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Crítica | Cobra Kai acerta mais uma vez em temporada que empolga e emociona

Por| 05 de Janeiro de 2021 às 10h38

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Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix
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Desde que as duas primeiras temporadas de Cobra Kai desembarcaram na Netflix, em agosto de 2020, as expectativas ficaram altas para a estreia da terceira temporada, anunciada para sair em alguns meses na plataforma de streaming. Felizmente, esperamos muito pouco para a chegada dos novos episódios, que pudemos maratonar já no primeiro dia do ano para começar bem 2021.

Com a ansiedade dos fãs batendo no teto, a nova temporada da série, que é uma continuação do clássico Karate Kid, sucesso da década de 1980, não decepcionou quando o assunto foi entregar muito mais luta e nostalgia de uma época que contribuiu grandemente para a cultura pop. Os novos episódios deram continuidade aos acontecimentos trágicos que encerraram a temporada passada, mostrando que a rivalidade entre os dojos está longe de acabar e que forças precisarão ser unidas para que alguém vença.

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Atenção: esta crítica pode conter spoilers da terceira temporada de Cobra Kai!

A maior expectativa da nova temporada de Cobra Kai era descobrir o que aconteceria com Miguel (Xolo Maridueña), que se feriu gravemente em uma das últimas cenas da temporada passada, em que toda a escola se envolve em uma grande luta, disparando golpes de caratê em planos sequência. A recuperação tomou apenas um pouco do tempo da série, com Johnny (William Zabka) conseguindo rapidamente o dinheiro para o tratamento de Miguel, por quem nutriu um afeto de pai, e mostrando o motivo de ser o personagem preferido da trama.

Johnny também fez parte da recuperação do personagem, ajudando-o a voltar a andar com seus exercícios "diferenciados", depois de não acreditar que a fisioterapia tradicional seria útil, gerando momentos um tanto quanto absurdos, mas divertidos, como não poderia deixar de ser. Depois de cuidar rapidinho desse problema, sobrou tempo para que Cobra Kai voltasse a apelar para a nostalgia tão aguardada nos novos episódios, focando mais na vida de Daniel (Ralph Macchio) e trazendo um pouco mais de afeto do espectador ao personagem, que desde o começo era ofuscado pelo rival Johnny.

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Para tentar recuperar a sua loja de carros, Daniel viaja a Okinawa, no Japão, e acaba se reencontrando com personagens da saga Karate Kid com quem teve boas histórias, Kumiko (Tamlyn Tomita) e Chozen (Yuji Okumoto), trazendo não só um grande reencontro, mesmo que um deles tenha sido com o seu inimigo, como também mais uma homenagem a Miyagi (Pat Morita). Mais uma vez, os ensinamentos do sensei, que já partiu dessa para melhor, receberam a atenção devida por se tratar da origem de toda a história. Falando em nostalgia, até mesmo o epicentro da rivalidade entre Johnny e Daniel aparece na série. Ali, interpretada por Elisabeth Shue, faz uma breve e intensa participação na nova temporada, como um presente para os fãs e mais para o próprio Johnny do que para Daniel.

É no mínimo curioso que, no entanto, Daniel não consiga ser o grande mocinho da história, mesmo sendo o protagonista dos filmes. Com a vida de Lawrence sendo aprofundada na série, os produtores conseguiram, de fato, trazer mais visibilidade ao personagem, ainda que LaRusso tenha histórias tão profundas quanto para contar. O carisma de Johnny, de fato, é incomparável e foi desenvolvido com bastante cuidado para a trama. Mesmo com seus comportamentos estacionados nos anos 1980, o personagem jamais seria cancelado em 2021.

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Cobra Kai entregou, nesta temporada, tudo o que já vimos nas anteriores e mais um pouco. A rivalidade entre os dojos e, consequentemente, entre os alunos do Valley, região de Los Angeles onde vivem, permanece firme e forte, fazendo com que todos se tornassem grandes vítimas de John Kreese (Martin Kove), que se apega à violência extrema em seus treinamentos. A vida do personagem, inclusive, é detalhada nestes novos episódios, mostrando como os traumas da vida militar moldaram a sua personalidade um tanto quanto perversa.

Em meio às disputas, a formação e a desconstrução dos vilões, Johnny e Daniel finalmente entendem que será preciso deixar a rivalidade de lado, aceitam a culpa que tiveram na bola de neve que se tornou o problema e uniram forças para destruir o dojo que dá nome à série — ou pelo menos desvincular o título de Kreese de uma vez por todas, já que o próprio slogan diz que "Cobra Kai nunca morre". Esse fechamento fez com que a série amadurecesse junto aos personagens, que ainda precisam tratar de questões que claramente ainda pesam muito em suas vidas pessoais.

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Além de grandes dramas, Cobra Kai entrega cenas de ação empolgantes que trazem um certo nervosismo a quem está do outro lado da tela, uma vez que a rivalidade chega a um nível tão complicado que as lutas acontecem mesmo para machucar, deixando a cultura do caratê e o esporte de lado. As consequências disso são vistas no comportamento de alguns personagens, como o estresse pós-traumático sofrido por Samantha LaRusso (Mary Mouser) e as atitudes extremamente problemáticas e cruéis de Hawk (Jacob Bertrand), que deixou de ser o garoto que sofria bullying para ser o maior abusador da escola.

Em meio a esses acontecimentos, Cobra Kai se mostra ser uma série criada não só para trazer muitas cenas de ação mergulhadas em nostalgia, como também para criar a sua própria história, baseada em questões da atualidade. Não são apenas os personagens de Karate Kid que têm suas histórias continuadas, mas também os jovens, que são construídos como fruto da herança vivida pelos mais velhos. A trama consegue cativar pela sua história empolgante e personagens carismáticos, sem perder o ritmo em nenhum momento sequer, seja nas cenas de luta, seja no drama, no romance, na revolta ou no perdão.

A terceira temporada de Cobra Kai já está disponível na Netflix.