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Faxina em templo egípcio revela pinturas incríveis sob camada de fezes

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Ahmed Amin/Ministry of Tourism and Antiquities
Ahmed Amin/Ministry of Tourism and Antiquities

Arqueólogos da Universidade de Tübingen, na Alemanha, estão trabalhando na conservação e documentação de um templo egípcio em Esna, a 60 quilômetros de Luxor, antiga Tebas, dedicado ao deus Quenúbis, associado à água e fertilidade. Até o momento, foram descobertas 46 representações de deuses do antigo Egito, anteriormente cobertas por camadas de fuligem e fezes de pássaro.

As cenas foram inseridas em afrescos no teto do templo, cuja idade estimada é de 2.200 anos. Os hieróglifos indicam que o local foi usado por quase 400 anos, entre o reinado do faraó Ptolomeu VI (180 a 145 a.C.) e do imperador romano Décio (249 a 251 d.C.). Após esse período, no entanto, o templo foi abandonado e coberto em sujeira trazida pelas intempéries e animais locais.

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Faxinando o templo

Para remover a fuligem e as fezes, a equipe teuto-egípcia utilizou álcool, que revelou as vívidas cores originais. Com isso, foi possível descobrir que as pinturas retratavam Necbet, uma deusa com aparência de abutre, e Wadjet (ou Uto), uma divindade com cabeça de cobra e alada. Necbet é representada utilizando a coroa do Baixo Egito, enquanto Wadjet veste a do Alto Egito, regiões históricas do país: as deusas eram referidas, por vezes, como as "duas senhoras".

Segundo os cientistas, a glória das cores utilizadas nas representações das duas senhoras era ainda desconhecida aos especialistas, o que também impedia que fossem estudadas. As divindades em questão eram frequentemente representadas como deidades protetoras, com destaque para a coloração que levam.

Apenas o vestíbulo do templo resistiu até os dias atuais, medindo 37 m de comprimento, 20 m de largura e 15 m de altura. É possível que os antigos egípcios tenham construído o vestíbulo algum tempo depois das outras partes do templo, segundo os especialistas.

Os trabalhos de limpeza e conservação dos afrescos continuam: até o momento, pouco mais da metade do teto e oito das 18 colunas foram limpas, conservadas e documentadas. A equipe é liderada por Hisahm el-Leithy, do Ministério Egípcio de Turismo e Antiguidades, e Ahmed Emam, também do ministério, inspeciona os trabalhos de limpeza.

Fonte: Universidade de Tübingen