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Posso Explicar | Nova atração do NatGeo une ciência ao entretenimento

Por| Editado por Jones Oliveira | 21 de Março de 2021 às 20h00

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Divulgação/Nat Geo
Divulgação/Nat Geo

A ciência também pode ser divertida. Essa é a premissa de Posso Explicar, a nova atração nacional do National Geographic. Trata-se de um talk show, apresentado por Miá Mello, que conta com um convidado novo e um experimento científico a cada episódio. O Canaltech conversou com a Miá e com os outros integrantes da equipe para entender como foi a construção do programa.

Dirigido por Gui Conte e produzido localmente pela Moovie com supervisão de Eduardo Rosemback, o programa chega ao canal na próxima quarta-feira (24) às 21h em episódio duplo. Os outros episódios são exibidos nas semanas seguintes.

O programa também conta com um co-host fora do comum: em todos os episódios Miá será acompanhada por seu fiel escudeiro Edson (André Luis Rua), uma caixa de som com suposta inteligência artificial. O embasamento científico do programa ficará a cargo do químico e professor Allan Rodrigues. O talk show ainda aposta em um único músico-personagem: o produtor musical João Brasil, para o apoio musical.

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Com 16 episódios de 30 minutos, Posso Explicar tem como proposta apresentar a ciência de forma descomplicada e com muito humor e descobertas, uma vez que Miá, assim como o público, está longe de ser expert em ciência. Cada episódio traz um tema específico além de receber celebridades brasileiras como convidados especiais, entre eles: Mônica Martelli, Fábio Porchat, Vitão, Maria Bopp e Sabrina Sato. Os convidados são entrevistados por Miá e participam dos vários quadros interativos, que vão desde esquetes humorísticas a experimentos científicos e tecnológicos com cientistas de diversas áreas.

Primeiras impressões de Posso Explicar

O Canaltech assistiu aos dois primeiros episódios e descobriu o objetivo da atração da NatGeo: trazer a ciência ao grande público da forma mais leve possível. Na teoria, isso se mostra muito desafiador, uma vez que é muito fácil se perder nessa mescla e acabar servindo algo pouco informativo, deixando de lado a ciência, ou puramente didático, esquecendo da diversão. Entretanto, a fórmula explorada por Posso Explicar realmente dá certo.

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Foi um grande acerto colocar à frente do programa uma apresentadora que conhece ciência tanto quanto o público, principalmente porque Miá se surpreende e se diverte junto com os espectadores ao se deparar com os experimentos científicos que são mostrados no talk show.

Outro acerto foi a escolha de convidados. No piloto, em que naturalmente não há tanta intimidade entre os integrantes do projeto, trazer Fábio Porchat, que tem tanta história com a Miá (eles já atuaram juntos em diversos projetos, como Meu Passado Me Condena e acumulam anos de amizade), fez com que o programa tomasse um rumo muito mais fluido. É um verdadeiro deleite assistir aos risos verdadeiros e as trocas de olhares da apresentadora e o convidado. A presença de Porchat deixou Miá visivelmente mais à vontade e, por consequência, o público fica mais à vontade também.

O primeiro episódio traz quadros humorísticos como o de verdadeiro ou falso, em que o professor Allan lê algumas notícias e o convidado tenta adivinhar se aquela notícia é verdadeira ou falsa. O legal é que já falamos aqui no Canaltech sobre alguns dos assuntos abordados, como vacas utilizando óculos de realidade virtual na Rússia para reduzir a ansiedade e aumentar a produção de leite e a impressão 3D de um coração. Um ponto interessante é que, ao longo de todo o programa, surgem na tela alguns cards com breves informações sobre o assunto que está sendo comentado, o que ajuda a trazer informação ao público de maneira mais leve.

No segundo episódio, que conta com a participação da Sabrina Sato, o tema também é bastante comentado aqui no Canaltech: saúde mental. E apesar de ser um assunto tão sério, o carisma de Miá combinado com o carisma de Sabrina não faz com que o clima do episódio caia nem por um minuto. Menção honrosa para o alívio cômico da inteligência artificial, Edson, que chega a pedir que Sabrina o leve embora. As reações de Sabrina e Miá ao experimento científico também são imperdíveis.

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Equipe fala sobre desafios de unir ciência e entretenimento

O químico e professor Allan Rodrigues relata que o programa contava com toda uma equipe de físicos por trás dos experimentos que aconteceram, e testaram todos eles, apesar de não insistirem em muitos testes, uma vez que eram experimentos já conhecidos na ciência: "Todo o preparo que fizemos foi muito calculado e planejado. A Miá não assistiu nenhum dos experimentos antes, e isso trouxe uma surpresa real. Os experimentos impactaram muito o convidado e a Miá, e isso gerou algo muito legal para o programa."

Questionado sobre o maior desafio do programa, Allan conta que foi tentar transformar seu conhecimento em algo simples e fácil para qualquer pessoa assistir. "Eu tento tornar o ensino algo mais simples em sala de aula. Mas lá era mais do que isso. Precisava ser simples para todo mundo. Tinha que mostrar a ciência de uma forma positiva. Sabendo disso, meu trabalho como cientista acabou ficando muito engrandecido, porque às vezes a gente tem uma ideia de que ciência não é legal, que é muito difícil. E isso é ruim", afirma.

