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Streaming: hábito x escolha

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Pixabay/kreaticar
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Há alguns anos, streaming era sinônimo de Netflix e abrir mão da sua TV por assinatura estava fora de cogitação. A programação que ela apresentava te bastava, ampliando e complementando a oferta da TV aberta, e sentar no sofá para aguardar o momento de assistir a um reality show ou a um programa de culinária era simplesmente parte da rotina.

É impressionante constatar que o streaming é, sim, Netflix, mas também uma infinidade de outros canais, com variedade de conteúdo de qualidade a preços mensais a partir de R$ 0. Isso mesmo: zero. A TV por assinatura, neste cenário, passa a ser um item supérfluo — portanto caro — para o entretenimento da população. Não à toa, a redução de assinantes de TV paga foi de mais ou menos 7% no ano passado. A mudança mais significativa, porém, está em esperar.

Com a informação circulando em vários meios, com segundas e terceiras telas a pleno vapor e conteúdo disponível on demand, alguém ainda obedece a hora de ir ao ar do programa esportivo com as notícias de seu time de coração ou da sua série favorita?

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No PayTV Fórum, tradicional evento da indústria de TV realizado em agosto em São Paulo, o moderador Salustiano Fagundes, no painel sobre a evolução dos serviços OTT e as ofertas atuais, trouxe uma reflexão que resume bem os novos tempos — ou a Era do Streaming: broadcast é hábito, streaming é escolha.

Segundo números e estatísticas apresentados pelos participantes deste mesmo debate — representantes da Claro, do Globoplay e da Roku —, o streaming é um caminho sem volta. Alguns ainda lutam para combatê-lo, no sentido de que não querem sucumbir a essa onda, mas a verdade é que quem não quiser surfá-la vai acabar engolido. E embaso este argumento: apenas 13% dos respondentes de um estudo da Nielsen dizem preferir a TV tradicional, enquanto 87% confirmaram sua preferência pelo streaming. E isso não quer dizer que não seja possível consumir a chamada TV tradicional, que entendo com os ótimos canais da TV aberta, onde? No streaming! O próprio Globoplay tem a programação ao vivo da TV Globo disponível. Assim como vários outros serviços também oferecem esse lineup.

Retornando ao hábito e à escolha, de acordo com pesquisas, 55% dos entrevistados consomem agora mais televisão do que antes da chegada do streaming e 45% responderam que os serviços de streaming mudaram sua maneira de assistir TV. Nada disso, ao que parece, estaria se movendo se não fosse a oferta de conteúdo. É ele o maior atrativo para o consumidor, que também avalia comodidade (via qualidade e adequação do hardware, ou seja, se sua smart TV está sendo atualizada ou se o dispositivo de streaming entrega o que você espera) e preço. Os números corroboram: 73% dizem encontrar mais e melhor conteúdo no streaming do que na TV tradicional e 83% revelam que se tivessem que escolher apenas um serviço, optariam pelo streaming.

A grande oferta de serviços de streaming que disponibilizam séries, programas de TV, programas alternativos, filmes novos ou antigos, esportes, documentários, eventos ao vivo ou qualquer coisa que o usuário deseje assistir no momento que tem vontade ou está livre garante ao streaming o primeiro lugar na preferência do usuário. Até que uma tecnologia ou modalidade de consumo de conteúdo para TV crie outra disrupção no mercado, é o triunfo da escolha em cima do hábito.