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Como minerar Bitcoin em casa?

Por| Editado por Claudio Yuge | 12 de Agosto de 2021 às 21h00

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Divulgação/MasterTux/Pixabay
Divulgação/MasterTux/Pixabay

Alvos de manchetes ao redor do mundo pelos altos valores que alcança, o Bitcoin chama a atenção não somente por isso. Baseada em um sistema descentralizado e protegido por criptografia (blockchain), a moeda é considerada por muitos como o futuro do mundo financeiro, que dispensaria regulações e a intervenção de órgãos como Bancos Centrais.

Apesar de estar ligado a grandes operações financeiras — e despertar a atenção de bilionários como Elon Musk, chefão da Tesla —, a criptomoeda também se destaca por sua acessibilidade. Qualquer pessoa com uma reserva de dinheiro pode investir nesse mercado, ou se aventurar na mineração de valores para sua conta.

Para isso, é preciso estar atento aos pré-requisitos e desafios que a mineração por conta própria pode trazer. Além de exigir equipamentos poderosos para trazer resultados satisfatórios, o processo vai impactar sobre sua conta de luz e sobre a durabilidade da máquina usada. Em outras palavras, é preciso fazer bem os cálculos para decidir se isso é algo que vale a pena financeiramente.

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O que é minerar Bitcoin?

O que chamamos de minerar é nada menos do que resolver problemas matemáticos complexos em meio a uma corrida com outras pessoas que tentam o mesmo. Quem chegar à solução primeiro ganha direito a 6,25 unidades de Bitcoin — R$ 1,4 milhão na cotação atual —, sendo que um total de 144 moedas novas são criadas a cada dia.

Mesmo que você não se sagre o vencedor dessa corrida (processo cada vez mais difícil), seus esforços ainda serão compensados. Como o Bitcoin é descentralizado, isso significa que os dados sobre transações estão presentes em cada uma das máquinas que operam o sistema, que conferem todas as transações que ocorrem para evitar fraudes — processo que exige um grande poder de computação e premia os intermediários com parcelas de criptomoedas.

O uso do termo mineração se deve às semelhanças com o processo de extração do meio-ambiente de materiais raros, como ouro e diamante. O Bitcoin foi projetado para trabalhar com uma quantidade limitada de moedas — 21 milhões, das quais 18,6 milhões já foram extraídas —, algo que só deve se concretizar em 2140.

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Quais equipamentos preciso para minerar?

Mesmo que você tenha um computador top de linha, com uma CPU poderosa e a linha mais recente de placas de vídeo da AMD ou da Nvidia, usá-lo para minerar Bitcoins dificilmente vai trazer bons resultados. Isso porque um dos elementos essenciais para ter lucratividade nesse mercado é ter acesso à energia barata — algo que não é uma realidade para o Brasil atual.

Assim, o ideal é ter um aparelho conhecido como ASIC Miner, que traz características de hardware voltadas para a mineração de criptomoedas. Além de serem mais eficientes que peças genéricas, dispositivos do tipo também consomem uma quantidade menor de energia elétrica, tornando mais lucrativos os resultados obtidos.

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Fique atento ao fato de que essas são máquinas caras, sendo que os modelos mais acessíveis ficam na casa dos R$ 10 mil no Brasil. As versões internacionais também são salgadas, custando entre US$ 10 mil e US$ 15 mil (R$ 50 mil a R$ 75 mil) e mesmo as mais eficientes vão demorar alguns meses de mineração para se pagarem e gerarem lucros.

Como minerar de forma individual é um processo dispendioso, quem pretende investir nesse mercado também pode recorrer aos chamados pools de mineração para aumentar seus ganhos. Na prática, eles são grupos de trabalho que unem o poder de diferentes máquinas e aumentam as chances de obter um bloco da criptomoeda — qualquer lucro é dividido de forma proporcional com a contribuição de cada máquina ao processo.

Carteiras de Bitcoin

Após investir no equipamento necessário, você vai precisar configurar uma carteira virtual par armazenar seus ganhos e fazer transações. Elas também permitem gerenciar seus endereços de Bitcoin através de uma chave pública que serve como sua identidade (pense nos números de conta de uma agência bancária) no mundo da criptomoeda.

