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The Flash | Como o filme se encaixa no futuro do DCU?

Por| Editado por Jones Oliveira | 19 de Junho de 2023 às 21h00

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Reprodução/Warner Bros.
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Mais do que a produção conturbada ou as polêmicas envolvendo o ator Ezra Miller, a maior dúvida em torno do novo The Flash é como ele se encaixa no futuro da DC. Com a Warner recomeçando sua cronologia de super-heróis com o vindouro Universo Cinematográfico da DC (DCU, na sigla em inglês), o longa do Homem Mais Rápido do Mundo se tornou uma enorme incógnita sobre seu papel nisso tudo. Ele é o fechamento dessas histórias, o início de uma nova fase ou uma aventura de transição?

Embora faça parte do antigo Universo Cinematográfico Estendido da DC (DCEU), o fato de a sua trama brincar com o multiverso e misturar outras cronologias do estúdio em um único roteiro abre espaço para que a dúvida seja bastante pertinente — algo que o marketing usou a seu favor.

Atenção! Este texto traz spoilers de The Flash!

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E, agora que The Flash finalmente estreou nos cinemas, chegou a hora de descobrir como ele se encaixa nessa história toda. Até porque a solução encontrada pelo diretor Andy Muschietti foi propositalmente feita para fazer os fãs discutirem o que está por vir.

Como The Flash acaba

Toda a trama de The Flash gira em torno das intervenções de Barry Allen (Ezra Miller) na linha do tempo, o que resulta em mudanças radicais na realidade. Na tentativa de impedir a morte da sua mãe, ele volta ao passado e faz com que o universo que ele conhecia seja drasticamente alterado. É dessa forma que o Batman deixa de ser Ben Affleck para se tornar a versão de Michael Keaton — entre outras mudanças.

E a aventura acaba com Barry entendendo que há certas coisas no universo que são verdades universais, eventos fixos que não podem ser alterados. É aquela ideia de destinos que What If…? chama de ponto absoluto e Homem-Aranha Através do Aranhaverso de eventos canônicos e que se traduz aqui tanto como a morte do Bat-Keaton e da Supergirl (Sasha Calle) pelas mãos do General Zod (Michael Shannon) como a própria perda da sua mãe.

Ao se dar conta disso, ele volta no tempo mais uma vez para impedir que ele próprio interfira nos fatos. Assim, ele condena sua mãe a morrer e há toda uma cena muito bonita de despedida entre eles.

Só que há um detalhe importante aqui: mesmo sabendo que era preciso corrigir essas alterações para garantir a estabilidade do multiverso, Barry faz uma mudança. Ele coloca as latas de tomates do supermercado em uma prateleira mais alta para que a câmera de segurança conseguisse filmar o rosto de seu pai, o que seria usado de prova em 2023 para inocentá-lo da acusação de matar a esposa.

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É essa intervenção que ele faz que gera a ambiguidade desse final. Embora o presente pareça inalterado quando o Flash volta, logo vemos que as coisas não voltaram tão ao normal assim: quando Bruce Wayne entra em cena, vemos que ele não é mais a versão de Ben Affleck, mas de George Clooney — em uma brincadeira com o filme Batman & Robin, de 1997.

O que o final significa?

Existem duas formas de encarar o final de The Flash. Caso a gente entenda o longa como o fechamento do DCEU e a despedida desses personagens, o final é apenas uma piadinha com a história da DC nos cinemas. Colocar Clooney como o Batman é um chiste divertido para mostrar como esse universo segue caótico. Afinal, no fim das contas, Barry não arrumou nada.

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Como não há qualquer gancho dizendo que o herói vai tentar corrigir isso também ou coisa do tipo, é aquele gracejo que fecha tudo. Até mesmo a cena pós-crédito traz esse tom mais engraçadinho com o Velocista Escarlate tendo que socorrer o Aquaman (Jason Momoa) em um bar.

Isso tudo porque The Flash é um filme bastante autocontido. Ele faz menções aos demais longas da DC, mas não se preocupa em deixar ganchos para o futuro — algo com o qual a Warner nunca soube trabalhar direito, vide o Lex Luthor e o Exterminador em Liga da Justiça. Caso a ideia seja descartar essa história e essas versões dos personagens, tudo bem.

The Flash e o futuro DCU

Mas qual a ambiguidade existente? Pois bem, o simples fato de termos Clooney como Bruce Wayne já revela que o DCEU não existe mais e que ele foi transformado em outra coisa por causa das intervenções de Barry — o que pode significar que ele pode ter sido o reset para criar o DCU de James Gunn e Peter Safran.

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Uma explicação possível para isso é a teoria do macarrão que o Bat-Keaton apresenta. Como ele fala, os efeitos do tempo não são lineares como em De Volta para o Futuro, mas caótico como uma macarronada e isso pode implicar que a simples mudança na posição dos tomates mexeu tanto em quem é o Bruce Wayne a partir daquele momento como abriu espaço para que o DCU se desenvolva como veremos no futuro.

Assim, caso a Warner decida dar continuidade a esse Flash e manter Ezra Miller no papel de Barry Allen, o filme deixa a porta aberta para que isso aconteça e o herói seja reaproveitado no novo universo.

Até porque a cena pós-crédito explica que o Velocista Escarlate seguiu visitando outras realidades. Em sua conversa com Aquaman, ele diz que visitou outros mundos e viu outros Bruce Wayne e que todos eles eram o Batman — reforçando a ideia dos eventos fixos. E essa fala pode indicar outras coisas.

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A primeira delas é que a realidade que vemos no final do filme não é a definitiva ou mesmo que não será aquela que o DCU vai ser desenvolvido. Se Barry passou a transitar por entre mundos, a Terra com o Bat-Clooney pode ser apenas mais uma delas e o herói acabou se tornando uma espécie de anomalia temporal, alguém perdido entre o multiverso já que a sua própria linha foi distorcida.

Parece exagero, mas é o tipo de coisa que acontece nos quadrinhos do Flash. Durante a saga Renascimento, por exemplo, vemos que o herói Wally West ressurgiu no mundo depois de passar anos perdido na Força de Aceleração e que essa distorção fez, inclusive, com que todo mundo esquecesse da sua existência. É o tipo de explicação que funcionaria para reinserir o velocista no vindouro DCU.

O ponto é que, até agora, não sabemos como e se há o interesse em fazer isso. James Gunn falou algumas vezes que a possibilidade não estava descartada, dando a entender que o desempenho de The Flash nos cinemas poderia ditar o futuro do personagem no cinema. Assim, a depender da bilheteria do longa nas próximas semanas, a resposta sobre fim ou recomeço pode aparecer.

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Outro elemento que pesa nisso tudo é que o diretor Andy Muschietti foi confirmado para comandar O Bravo e o Destemido, o novo filme do Batman dentro do DCU. E, levando em conta o cronograma, ou ele teria que abrir mão de um possível The Flash 2 ou o Velocista Escarlate só ganharia uma sequência depois de 2025 — o que poderia implicar em uma mudança no ator que faz Barry Allen.

De qualquer forma, o que importa é que, neste momento, não há nada definitivo. The Flash usa muito bem a ambiguidade a seu favor para se manter tanto como fechamento de um universo como início de outro e essa conclusão aberta é perfeita para manter a história viva entre os fãs.