Assentamento da Idade do Bronze é descoberto em oásis árabe
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Arqueólogos encontraram, no Oásis de Khaybar, na Arábia Saudita, um assentamento da Idade do Bronze que revelou coisas muito interessantes à ciência — uma delas é que os povos da região demoraram para se urbanizar, ao contrário dos povos do Egito e Mesopotâmia, seus contemporâneos.
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O antigo povoado fica próximo à atual cidade de Al-’Ula, no oeste saudita, e foi chamada de “al-Natah” pelos cientistas. São cerca de 1,5 hectares (15 km²) que incluem um distrito central cercado por bairros residenciais, tudo envolvido por rampas protetivas, como muros. Sua ocupação teria começado em cerca de 2400 a.C., com apenas 500 habitantes.
Sedentarismo na Península Arábica
Publicado na revista científica PLOS One na última quarta-feira (30), o estudo descreveu vários achados na área residencial do antigo assentamento, incluindo cerâmica e pedras de amolar, bem como ruínas de pelo menos 50 casas feitas de terra e materiais similares.
No centro, duas construções provavelmente serviram como áreas administrativas, e, no oeste do centro, foi achada uma necrópole. Nela, há tumbas circulares largas e altas, chamadas pelos pesquisadores de “tumbas de torres em degrau”.
Não foram encontradas evidências de escrita no local, mas há alguns traços de cereais, o que sugere que a população tinha plantações na região, com base em achados similares em outros sítios arqueológicos.
A cidade tinha um muro de 14,5 quilômetros de extensão ao seu redor, protegendo os habitantes de invasões por povos nômades. O local foi abandonado entre 1500 e 1300 a.C., mas não se sabe, ainda, o motivo.
Na época em que a cidade foi habitada, metrópoles floresciam no Egito e na Mesopotâmia, bem como no leste do Mediterrâneo. Combinada com outros achados, al-Natah indica que a península arábica se urbanizou em um ritmo mais lento, já que suas cidades estavam em uma fase de transição conhecida como “baixa urbanização”.
Isso quer dizer que os assentamentos transicionavam entre o pastoralismo, quando povos nômades ainda seguiam os rebanhos enquanto andavam pelos pastos para se alimentar, e povoados mais complexos. Geralmente, as cidades da península arábica eram pequenas, com redes de rampas ao redor de grandes oásis locais.
Fonte: PLOS One, Journal of Archaeological Sciences: Reports