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Análise em carta de 550 anos pode revelar segredos de Vlad Drácula, o Empalador

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Dezembro de 2022 às 13h00

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Vvssmmaann/CC-BY-4.0
Vvssmmaann/CC-BY-4.0

Dois cientistas do Cazaquistão, Svetlana e Gleb Zilberstein, estão trabalhando em conjunto com o professor Pier Giorgio Righetti, da Universidade Politécnica de Milão, para uma curiosa missão histórica, científica e macabra: desvendar mistérios genéticos de Vlad Drăculea III, que conhecemos como Vlad, O Empalador — famoso por realizar a prática de empalamento em seus inimigos — e por inspirar o vampiro icônico de Bram Stoker, Drácula.

A descoberta será possível a partir de um novo método que as proteínas deixadas por pessoas do passado por meio de suor, digitais e saliva. Por isso, convencionou-se chamar os acadêmicos de "detetives de proteína", embora eles prefiram o termo "químicos históricos". Com base em uma carta escrita pelo Príncipe de Valáquia há cerca de 550 anos, eles desvendarão características físicas do monarca, bem como as condições de ambientes em que estava.

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História pelas moléculas

E o objeto de análise também tem nome: "biomoléculas históricas", que envolvem proteínas e metabólitos, mais estáveis do que o DNA e detentoras de mais informações sobre a saúde, estilo de vida, nutrição e contexto ambiental da pessoa histórica que as gerou. No caso de Vlad Drácula, a análise será feita em uma carta escrita por ele à população da cidade de Sibiu, na atual Romênia, em 4 de agosto de 1475, avisando que ficaria hospedado no local.

Entre as análises já realizadas pelos pesquisadores, está o estudo do manuscrito original de Mestre e Margarida, do escritor soviético Mikhail Bulgakov. Nele, foram encontrados traços de morfina e proteínas de doenças renais, mostrando que o dramaturgo se medicava para aliviar dores nos rins durante o trabalho. Anton Chekhov, dramaturgo russo, teve a camiseta na qual morreu e a última carta analisadas — ele tinha tuberculose e tomava vários remédios para dor, mas faleceu de um derrame.

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Após o escritor, os Zilbersteins fizeram uma análise da carta a Moscou de George Orwell, encontrando sinais de tuberculose, que o autor contraiu na Espanha. Com isso, os cientistas têm confiança de que as análises revelam muito sobre a vida das figuras histórias, e esperam ansiosamente revelar os segredos de Vlad Drăculea.

Gleb e Svetlana juram que a extração das moléculas do príncipe de Valáquia ter sido no dia em que a publicação de Drácula, de Bram Stoker, completou 125 anos, é uma pura coincidência, mas consideram ter recebido a bênção do temível monarca: quando estavam na Transilvânia, para coletar o material, a noite seguinte à extração teve chuva, uivos de cães e relâmpagos cortando o céu. "Era uma atmosfera muito mágica", contam ao The Guardian, "o Conde Drácula abençoou sua libertação dos arquivos romenos".

Fonte: The Guardian