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GWM trará caminhões movidos a hidrogênio ao Brasil em 2024

Por| Editado por Jones Oliveira | 25 de Abril de 2024 às 15h49

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Paulo Amaral/Canaltech
Paulo Amaral/Canaltech

A GWM já é referência no mercado de carros híbridos e elétricos, não apenas na China, sua terra natal, mas também no Brasil, mercado em que tanto o Haval H6 quanto o Ora 03 estão entre os mais vendidos mês após mês. Agora, a fabricante quer sair na frente para também se tornar relevante no segmento de veículos movidos a hidrogênio.

Para isso, a montadora conta com o apoio da FTXT, subsidiária especializada em desenvolvimento de células de hidrogênio e conversores para veículos elétricos, principalmente pesados, como ônibus e caminhões.

À convite da GWM, o Canaltech viajou para a China para conhecer as instalações da FTXT em Baoding. Tony Cui, vice-presidente da empresa, detalhou o processo de transformação das células de hidrogênio em combustível para motores elétricos e explicou como está a adoção desse propulsor no país.

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"Hoje temos 400 postos de abastecimento em toda a China e mais de 30 mil veículos rodando com essa tecnologia entre ônibus e caminhões, com um total de mais de 10 milhões de quilômetros rodados. Esse tipo de veículo é mais caro do que o movido a diesel, mas precisamos fazer isso, pois temos como objetivo descarbonizar a frota de pesados e liderar a revolução no mundo".

Como é o caminhão movido a hidrogênio?

Depois de levar todos os jornalistas para uma volta a bordo do caminhão no pátio da fábrica, Tony Cui revelou alguns detalhes sobre a configuração do modelo.

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O caminhão tem um motor de 110 kW de potência (equivalente a 136 cv), carrega 8 cilindros, com um total de 40 quilos de hidrogênio e, com essa carga, consegue rodar entre 250 e 500 quilômetros até precisar reabastecer, dependendo da forma como for conduzido e das condições das vias.

O executivo explicou ainda que sua tecnologia conta com o que há de mais novo na área, incluindo os conversores e os cilindros, que agora são os chamados Type 4 Tank, mais seguros e compactos.

Com mais de 20 anos de experiência na área, e passagens até pela BMW, o executivo sabe da importância de difundir ao máximo uma tecnologia que pode ser uma das salvações para a descarbonização da frota de veículos, especialmente os pesados. E abriu seu centro de desenvolvimento para as marcas do Brasil que se interessarem pelo assunto.

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"O laboratório da FTXT não é só para a GWM. É para toda a China e é para o Brasil, se quiserem testar seus sistemas aqui", afirmou, em tom convidativo. Questionado sobre se os cilindros da marca poderiam ser vendidos a outras empresas chinesas, ele respondeu com bom humor: "Aí não. Seria como a Mercedes vender um motor para a BMW".

Caminhões a hidrogênio chegam ao Brasil em 2024

Enquanto nenhuma empresa brasileira se habilita a ir até a China conhecer de perto e aproveitar da expertise de Tony Coi e sua empresa na utilização do hidrogênio como célula de combustível para veículos elétricos, a GWM segue seu planejamento para liderar a chamada "revolução".

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Ricardo Bastos, diretor de Relações Internacionais da marca, confirmou em bate-papo com o Canaltech durante o primeiro dia de imprensa no Salão de Pequim, que os primeiros caminhões de teste já têm data para chegar ao Brasil.

"Vamos importar 4 ou mais caminhões ainda esse ano. Os ônibus vão levar um pouco mais de tempo, mas os caminhões já têm um grupo de concessionários mapeados", avisou.

O executivo explicou que a intenção é que os caminhões sigam as rotas normais dos veículos a diesel, e que a primeira experiência deve ser em São Paulo, passando depois para a região do Porto de Santos e Campinas, principalmente por conta das estações de hidrogênio já existentes na USP e em Itajubá.

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"Sabemos que ainda não é o ideal e vamos estudar com calma, mas precisamos colocar os caminhões nas rotas normais, pois os testes têm que refletir a realidade", concluiu.