Fóssil de dinossauro predador pequeno é encontrado no interior de São Paulo
Por Lillian Sibila Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Foi encontrado, no interior de São Paulo, um osso fossilizado da vértebra de um abelissaurídeo, um exemplar adulto do período Cretáceo (145 a 66 milhões de anos atrás). O fóssil, vindo do meio da cauda do dino em questão, não traz informações o suficiente para a atribuição de um nome científico ao achado, mas permite atribuir o bicho a um grupo específico (o dos abelissaurídeos).
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As análises sobre o exemplar foram publicadas na revista científica Journal of South American Earth Sciences, feitas pelos paleontólogos da USP de Ribeirão Preto Rafael Delcourt e Max Cardoso Langer. Junto ao dinossauro em questão, foram encontrados também restos fossilizados de tartarugas e ancestrais dos crocodilos, todos no município de Osvaldo Cruz, no noroeste paulista.
Nanico brasileiro
Os abelissaurídeos estavam entre os principais predadores do final do Cretáceo no Brasil — eles tinham uma silhueta semelhante à dos T. rex, com mandíbulas poderosas e braços minúsculos, travados para trás, "quase vestigiais", nas palavras dos cientistas responsáveis pela pesquisa.
O grupo de dinossauros tinha uma certa diversidade, sendo que os maiores abelissauros, os Pycnonemosaurus, chegavam a 9 metros de comprimento. Em comparação aos parentes maiores, o dono da vértebra fossilizada em questão era baixinho: os cálculos dos pesquisadores o colocam em 3,4 metros de comprimento, tamanho semelhante ao de alguns jacarés e crocodilos da atualidade.
A maior parte dos abelissaurídeos da América do Sul foi encontrada na Patagônia, sendo que os exemplares brasileiros consistem principalmente de coroas dentárias e ossos isolados. Poucas das espécies encontradas até o momento receberam nomes formais — o achado recente, inclusive, indica uma variação maior do que se pensava no tamanho desse grupo de dinos.