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Quem é Morbius e por que ele vai ganhar um filme?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Marvel Comics
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Não é porque Homem-Aranha: Sem Volta para Casa estreou nos cinemas e já está disponível nas plataformas digitais que o nosso interesse pelo universo do herói passou. Tanto que agora todas as atenções dos fãs de filmes de quadrinhos estão voltadas a Morbius na tentativa de entender como o novo longa da Sony vai se conectar não apenas com a aventura de Peter Parker que acabamos de ver como também com Venom e o próprio Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês), já que tudo parece estar conectado.

O grande ponto é que, apesar de certa expectativa em torno do filme por causa de sua óbvia conexão com o universo do Homem-Aranha, a verdade é que nem todo mundo sabe quem é o personagem. Mesmo tendo saído direto das páginas dos gibis, Morbius nunca foi um vilão relevante do Amigão da Vizinhança e é natural que todo mundo se pergunte sobre o que esperar de sua estreia nos cinemas.

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E o curioso disso tudo é justamente essa mudança no status quo da coisa toda. Afinal, Morbius nasce nas HQs como um vilão e embora tenha atuado vez ou outra como um vigilantes nos gibis da Marvel, nunca fez nada que merecesse uma estreia tão badalada. Então, o que a Sony está reservando para o Vampiro Vivo?

Quem é Morbius?

Como dito, Morbius nunca teve uma passagem muito memorável pelos quadrinhos e até mesmo a sua origem está ligada a um dos momentos mais bizarros do Homem-Aranha. Ao mesmo tempo, a enorme carga dramática que o personagem carrega sempre fez dele um queridinho dos roteiristas que querem colocar uma carga emocional em suas histórias — além, é claro, do pezinho no sobrenatural que o Vampiro Vivo oferece.

Michael Morbius aparece pela primeira vez em 1971 nas páginas de The Amazing Spider-Man #101, revista escrita por Roy Thomas e desenhada por Gil Kane. E a origem do vilão é muito parecida com aquela que vimos nos trailers do filme, ou seja, com o personagem sendo esse bioquímico em busca de uma cura para sua rara doença e mesclando o seu DNA ao de um morcego.

Assim, da mesma forma que ele se recupera da doença, ele passa a se parecer cada vez mais com um morcego, sofrendo uma mutação que deforma seu rosto, ficando extremamente pálido, sensível à luz e ganhando poderes como sentidos ampliados e capacidade de voo. E, é claro, o mais importante: uma sede de sangue incontrolável.

E é aí que nasce o tormento de Morbius. Isso porque ele nunca foi um vilão como o Duende Verde, Electro ou o Rhino. Seus ataques a Nova York e os inevitáveis confrontos com o Homem-Aranha eram muito mais reflexos dessa compulsão que esse vampirismo trazia do que essa persona vilanesca que nos acostumamos a ver nos quadrinhos.

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Tanto que, na grande maioria das histórias, Morbius é retratado como essa figura trágica do homem que luta contra a sua própria monstruosidade. Não por acaso, quando consciente de suas ações, ele é alguém depressivo e até com tendências suicidas que tenta encontrar uma forma de voltar a ser um humano normal.

Entre a lenda e a ciência

Um dos pontos que faz de Morbius um personagem minimamente interessante é o quanto ela fica no limiar da ciência com o misticismo. Isso porque ele traz todas as características básicas daquilo que a gente imagina do vampiro — aversão à luz, sede de sangue e força sobrehumana —, mas sem ser a criatura lendária dos contos de terror.

Ele não tem problemas com alho, água benta e nem vira pó quando entra em contato com o sol. Por isso mesmo, passa a ser conhecido dentro da Marvel como o Vampiro Vivo.

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Como ele nasce de uma questão genética, ele é muito mais fruto da ciência do que do mundo das trevas, embora algumas histórias tenham o colocado exatamente no meio do caminho entre essas duas abordagens. Exemplo disso é que sua mordida passou a transformar suas vítimas também em vampiros, tal qual nos contos clássicos.

