Por que os freios duram mais em carros elétricos?
Por Paulo Amaral | Editado por Jones Oliveira | 07 de Novembro de 2023 às 18h40
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Os carros elétricos são mais pesados que os tradicionais a combustão e, por isso, acabam gastando mais pneus. E em relação aos freios, o que vocês acham que acontece?
Por mais antagônico que possa parecer, em carros elétricos os freios duram mais do que em veículos movidos a combustão. Quer saber o porquê? Então é só acompanhar essa matéria até o fim, pois o Canaltech explica tudinho a respeito do assunto.
Degenerativo x regenerativo
O grande “x” da questão para explicar porque os freios duram mais em carros elétricos está em duas palavrinhas que soam parecidas, mas têm significados diferentes: degenerativo e regenerativo.
Degenerativo é o tipo de freio utilizado em carros com motores a combustão. Isso significa que ele tem como principal função dissipar a energia cinética em forma de calor e ruído por meio da fricção gerada ao apertar o pedal que aciona o breque.
O freio regenerativo, por sua vez, é o que equipa os carros elétricos e híbridos. A principal diferença entre eles é que esse tipo de freio, ao invés de dissipar a energia cinética, faz sua conversão para energia elétrica e a direciona para a carga da bateria.
Esse fenômeno da regeneração de energia ocorre tanto por meio das pisadas no pedal do freio quanto pelo simples ato de levantar o pé do acelerador. Muitas vezes, inclusive, não é sequer necessário pisar no breque, tamanha a força gerada pelos carros equipados com o sistema e-pedal.
A pouca utilização do sistema de freios em carros elétricos ou híbridos nas estradas, aliás, é a principal causa deste tipo de veículo consumir mais combustível em estradas do que em cidades — já que as frenagens em rodovias são realizadas em menor número.
Carros elétricos: por que os freios duram mais?
Agora que já explicamos o que é um freio degenerativo e um freio regenerativo, ficou fácil responder, enfim, a grande questão: por que os freios de carros elétricos duram mais do que os utilizados em veículos a combustão?
A resposta, na verdade, é bem simples. Como o sistema de regeneração de energia muitas vezes sequer necessita da ação efetiva do freio propriamente dito, pois basta tirar o pé do acelerador para o carro começar a reduzir a velocidade, o desgaste é bem menor.
Assim, é correto dizer, de maneira curta e grossa, que os freios de carros elétricos duram mais do que os dos veículos a combustão porque as pastilhas e os discos são bem menos exigidos, pois é o chamado freio motor quem faz o trabalho mais pesado na regeneração.
Para efeitos de comparação, em carros a combustão, os discos de freio precisam ser trocados a cada 40 ou 50 mil quilômetros, enquanto nos carros elétricos a substituição não é necessária antes dos 90 ou 100 mil, em média. Uma economia e tanto, não é mesmo?