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Pessoa mais poderosa da Idade do Cobre na Ibéria era uma mulher

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Julho de 2023 às 13h20

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Cintas-Peña, Luciañez-Trivino et al./Scientific Reports
Cintas-Peña, Luciañez-Trivino et al./Scientific Reports

Após analisar os ossos do túmulo da pessoa de maior status social da Idade do Cobre, na Ibéria, pesquisadores descobriram que o indivíduo enterrado ali era, na verdade, uma mulher — recebendo, agora, o título de "Dama do Marfim". Junto aos seus restos, estava a maior coleção de itens raros e valiosos da região, como presas de marfim, lâminas de sílex da mais alta qualidade, casca de ovo de avestruz, âmbar e uma adaga de cristal. Tudo isso indica uma posição muito alta na sociedade da época, na verdade, a mais alta.

A sepultura havia sido descoberta em 2008, na cidade de Valencina, na Espanha, e foi datada entre 3.200 e 2.200 anos atrás — ou seja, na Idade do Cobre, ou Calcolítico, que se seguiu ao Neolítico (ou Idade da Pedra Polida). Além de ser um exemplo raro de túmulo com apenas um ocupante, as riquezas abundantes também indicavam alguém que ocupava as mais altas posições na hierarquia social. Anteriormente, se pensava tratar de um jovem rapaz entre 17 e 25 anos.

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Agora, uma análise de peptídeos feita nos dentes retirados dos restos mortais do indivíduo enterrado na rica sepultura revelaram seu sexo, conforme foi reportado em um artigo científico publicado no periódico Scientific Reports.

CSI da Idade do Cobre

O método utilizado para saber mais sobre o indivíduo enterrado na Ibéria foi bastante minucioso — foi verificada a presença da proteína amelogenina nos dentes, que forma o esmalte e apresenta dimorfismo sexual, ou seja, é diferente em homens e mulheres. Isso foi possível graças à análise de peptídeos da amelogenina, tanto em um dente molar quanto em um incisivo.

Isso mostrou a presença do gene AMELX, que produz a amelogenina e fica no cromossomo X, mostrando que o esqueleto pertencia, na verdade, a uma mulher.

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Isso levou os pesquisadores a cravar que a pessoa de maior status social na Idade do Cobre da Ibéria era uma mulher. Além disso, a falta de bens pessoais em túmulos infantis da época sugere que os indivíduos não ganhavam status por direito de nascimento, logo, a Dama de Marfim, como ficou conhecida a partir do estudo, chegou à sua posição elevada por mérito e conquistas feitas em vida.

Nenhum homem com status social similar foi encontrado na região. A única sepultura com luxuosidade comparável da Idade do Cobre foi encontrada próxima dos restos da Dama de Marfim, e nela foram achados os restos de 15 mulheres. A estrutura provavelmente foi construída por pessoas que descendiam dessa importante figura, segundo os cientistas. Isso também sugere que as mulheres ocupavam posições de liderança na sociedade ibérica do Calcolítico.

Fonte: Scientific Reports via Phys.org