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O que é saúde mental e como ela impacta nosso dia a dia?

Por| 06 de Outubro de 2020 às 17h54

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Anthony Tran/Unsplash
Anthony Tran/Unsplash

Nunca focamos tanto em saúde como temos focado neste ano, por conta da pandemia. Percebemos a importância de nos cuidar e aprendemos até mesmo como usar a tecnologia ao nosso favor. No entanto, ainda que a saúde física seja de suma importância, a saúde mental é que está em evidência. Com isso em mente, o primeiro passo é esclarecer: o que é saúde mental? No que ela interfere?

A princípio, é necessário entender que não existe uma definição oficial para o conceito de saúde mental, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No entanto, segundo o médico psiquiatra Marcelo Kimati, professor de Saúde Coletiva na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante da diretoria da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), a saúde mental individual diz respeito à experiência de bem-estar, pela possibilidade de lidar com conflitos que são esperados em diferentes momentos da vida.

No entanto, o especialista ressalta que a definição de doenças mentais se modifica de tempos em tempos. "Não é possível definir saúde mental com referência exclusivamente individual. As pessoas desenvolvem formas diferentes de experimentar sua vida cotidiana de acordo com os referenciais da cultura e das relações sociais que elas estabelecem ao longo de suas vidas. Assim, as relações sociais e a sociedade em que se vive são definidoras para ser ou não saudável mentalmente", explica o psiquiatra.

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Enquanto isso, a psicanalista e supervisora clínica Sandra Hott observa que as ciências da saúde não trabalham com uma ideia dualista, ou seja, de mente e corpo como instâncias separadas, e define saúde mental como "um equilíbrio diante da instabilidade". "Uma vida saudável depende diretamente de como administramos o mal-estar advindo das variações constantes que ocorrem entre momentos de alguma estabilização. Desafios são naturais e esperados, mas o modo como os compreendemos, e o encaminhamento dado para alguma decisão é que fará toda a diferença entre o adoecimento e uma vida psíquica saudável", opina.

Saúde mental no dia a dia

Tendo o conceito de saúde mental mais claro, vem a questão à mente: de que maneiras podemos cuidar dela ao longo do nosso cotidiano? De acordo com Marcelo, a primeira medida para isso é nos conhecermos, e a segunda seria estabelecer vínculos saudáveis.

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"Estar atento a movimentos autodestrutivos; ter autocuidado, ser cuidadoso com suas relações significativas, ter tempo para o prazer; estabelecer objetivos baseados na compreensão do que de fato se quer; aprender a reconhecer limites e aceitar impossibilidades cotidianas; ser capaz de sonhar e alimentar-se disso e mover em direção a sonhos", exemplifica o psiquiatra. "Não entenda sofrimento como doença, não entenda infelicidade como doença. Tudo isso diz respeito a um autocuidado que é fundamental para preservar a própria saúde mental", acrescenta.

De qualquer forma, não hesite em procurar ajuda de um profissional dessa área. Isso ajuda a evitar que o sofrimento seja medicalizado e se desenvolva uma dependência a psicotrópicos. Procure um profissional de saúde mental. "Se ele entender que é necessária ajuda médica, ou seja, que o sofrimento apresentado configura uma doença mental, ele irá encaminhá-lo a um psiquiatra", orienta Marcelo.

Vale deixar aqui que, se você for alguém que precisa de ajuda, o CVV tem atendimento gratuito por telefone no número 188 e pelo site. É válido lembrar também que uma alternativa para situações de emergência é recorrer aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), presentes em todos os municípios e com atendimento público associado ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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Saúde mental exige atenção (e investimento)

A OMS tem levantado um alerta para a saúde mental, que tem sido alvo de negligência. De acordo com a Organização, quase 1 bilhão de pessoas vivem com transtorno mental, 3 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao uso nocivo do álcool e uma pessoa morre a cada 40 segundos por suicídio.

Ainda assim, os países gastam em média apenas 2% de seus orçamentos de saúde em saúde mental. Apesar de alguns aumentos nos últimos anos, a assistência internacional ao desenvolvimento para a saúde mental nunca excedeu 1% de toda a assistência ao desenvolvimento para a saúde. Isso apesar do fato de que para cada US$ 1 (R$ 5,60 em conversão direta) investido em tratamento intensivo para transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade, há um retorno de US$ 5 (R$ 28) em melhoria da saúde e produtividade.

No entanto, com o passar do tempo, cada vez mais organizações têm voltado o olhar a essa questão tão pertinente. A própria OMS emitiu, ao longo dos últimos meses, em colaboração com parceiros, orientação e aconselhamento sobre saúde mental para profissionais de saúde e outros trabalhadores da linha de frente, gestores de estabelecimentos de saúde e pessoas de todas as idades.

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Fonte: Com informações de OPAS