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Crítica Bird Box Barcelona | Nem Mario Casas consegue salvar o filme da chatice

Por| Editado por Jones Oliveira | 18 de Julho de 2023 às 13h20

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Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix
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Se, em 2018, a Netflix e seus assinantes ficaram empolgados com a estreia de Bird Box, estrelado por Sandra Bullock, o desfecho não foi o mesmo com Bird Box Barcelona. Ambientado na cidade da Espanha, o novo filme da franquia chegou ao streaming prometendo expandir a trama com um spin-off que trazia novos elementos, mas acabou decepcionando.

Dessa vez, Bullock sai de cena para deixar Mario Casas brilhar como o protagonista Sebastián, um homem que, após perder a esposa, se junta a outros sobreviventes para encontrar um lugar seguro e se livrar das tais criaturas misteriosas que fazem as pessoas se suicidar com um simples olhar.

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Pelas mãos dos diretores David e Àlex Pastor, Bird Box Barcelona até começa interessante, entregando uma reviravolta do protagonista já na primeira meia hora de tela, mas, aos poucos, volta à mesmice e perde força. O grande (e praticamente único) acerto é que o spin-off usa a religião como ponto central da trama.

Na história, existe uma espécie de seita que tenta fazer com que as outras pessoas tirem suas vendas e vejam as criaturas que eles chamam de anjos. Para os adeptos, eles são enviados de Deus e morrer depois de tê-los visto é a maneira de ter a alma salva.

Até Sebastián cai nessa balela por um tempo, mas logo volta a si. E é justamente essa crítica ao fanatismo religioso e à fé cega dos seus discípulos que marca o ponto alto deste roteiro chato.

Apesar de atrativo, esse argumento não se sustenta por muito tempo e o filme volta a ficar previsível demais. Não dá para negar que os Irmãos Pastor — responsáveis também pelo elogiado A Casa — tentam inovar e se afastar do primeiro longa, especialmente quando trazem uma justificativa científica para as tais criaturas e para a seita, mas ainda assim patinam no roteiro que mescla conceitos mal trabalhados e cenas vazias de significado.

Até mesmo os suicídios recheados de sangue não são grotescos o suficiente para causar alguma emoção mais intensa no espectador. Fica dificíl sentir dó ou apego a qualquer personagem, já que o passado de nenhum deles é trabalhado durante a produção e você não se importa de verdade com ninguém em cena.

Barcelona é pano de fundo e não protagonista

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Outro ponto que chama atenção é que Barcelona não ganha tanta importância na trama quanto prometia. A cidade espanhola funciona apenas como um bom plano de fundo, especialmente quando há cenas gravadas nas antigas igrejas locais, mas se o longa fosse filmado em qualquer outra cidade ou país não faria a menor diferença.

E, por falar em protagonista, Casas agrada em cena, ainda que não tenha saído muito da sua zona de conforto. Seu personagem tem algumas nuances bem trabalhadas e oscila entre mocinho e vilão durante um bom tempo. Além dele, às crianças Alejandra Howard e Naila Schuberth também chamam a atenção como a filha de Sebastián e uma menina que tenta encontrar sua mãe em meio ao caos.

Além delas, Georgina Campbell também se destaca. A atriz que brilhou em Noites Brutais não deixa a peteca cair mesmo nos diálogos mais duvidosos, e encerra a lista de participações relevantes.

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Um filme para ver de olhos fechados

Sem explicar quem são as criaturas misteriosas e sem acrescentar algo à trama que realmente faça valer o tempo do espectador, Bird Box Barcelona é mais um erro da Netflix, que tenta expandir a franquia sem melhorar o conteúdo.

Para que outras versões surjam, é preciso deixar o livro do autor Josh Malerman, que deu origem ao primeiro filme, de lado e mexer muito no roteiro a fim de criar algo minimamente novo e atrativo.

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A versão Barcelona até tentou, mas os personagens não são cativantes, não despertam empatia e nem trazem frescor às cenas. Além disso, o roteiro é morno e são raros os bons momentos de suspense. Ainda assim, a parte final deixa espaço para uma continuação futura ou um novo spin off, algo que dificilmente irá agradar o público. Sendo assim, o assinante pode assistir ao longa de olhos fechados que não estará perdendo muita coisa.