dos anos 1990 ganharem esse tratamento especial. O mais notório deles é, sem dúvidas, o tão comentado Bel-Air.
A nova série chega ao Star+ no próximo dia 27 de abril com uma proposta bastante curiosa: pegar o conceito do clássico Um Maluco no Pedaço e reimaginar a série não mais como uma comédia, mas como um drama. E toda a repercussão em torno dessa mudança só mostra o quanto a memória afetiva do original é forte.
E Um Maluco no Pedaço não é um caso isolado. Na verdade, ao longo dos últimos anos, vimos uma explosão de séries que revisitaram clássicos dos anos 1990, seja em remakes ou mesmo em continuações para mostrar como estavam aqueles personagens três décadas depois. E é inegável o quanto essa mistura de modernização e volta ao passado é atraente.
Pensando nisso, o Canaltech lista 10 séries, animações e novelas dos anos 1990 que ganharam reboots e revivals que você precisa assistir.
10. Doogie Kamealoha: Doutora Precoce
Não se sinta mal se você era um viciado por séries nos anos 1990 e, mesmo assim, nunca ouviu falar de Doogie Kamealoha. Isso porque, além de ter um nome quase impronunciável, a série infantil do Disney+ é um reboot que mexe bastante com o conceito de uma série clássica que chegou ao Brasil com um nome bem diferente. Em outras palavras, a relação com base no título é quase inexistente.
A série é uma nova versão da clássica Doogie Howser, MD — ou, como ficou conhecida no Brasil, Tal Pai, Tal Filho —, protagonizada por um Neil Patrick Harris ainda criança vivendo esse médico adolescente que dividia sua vida entre o talento profissional e os dilemas de um jovem comum.
E a nova versão segue exatamente a mesma lógica, mas substituindo o seu protagonista por uma garota, a doutora Lahela Kamealoha, e ambientando toda a trama no Havaí. E justamente por ser uma nova leitura, ela não se apega tanto ao original, fazendo apenas algumas homenagens aqui e ali, mas fica muito mais focada em desenvolver seu próprio roteiro.
Doogie Kamealoha: Doutora Precoce está disponível no Disney+.
9. Rugrats – Os Anjinhos
Quem cresceu nos anos 1990 certamente não escapou das animações da Nickelodeon, que chamavam a atenção justamente por ter um estilo bem diferente e menos limpo como as da Disney. E, em meio a tantas produções vindas da produtora, Rugrats foi um dos que mais se destacou pela curiosa proposta: as aventuras de um grupo de bebês, mostrando que o dia a dia dos pequenos era muito mais agitado do que chorar e sujar a fralda.
Pois eis que, em 2021, a mesma Nickelodeon revisitou a franquia e fez uma mistura de revival com reboot. Assim, temos os bebês comandados mais uma vez por Tommy Pickles aprontando em casa enquanto os pais tentam descansar de mais uma noite mal dormida.
A grande diferença da nova versão é que aquele estilo bastante característico do desenho de 1991 foi substituído por computação gráfica que tenta emular o traço original — o que torna tudo familiar e, ao mesmo tempo, bastante estranho.
Rugrats – Os Anjinhos está disponível no Paramount+.
8. Animaniacs
Vamos ser bem sinceros: o desenho original dos Animaniacs não era feito para crianças. A gente ria com os personagens e das situações, mas muitas piadas passavam despercebidas porque eram feitas para adultos. Basta você rever e perceber o quanto eles brincam com o noticiário político dos Estados Unidos da época, ironizam cineastas e fazem menção a eventos que nenhum brasileiro tinha ideia na terceira série.
Por isso mesmo o retorno de Animaniacs foi a oportunidade de conferir esse tipo de humor na idade certa. Até porque o revival que os personagens receberam mantém o mesmo tipo de humor, com a diferença de que agora estamos mais velhos e prontos para saber do que Wakko,Yakko e Dot estão tirando sarro.
A boa notícia é que a nova fase é muito fiel ao desenho original, com a diferença de que os personagens estão ainda mais ácidos em seus comentários sobre a sociedade como um todo. Ou seja, continua não sendo para criança — embora a gente ainda queira a volta dos Tazos.
Animaniacs está disponível na HBO Max.
7. Fuller House
Uma das primeiras séries a ganhar uma nova versão moderna foi a clássica Três é Demais, como Full House ficou conhecida por aqui. O seriado que apresentou ao mundo as gêmeas Olsen se apoiava muito no carisma da dupla quando eram apenas bebezinhos, mas a ideia de trazer parte do elenco de volta depois de duas décadas funcionou muito bem e acertou em cheio o saudosismo de muita gente.
Ainda que sem parte dos personagens originais — como a própria Michelle Tanner, vivida pelas irmãs Olsen na época —, o revival funcionou muito bem por ser como esse refúgio familiar que é a própria proposta do seriado. A trama gira em torno do retorno de DJ (Candace Cameron) de volta à casa em que cresceu após tudo dar errado em sua vida. Assim, ela vai contar com a ajuda não só do pai, o falecido ator Bob Seget, e dos tios, como também da irmã e de sua amiga de infância para cuidar de seus três filhos.