Além disso, desde a sua criação, existe essa mística de que o seu sangue teria propriedades curativas, o que serviu para resolver uma das fases mais estranhas do Homem-Aranha.

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Quando Morbius aparece nas HQs pela primeira vez, em 1971, Peter Parker estava lidando com um efeito colateral bem estranho de seus poderes: braços extras. Sim, nesta época, o herói andava por aí com seis braços, totalizando oito membros tal qual uma aranha de verdade. E foi o sangue do Vampiro Vivo que o ajudou a se livrar dessa bizarrice, além de ajudar o Lagarto a voltar à forma humana.

Todas essas particularidades envolvendo Morbius sempre o colocaram na mira de diferentes grupos. Não por acaso, ele já chegou a ser capturado pela Hydra, que passou a estudá-lo a fim de entender seu fator de cura e até a capacidade de criar novos vampiros.

Da mesma forma, esse flerte com o sobrenatural também já colocaram o Vampiro Vivo frente a frente com Blade. No primeiro encontro dos dois personagens, o Caçador de Vampiros vai atrás de Morbius para matá-lo, mas descobre que ele não é um morto-vivo como os demais monstros e os dois passam a atuar juntos na aventura.

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Depois disso, eles se encontraram algumas vezes e até já fizeram parte de uma equipe, os Filhos da Meia-Noite, em que enfrentaram nada menos do que Lilith, a mãe dos demônios, além de outras ameaças sobrenaturais.

Merece um filme?

Desde que Morbius foi anunciado, a grande pergunta que ronda o filme é por que diabos a Sony decidiu contar a história de um personagem que nunca foi muito relevante para o Homem-Aranha. Em um universo com Venom, Duende Verde, Doutor Octopus e Kraven, é realmente estranho ver a atenção dada para alguém que faz parte das divisões inferiores do panteão da Marvel.

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Só que há algumas razões que ajudam a entender o porquê dessa escolha. A primeira delas é o próprio peso dramático do personagem. Como dito, Morbius sempre carregou esse quê trágico do cientista que luta contra sua própria monstruosidade — sendo quase uma releitura do clássico O Médico e o Monstro —, o que faz da adaptação interessante do ponto de vista de atuação.

A gente sabe que Jared Leto é um ator muito bom e que gosta de dar bastante intensidade a seus personagens, então trazer essa figura dúbia que tenta lutar contra a sua própria natureza à medida que vai se tornando algo bestial é algo que se encaixa naquilo que a gente espera dele, sem falar que é um drama que funciona bem nas telonas.

Além disso, há quem acredite que o lançamento de Morbius também está conectado ao futuro da MCU. Embora o filme seja da Sony, ele está sendo desenvolvido em parceria com o Marvel Studios e isso poderia ser usado tanto para trazer os vampiros ao mundo dos heróis como servir de centelha para o surgimento dos Filhos da Meia-Noite. O problema é que ninguém sabe em que universo o filme se passa, o que dificulta previsões nesse sentido.

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E há, é claro, a justificativa mais pragmática da coisa toda. Afinal, a gente sabe que a Sony está mais do que interessada em criar seu próprio universo compartilhado e conectar mais histórias a Venom e seguir os passos da Marvel.

Como o estúdio tem direitos apenas sobre o Homem-Aranha, ela tem que espremer esse limão e fazer uma limonada com os personagens que ela tem nas mãos. E como são poucos os vilões que renderiam um filme próprio, como foi o caso do Venom, o estúdio se apegou a esse tom trágico do Vampiro Vivo para dar sequência ao plano de criar histórias conectadas.

Assim, a grande dúvida que realmente paira no ar é como Morbius vai se conectar a Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e a Venom, já que os trailers divulgados até agora apontam para todos os lados e não traz nenhuma resposta para isso. E, levando em conta a falta de apelo do personagem, a dúvida pode ser a sua principal aliada até esta quinta-feira, 31 de março.