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Fóssil de ancestral dos pterossauros é encontrado no Rio Grande do Sul

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Ogmios/CC-BY-S.A-3.0
Ogmios/CC-BY-S.A-3.0

Cientistas brasileiros descreveram um réptil das antigas — é o ancestral mais próximo dos pterossauros já encontrado, com 230 milhões de anos e garras parecidas com as de Edward, Mãos de Tesoura, que teriam sido usadas para subir em árvores. O "fóssil brasileiro" da criatura foi encontrado em São João de Polêsine, no Rio Grande do Sul, e a espécie ganhou o nome de Venetoraptor gassenae.

O contemporâneo dos dinossauros teria vivido no período Triássico, entre 252 milhões e 201 milhões de anos atrás, usando seu bico grande e afiado e suas garras para coletar frutas e pequenos animais, como lagartos, segundo contou o autor principal da pesquisa, Rodrigo Müller, ao site Live Science.

Como era o ancestral dos pterossauros

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No sítio arqueológico gaúcho, os cientistas encontraram diversos fragmentos do esqueleto de V. gassenae, pelos quais foi possível estimar seu tamanho — 70 cm de altura e um metro de comprimento. O fóssil específico usado na descrição do réptil sugere que ele era adulto quando faleceu, há milhões de anos.

O animal tinha uma cauda longa e uma penugem felpuda e pertenceu à família Lagerpetidae, ou lagerpetídeos, precursores dos voadores pterossauros, também chamados de pterossauromorfos. Um quarto dedo alongado no fóssil do V. gassenae, que nunca havia sido visto em um lagerpetídeo, sugere que ele era muito mais próximo aos pterossauros do que seus parentes. Segundo Müller, esse dedo extra formou as asas nos descendentes alados da espécie.

Acredita-se que os lagerpetídeos tenham sido menos diversos anatomicamente do que os pterossauros e os dinossauros, mas o novo animal veio para desafiar essa noção. Ao analisar o tamanho e o formato de V. gassenae, junto a 18 outros dinossauros e 10 pterossauros, bem como seus precursores reptilianos, se concluiu que os lagerpetídeos eram tão diversos quanto seus parentes voadores — e mais diversos do que os dinossauros do Triássico.

O V. gassenae foi encontrado na região do sítio Buriol, onde foram encontrados os dinossauros mais antigos do mundo, cheia de sedimentos do Triássico que ainda podem guardar diversos segredos das criaturas do passado. O nome do réptil, inclusive, faz referência ao local — em São João do Polêsine, há um local turístico chamado Vila Vêneto, que se juntou à palavra para predador (raptor).

gassenae é homenagem a Valserina Maria Bulegon Gassen, fundadora do Cappa/UFSM, Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da Universidade Federal de Santa Maria, do qual Müller é diretor. O V. gassenae ficará exposto no Cappa junto com os materiais encontrados no sítio arqueológico gaúcho onde ele estava.

Fonte: Nature com informações de Live Science e Folha de S. Paulo