Mistério babilônico de 2.700 anos é solucionado por arqueólogo
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Um arqueólogo especializado na Assíria diz ter solucionado um enigma de 2.700 anos envolvendo figuras pintadas em templo milenar de uma antiga cidade no atual Iraque. O local em questão era chamado de Dūr-Šarrukīn, onde, durante o reinado de Sargão II, da Assíria (721 a.C. — 704 a.C.), diversos símbolos foram gravados em uma série de templos locais.
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Martin Worthington, da Universidade Trinity, avaliou cinco símbolos — um leão, uma água, um touro, uma figueira e um arado — que ganharam o mundo quando escavadores franceses os reproduziram em desenhos após seu achado, no século XIX. Eles foram comparados aos hieróglifos egípcios, mas seu significado era desconhecido. Não mais, segundo Worthington.
O significado dos símbolos assírios
De acordo com o arqueólogo, a sequência de símbolos representaria o nome do monarca, Sargão — šargīnu — soletrado na língua assíria. No mesmo sítio arqueológico, há outros templos com apenas três dos símbolos desenhados, no caso, o leão, a figueira e o arado, que, de acordo com o cientista, também soletrariam o nome do rei.
Para dar mais suporte à teoria, Worthington aponta que os elementos também podem ser lidos como constelações. O leão representaria a constelação de Leo, enquanto a águia seria Aquila. Muitos dos conceitos e nomes assírios para as estrelas são os mesmos da astronomia moderna, já que as constelações vieram da Mesopotâmia ao ocidente através dos gregos.
Já a figueira representa a Constelação da Mandíbula, que não possui um equivalente moderno. O nome vem da proximidade das palavras no antigo assírio: “iṣu” é a palavra para árvore, enquanto “isu” signifca mandíbula.
Usar os símbolos para escrever o nome de Sargão, então, “imortalizaria” o monarca nas estrelas, colocando-o nos céus. A poderosa mensagem ecoaria nos templos, prática comum para outros líderes através dos tempos. A antiga Mesopotâmia, que fica no atual Iraque e países fronteiriços, abrigou babilônios, assírios e sumérios, e foi berço da escrita, que surgiu na região há cerca de 3.400 a.C.
Embora Worthington não consiga provas concretas do significado dos símbolos, a interpretação, segundo ele, funciona ao explicar tanto a sequência de cinco elementos quanto a de três, e, ao abarcar o significado cultural forte das constelações, faz tudo parecer mais factível. A chance de ser apenas uma coincidência, é, segundo um trocadilho do próprio autor, “astronômica”.
Fonte: Bulletin of the American Society of Overseas Research