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Cabeças de 9 crocodilos são encontradas em tumbas egípcias de 4.000 anos atrás

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Janeiro de 2023 às 20h45

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P. Chudzik/PCMA UW Asasif Project
P. Chudzik/PCMA UW Asasif Project

Arqueólogos que trabalhavam na necrópole do vale norte de Asasif, no oeste do sítio de Tebas, encontraram 9 cabeças de crocodilo armazenadas em duas tumbas da elite egípcia do passado. O local fica próximo ao Templo de Hatshepsut, um dos locais mais importantes de Luxor em termos arqueológicos.

O achado é importante pois, até o momento, não haviam sido encontrados túmulos contendo restos dos répteis no Egito, embora múmias de crocodilo já tenham sido localizadas em templos. Eles foram encontrados em duas tumbas dos mais importantes oficiais imperiais de sua época. Um deles era Cheti, servidor do faraó Mentuotepe II, que reinou de 2055 a 2002 a.C., e o outro, um vizir da mesma corte cuja identidade ainda não foi desvendada.

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Crocodilos no Egito antigo

A equipe de arqueólogos poloneses que trabalhava no sítio já mirava nessas tumbas desde 2013. Eles comentam que as cabeças de crocodilo não estavam mumificadas, e, na verdade, apenas haviam sido enroladas em tecidos funerários, sem nenhum tratamento embalsamatório adicional. Elas seriam parte do equipamento funerário e teriam funções mágicas nos túmulos.

Os crocodilos viviam no Egito até meados do século XX, quando a Represa Alta de Assuã foi construída no sul do país. No Egito antigo, esses animais eram venerados e temidos, descansando nos bancos do rio Nilo e atacando vítimas, inclusive humanas, em seus canais fluviais. Sua importância era tamanha que havia uma deidade representada como um homem com cabeça de crocodilo, Sobek — às vezes chamado de Sobek-Rá, uma divindade solar das mais importantes na mitologia egípcia.

Escritos egípcios revelam que o povo antigo acreditava que Sobek protegeria as tumbas que contivessem cabeças de crocodilo, ajudando o falecido em sua jornada pelo além-vida. Na verdade, os restos dos répteis não foram encontrados nos túmulos, mas sim em pilhas de entulho deixadas por exploradores do passado: há 100 anos, os objetos não eram considerados de valor, ao contrário de joias, esculturas e objetos do cotidiano.

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Ao encontrar itens como cabeças de crocodilo, então, os pesquisadores simplesmente os descartariam como entulho, o que dificulta sua localização pelos arqueólogos modernos. Acredita-se que as tumbas de egípcios mais abastados teriam os itens, mas não todas. O encontro de mais restos dos répteis em uma terceira tumba confirmou essas suspeitas. Os ossos pertenciam a espécimes jovens e adultos, de 2 a 4 metros de comprimento — apenas fragmentos de mandíbulas e dentes foram achados, então não se sabe como teriam sido decapitados.

Fonte: Journal of African Archeology