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"Então a gente está ali no programa para mostrar que as pessoas podem entender ciência, podem levar de uma forma positiva. Isso é um desafio muito grande, mostrar que ciência é para todo mundo. E aí a gente juntou a linguagem do programa, que é o entretenimento, e a ciência sendo o escopo, tentou trazer de forma mais lúdica, trazer curiosidades", acrescenta o químico.

Para Miá, o envolvimento com um assunto tão complexo quanto a ciência foi um motor propulsor de todo esse projeto. "Apesar de eu não ser especialista, sou muito curiosa, e esse assunto sempre me chamou atenção. Não só ciência, mas tecnologia, meio ambiente… então eu fiquei muito animada com a possibilidade de aprender coisas novas, de levar para a vida mais conhecimento do que eu tenho atualmente. Então foi uma experiência muito interessante", conta a apresentadora.

"Em nenhum momento eu fiquei com medo, até porque eu não tenho medo nenhum de falar que eu não sei, não tenho medo nenhum de perguntar. Fiquei me sentindo muito confortável de estar nesse lugar, onde me identifico muito com as pessoas que vão assistir o programa. Eu me interesso muito pelos assuntos, mas assim como quem está em casa, não sou especialista. Então eu acabo me aproximando de quem está assistindo o programa. Acho isso bom, até. Então foi muito maravilhoso saber que eu ia falar sobre ciência. Isso, para mim, foi muito sedutor”, Miá completa.

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Durante o programa, Miá até brinca com o fato de não conhecer muito o assunto. Para a apresentadora, isso é importante para se conectar com o grande público. "Mostra que até o pessoal do fundão pode aprender. É a brincadeira que eu faço, porque, na escola, eu com certeza era da turma do fundão, que brincava, mas eu também sempre valorizei muito a coisa do conhecimento".

Para a apresentadora, a ciência pode ser uma grande aliada do entretenimento, e o entretenimento um grande aliado da ciência. "Meu maior objetivo ali era mostrar que a ciência está permeando o nosso dia a dia 24 horas. É o que a gente vive atualmente. Não tem como negar isso. Então isso foi o mais importante para achar o meu lugar no programa. O lugar de uma pessoa curiosa, que está ali para aprender sobre esses novos assuntos e também assuntos não tão novos assim”, disserta.

Desafios e aprendizados

Para o músico João Brasil, o principal desafio pessoal foi fazer um programa pela primeira vez: "Tinha essa outra parte que era fazer música, eu precisava criar uma música para cada convidado do programa, que na verdade eu criei isso no meio do processo, não sei o porquê, e fazer todas as entradas e saídas. Isso tudo eu tive que produzir quase da noite para o dia. Para mim, foi muito desafiador, e também muito prazeroso. Tive esse alívio e alegria de no final ver tudo dando certo".

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Já na visão de André, mais conhecido como Pinguim, um dos maiores desafios envolveu justamente seu personagem, Edson. "O maior desafio foi humanizar a inteligência artificial, colocar um coração real dentro daquela inteligência. Muitos convidados acharam que o Edson era apenas um robozinho, e quando ouviam a voz, aquilo ficava no imaginário. Não é apenas um robô, é uma mistura", aponta.

Por sua vez, Miá observa que o principal desafio foi orquestrar tudo o que acontece em um talk show. "Tem o roteiro, o convidado, o Allan que eu posso chamar a qualquer momento para tirar alguma dúvida, o Edson que é minha inteligência artificial, o João Brasil que fica a cargo da parte musical do programa, tem a hora do experimento, tem que falar, escutar. A palavra-chave do desafio foi escutar, porque eu acho que é na escuta que nascem as grandes oportunidades, perguntas que não estavam no roteiro, coisas legais para dividir e trocar", diz a apresentadora.

"Então tudo isso ao mesmo tempo é um grande desafio. Mas eu me preparei para isso. Se eu chegasse de paraquedas, eu ficaria em pânico e não conseguiria apresentar nada. Então sinto que me preparei e consegui lidar com todos esses desafios e fico orgulhosa de ver o resultado disso tudo”, acrescenta.

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Do ponto de vista de Allan, no programa, a estrutura não era a mesma que eu estava acostumado em sala de aula, e esse era seu principal desafio. "Quando as temáticas foram levantadas, eu percebi que tudo o que eu falasse ali dentro precisava ter todo o embasamento científico por trás. Tive que ler, saber se alguém já tinha falado daquele assunto", conta.

Já André revela que foram muitos aprendizados durante a experiência: "Ganhei grandes amigos. E como a gente fala de ciência e tecnologia, eu estava bem distante. O Allan desmistificou muita coisa, trouxe muito para o nosso cotidiano". Mas para João, além de todo o desafio de ter que fazer as músicas, seu maior aprendizado foi o espírito de equipe. "Sempre fui um DJ solitário, e todo mundo dava 100% de si, dando a vida, virando noite. Nunca vi tanta gente dando 100% de si ao mesmo tempo, na minha vida. Foi uma experiência incrível", relata.