É o tipo de situação que nos é muito familiar. Afinal, quem nunca precisou correr para a casa do pai ou da mãe para chorar quando tudo saiu de controle?
Fuller House está disponível na Netflix.
6. 90210
Está para existir uma série com um nome que não diga absolutamente nada como 90210. Por isso mesmo, é compreensível que você não associe a série de 2008 com a clássica Barrados no Baile, como ficou conhecida por aqui.
E a história segue exatamente na mesma pegada, ou seja, com um grupo de jovens iniciando a vida adulta em meio ao glamour de Beverly Hills, com muita pegação, intrigas e dramas adolescentes.
90210 está disponível no Paramount+.
5. And Just Like That
O nome pode não ser lá muito claro, mas And Just Like That é um revival de Sex and the City, uma das mais icônicas e populares séries do final dos anos 1990. E a ideia é justamente dar continuidade à história original, mostrando como as personagens estão lidando com o século XXI e as desventuras do mundo digital.
E a tônica está justamente nesse olhar para a meia-idade, com Carrie (Sarah Jessica Parker), Miranda (Cynthia Nixon) e Charlotte (Kristin Davis) tendo que lidar desde o divórcio e o crescimento dos filhos até a pressão para aparentarem sempre uma juventude que não mais às pertence. E é o dilema causado a partir dessas situações que dá novo charme e vida nova à série.
And Just Like That está disponível no HBO Max — e já foi confirmada para uma segunda temporada.
4. Gilmore Girls: Um Ano Para Recordar
Outra série que voltou depois de anos de seu aparente fim foi Gilmore Girls — e também apostando na temática de filho que encarou a dura realidade e precisa voltar para o conforto do colo da mãe. E poucos personagens se encaixam tão bem nessa ideia quando Lorelai e Rory Gilmore.
Um Ano Para Recordar é mais um especial do que realmente uma retomada, tendo apenas quatro episódios. Ainda assim, é o suficiente para atualizar o seriado, expandir as histórias de seus personagens e recriar a dinâmica entre as protagonistas, que sempre foi o grande charme da série.
Gilmore Girls: Um Ano Para Recordar está disponível na Netflix.
3. Arquivo X
O clima conspiracional nunca se limitou aos anos 1990. Na verdade, ele parece estar ainda mais intenso agora e, por isso mesmo, Arquivo X segue tão vivo quanto nunca. E foi a partir dessa percepção que a série retornou para mais duas temporadas inéditas depois de 14 anos longe da TV.
E a grande sacada desse revival foi justamente atualizar o debate. Enquanto o seriado original acreditava que a verdade estava lá foram, o retorno de Scully e Mulder mostraram que a paranóia deve ser direcionada para dentro do próprio governo dos EUA e não poupa críticas. Foi uma ótima forma de se manter fiel ao espírito do clássico e ainda se manter relevante em momento em que ninguém mais sabe em quem confiar.
Arquivo X está disponível no Star+.
2. Twin Peaks
Twin Peaks é uma das maiores e mais importantes produções da TV estadunidense. A série de David Lynch traz a clássica história de investigação policial, mas sob uma perspectiva tão diferente e inovadora para a época que é fácil entender por que se tornou tão reverenciada.
Com personagens bem particulares e uma trama que flertava em muitas vezes com o surreal, a história por trás do assassinato da jovem Laura Palmer influenciou muito daquilo que vimos nos seriados ao longo de todos os anos 1990.
E era óbvio que toda essa devoção do público com Twin Peaks ia motivar as emissoras a apostarem um revival. Pois foi em 2017 que voltamos a essa estranha cidadezinha, mais uma vez pelas mãos de Lynch. Assim, reencontramos o policial Dale Cooper (Kyle MacLachlan) tendo que lidar com novos eventos estranhos e mostrando que a bizarrice no local nunca se limitou apenas àquilo que vimos três décadas atrás.
Twin Peaks está disponível na Netflix.
1. Pantanal
Quem disse que novela também não merece remake? Pois Pantanal não só atualiza um dos maiores clássicos da TV brasileira como faz isso muito bem, modernizando muitos de seus personagens e do seu próprio texto, e usa a situação atual do bioma como parte fundamental da nova trama.
Ainda assim, a nova Pantanal segue muito bem aquilo que vimos em 1990, centrando a história na saga da família Leôncio e nas belezas e mistérios envolvendo o pantanal. Assim, a partir da chegada do jovem Jove (Jesuíta Barbosa) à fazenda de seu pai depois de passar os últimos 20 anos achando que ele estava morto, o rapaz passa a encarar um universo bem diferente daquele que estava habituado a ver até então — o que inclui mulheres que viram onça, como a emblemática Juma Marruá (Allanis Guillen).
A nova versão da novela soube aproveitar muito bem aquilo que a original tinha de melhor e, ao mesmo tempo, fez mudanças significativas que deram mais agilidade ao roteiro e à própria cinematografia. É de encher os olhos — tanto quanto foi há 30 anos.
Pantanal está disponível no Globoplay.