Com 4.100 anos, tumba de médico dos faraós é achada no Egito
Por Lillian Sibila Dala Costa |

Foi encontrada, no sítio arqueológico de Saqqara, no Egito, a tumba de um antigo médico chamado Tetinebefou — vivendo há 4.100 anos, ele tratou o próprio faraó de sua época, juntando várias especialidades de saúde e sendo um dos poucos profissionais da área a surgir em escavações do tipo no país.
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A tumba do doutor, segundo os pesquisadores responsáveis, já foi saqueada, com quase todos os itens já tendo sido levados, inclusive quaisquer restos mortais que lá haviam. O que sobrou foram pinturas nas paredes e escritos hieróglifos, através dos quais foi possível descobrir o status social do médico e saber quais ferramentas usava, já que estavam retratadas no ambiente.
Um médico, várias especialidades
Tetinebefou tinha o título de “conjurador da deusa Sélquis (ou Serquet)”, associada aos escorpiões, que se acreditava proteger contra ferroadas do animal. Isso, de acordo com o egiptólogo da Universidade de Genebra, Philippe Collombert, responsável pela escavação, indica que o médico teria sido especialista em mordidas e ferroadas venenosas.
Outros trechos descrevem o especialista como “diretor de plantas medicinais”, algo visto somente em uma outra descoberta do Egito Antigo. Ele também foi chamado de “dentista chefe”, outro título raro nos registros arqueológicos. Com tudo isso, Tetinebefou provavelmente foi o melhor profissional de sua área, certamente o médico principal da corte, tratando o próprio faraó.
A tumba do médico foi decorada com pinturas coloridas retratando diversos recipientes, como jarros e vasos, além de imagens abstratas e formas geométricas. Não se sabe exatamente quais faraós Tetinebefou tratou, mas, pela idade da tumba, é provável que tenha sido Pepi II, que reinou entre 2246 e 2152 a.C., ou um ou dois faraós após o monarca.
Durante seu reinado, o Egito ainda estava unido e construía pirâmides, mas, após a administração, nomarcas (governadores) passaram a ter cada vez mais poder, gerando o que egiptólogos chamam de Primeiro Período Intermediário (2150 - 2030 a.C.), fragmentando o país.
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