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Enchentes no Sul: carros destruídos podem ir a leilão

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Maio de 2024 às 06h00

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Chris Gallagher/Unsplash/CC
Chris Gallagher/Unsplash/CC

Os prejuízos causados pelas chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul ainda estão sendo contabilizados e, no segmento automotivo, os números compilados até o momento são catastróficos, especialmente no recorte voltado para a indústria local.

A consultoria Bright Consulting divulgou um relatório com base nas informações obtidas junto aos concessionários do estado e aos dados passados por fábricas de veículos e autopeças espalhadas pela região. E o cenário é aterrorizante, com milhares de carros destruídos. Alguns deles, inclusive, podem ser recuperados, mas ficarão "marcados", e provavelmente irão a leilão.

O prejuízo, mesmo, assim, é enorme. As contas envolvendo a fábrica da GM em Gravataí, que ficou fechada por alguns dias e, agora, vem trabalhando em apenas um turno, apontam perdas na casa de 50% no volume de produção. Elas são similares aos dados coletados junto às empresas de ônibus e caminhões das regiões afetadas pelas enchentes.

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A Bright Consulting também abordou as perdas de carros 0km em concessionárias, e o número pode ser superior a 1.000 veículos.  Além disso, segundo a consultoria apurou junto ao Sindipeças, a frota circulante no RS engloba 2,8 milhões de veículos e, em cima disso, “é razoável considerar que 5% a 10% desses veículos estejam inutilizados”.

O que acontece com carros 0km destruídos?

Em entrevista para a colunista Paula Gama, do Portal Uol, Jefferson Fürstenau, presidente do Sincodiv (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos) e da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) do Rio Grande do Sul, revelou que o destino de boa parte dos veículos que puderem ser recuperados será as casas de leilão.

"Pedimos ao Detran que haja um registro no documento do carro informando sobre o sinistro. Assim, esses carros não correm o risco de voltar ao mercado como veículos em perfeito estado", adiantou. Segundo Furstenau, a recuperação dos carros dependerá de uma série de fatores, incluindo o tempo que ficaram submersos e os itens tecnológicos afetados.

Todos, sem exceção, precisarão passar por uma limpeza profunda e extremamente detalhada. O presidente do Sincodiv afirmou também que já há um acerto com o Detran e com empresas de leilão da região para que todos os carros recuperados e leiloados tenham o devido registro para, assim, garantir transparência total aos próximos donos.

Recuperação deve levar até 2 anos

De acordo com dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado do Rio Grande do Sul (Sincodiv), cerca de 300 concessionárias foram vítimas das inundações e não conseguiram tirar os carros a tempo de evitar danos maiores. Isso representa 42% das 720 unidades espalhadas por toda a região.

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O número de veículos perdidos, segundo os cálculos da Bright Consulting, é bastante elevado e o tempo necessário para reconstruir estradas e vias de acesso, além de recuperar os carros danificados e perdidos por conta das águas das enchentes, deve beirar 2 anos.

“Para veículos novos estocados nas concessionárias, provavelmente teremos 3 mil inutilizados pela inundação. Serão necessários pelo menos 20 meses de vendas para repor os veículos perdidos”, previu Cassio Pagliarini, responsável pela análise.

A consultoria pontuou ainda que a queda nas vendas de carros 0km no Rio Grande do Sul deve ultrapassar a atual barreira de 15%. Segundo a Bright Consulting, o emplacamento, que caiu a zero no dia 7 de maio, deve ficar 60% abaixo nos próximos 30 dias e 30% abaixo nos dois meses seguintes, resultando em 12 mil carros a menos vendidos na região nesse período.

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Fonte: UOL