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Enquanto as chaves públicas podem ser conhecidas por qualquer pessoa — e a característica aberta do Bitcoin significa que todos podem ver as transações que você fez —, as carteiras também concedem uma chave privada que deve ser guardada com grande segurança. Ela funciona como a senha de sua carteira, e somente com ela você vai poder movimentar os valores que acumulou.

Há diversas opções de carteiras de Bitcoin (e outras criptomoedas), sendo algumas totalmente baseadas no ambiente online e outras que usam hardware para conferir uma camada adicional de segurança ao usuário. Sites como o Bitcoin.org possuem sistemas que sugerem a opção mais viável dependendo de seu nível de experiência com o mercado e quais os recursos de segurança e comodidades que considera indispensáveis.

Programas de mineração

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Agora que você já tem o hardware em mãos e uma carteira onde armazenar seus ganhos, é hora de escolher o software de mineração. Além de assegurar a conectividade de sua máquina com a rede blockchain, muitos programas também trazem estatísticas sobre os rendimentos médios de seu trabalho e estatísticas sobre sua máquina, como a temperatura atual e o poder de processamento usado.

Confira alguns exemplos de programas disponíveis:

  • CGMiner: um dos mais antigos softwares de mineração, ele foi escrito em C e é compatível com a maioria dos hardwares. O programa se baseia em uma única linha de comando e traz recursos de controle de ventoinhas de resfriamento, monitoramento de desempenho e capacidades de uso de interfaces remotas;
  • BFGMiner: conhecido pela customização, ele também é escrito em C e possui compatibilidade com hardwares FPGA/ASIC, trazendo opções completas de monitoramento. A interface pode ser pouco chamativa, mas ele é conhecido pelo foco na eficiência e permitir ajustes finos de todas as etapas do processo (contanto que você saiba o que está fazendo);
  • EasyMiner: uma boa opção para quem está começando no mundo da mineração, o Easyminer é um programa opensource que aposta em uma interface gráfica e intuitiva como seu diferencial. Com suporte para mineração miner, cudaminer, ccminer, cgminer e ASIC para o Bitcoin, ele permite customizar se você quer trabalhar de forma individual ou dentro de um pool. Sua principal desvantagem em relação a outras opções é o fato de trabalhar exclusivamente com o Windows;
  • Awesome Miner: opção para quem tem mais de uma máquina dedicada à mineração do Bitcoin, ele tem suporte para mais de 50 engines, incluindo nomes como Ccminer, Bminer, XMRIG AMD Miner, SRBMiner e SgMiner. Compatível com Windows e Linux, ele também possui uma interface online que permite o acesso por smartphones, tablets e outros aparelhos eletrônicos.

Vale a pena minerar em casa?

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Agora que você sabe o que preciso para minerar Bitcoins por conta própria, é hora de fazer alguns cálculos antes de colocar seu plano em prática. Mesmo que você tenha os recursos necessários para investir nos equipamentos necessários, não vale a pena colocá-los em operação se isso só vai resultar em prejuízos.

Para ajudar a tomar essa decisão, páginas como a NiceHash têm calculadoras nas quais você insere detalhes dos hardwares usados e do valor cobrado pelo uso da energia elétrica em sua região. Ao final, ele dá uma previsão de qual lucro você pode ter ao final de uma semana ou um mês — deixando de fora possíveis reinvestimentos que precisão ser feitos em aparelhos desgastados.

Mesmo que tudo pareça positivo, é preciso levar em conta que, no estado atual da Bitcoin, a moeda não é exatamente lucrativa para mineradores individuais. A mineração da criptomoeda virou um negócio gigantesco ao qual empresas dedicam verdadeiras fazendas de dispositivos que, sozinhos, podem superar os 400 pontos de hashrate (velocidade com a qual sua máquina consegue processar dados) — no melhor cenário, um PC doméstico chega a uma pontuação máxima de 90.

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Dessa forma, outras alternativas podem se mostrar mais interessantes para quem deseja investir nesse mercado: em vez de minerar por conta própria, por exemplo, você pode investir na bolsa de valores em empresas especializadas em realizar esse processo. Também vale a pena olhar para outras criptomoedas em vez do Bitcoin: apesar de terem avaliações menores, nomes como Ether, ZCash, Monero e até mesmo a moeda meme Bitcoin permitem usar hardwares mais modestos em suas minerações e podem representar um investimento mais atraente para seu perfil.

Fonte: The Balance, Bitcoin.org, Investidor Sardinha, NiceHash