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Cientistas analisam crânio de Homo erectus com menor capacidade da história

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Pixabay/Domínio Público
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Cientistas do Centro Nacional de Investigación sobre la Evolución Humana (CENIEH) publicaram, recentemente, uma análise do crânio de 1,5 milhão de anos conhecido comoc DAN5/P1, encontrado no sítio arqueológico de Gona, na Etiópia. No trabalho, Emiliano Bruner e Sileshi Semaw, paleoneurologista e arqueólogo, respectivamente, definem os restos como tendo pertencido a um Homo erectus, especificamente nos estágios iniciais de sua evolução africana, quando é por vezes chamado de H. ergaster.

Mais importante do que as identificações de espécie foram as análises cranianas. O fóssil é bem pequeno para os grupos hominínios, o que sugere uma morfologia cerebral que não tem traços distintivos do gênero humano. Proporcionalmente, seu tamanho é mais próximo dos australopitecos, ou espécies cuja posição evolucionária não é clara, bem como sua ligação com nossa própria linhagem não pode ser definida — o mesmo ocorre com o Homo habilis.

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Por que é difícil diferenciar espécies humanas?

O crânio DAN5/P1 é mais arredondado e menos alongado do que os de H. erectus posteriores, um provável resultado da arquitetura craniana, sem relação com as proporções do córtex cerebral, segundo os cientistas. Isso é importante por conta do nosso entendimento da evolução das espécies dentro do gênero humano.

Em outras palavras, a análise confirma que não temos, ainda, evidências de uma divisão clara que possa estabelecer a origem da anatomia cerebral nos humanos, ou pelo menos não com o que podemos observar nos registros fósseis encontrados até agora. A maioria das diferenças na anatomia do cérebro entre as primeiras espécies humanas estão no tamanho médio do encéfalo, inclusive na comparação entre humanos e australopitecos.

Um dos motivos possíveis para a dificuldade de encontrar diferenças cerebrais na evolução dos Homo está na ausência de diferenças macroscópicas — ou seja, grandes — no córtex, nas limitações de amostras fósseis e na complexidade de interpretar a morfologia do órgão apenas por traços internos deixados no crânio. Não temos, é claro, um cérebro preservado dos nossos ancestrais e primos evolutivos para comparações mais profundas.

Por fim, há a possibilidade de que as mudanças cerebrais nas espécies não podem, no fim das contas, serem detectadas a partir da anatomia geral, mas sim no nível celular e de tecidos, se apresentando nas conexões neurais ou neurotransmissores, por exemplo. Isso, é claro, seria mais difícil ainda de se descobrir, já que os Homo sapiens representam a única espécie restante do gênero humano.

Fonte: American Journal of Biological Anthropology