Review Jeep Commander 2022 | Tecnologia e requinte à espera de famílias grandes
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
Lançado no ano passado, o Jeep Commander é um SUV de sete lugares criado para preencher uma lacuna existente entre o Jeep Compass e o Grand Cherokee dentro do portfólio da montadora no Brasil. Com este segmento em específico sendo dominado pelo Toyota Hilux SW4 e vendo o Caoa Chery Tiggo 8 crescendo, a oportunidade era boa e a empresa aproveitou.
A receita era pegar os pontos positivos do Compass e adicionar requinte, afinal, a faixa de preço esbarraria em produtos premium, mas sem a pretensão de competir com eles. Os motores recém-lançados dentro do grupo Stellantis precisariam dar conta do recado e a tecnologia embarcada precisaria ser de série para ser um atrativo a mais para os compradores mais exigentes.
Resultado: um SUV extremamente competitivo, elegante, espaçoso e que só não vende mais porque a Stellantis sofre com a falta de peças, algo que assola o mercado automotivo global no pós-pandemia de Covid-19.
O Canaltech passou um tempo com as versões turboflex e turbodiesel do Jeep Commander 2022, nas variantes Limited e Overland, e vai te contar como foi a experiência completa com elas. Vem com a gente!
Conectividade e segurança
O Jeep Commander nasceu já dentro de um ecossistema completamente reformulado dentro do grupo Stellantis, alinhado com um jeito mais conectado de fazer as coisas.
O SUV tem como opcional em todas as versões os módulos de conexão 4G nativa e a possibilidade de acrescentar o sistema Adventure Intelligence, que dá ao usuário a possibilidade de executar comandos remotos pelo celular e também acionar socorro emergencial e até a recuperação do veículo, barateando o seguro.
Mas falando dos recursos de segurança em si, o Commander vem, de série, com inúmeros itens de assistência e conectividade, que o tornam um dos carros mais completos do mercado, mesmo em suas versões de entrada:
- Alerta de colisão frontal com detecção de pedestres;
- Frenagem automática de emergência;
- Piloto automático adaptativo;
- Sensor de ponto cego;
- Alerta de tráfego cruzado traseiro em manobras;
- Alerta de saída de faixa;
- Sistema de manutenção em faixa;
- Farol alto automático;
- GPS nativo;
- Android Auto e Apple CarPlay sem fio;
- Sistema de som Harman/Kardon;
- Partida remota;
- Leitor de placas de trânsito;
- Carregador de celulares por indução;
Todos esses equipamentos são bem úteis e ajudam nas situações mais variadas no dia a dia, sobretudo porque o carro, como é possível ver nas imagens, é bem grande, com quase 4,80m de comprimento. E tendo a visibilidade ruim na parte traseira, recursos como o sensor de ponto cego ajudam demais.
Por ser um carro com apelo familiar, a experiência se mostra bem agradável nesse ponto, pois não há incômodo algum em ter o carro cheio e todo mundo conectado ao 4G do carro, utilizando a boa conexão da TIM para assistir a vídeos e jogar Pokémon Go.
E somando-se o fato de o aparato de segurança estar sempre disponível, as viagens a bordo do Commander são sempre prazerosas, graças ao apoio tecnológico bem pensado pela Jeep.
Há, claro, mais recursos disponíveis, como os sete airbags, controles de estabilidade e tração, vetorização de torque, sistema ISOfix, cluster 100% digital, central multimídia com tela HD de 10,25 polegadas, volante mutifuncional e indicador de fadiga.
Conforto e Experiência de uso
No início do texto, citamos que a Stellantis torceu para que os motores já presentes em sua gama dessem conta do recado. Isso foi parcialmente alcançado. O Jeep Commander tem versões que levam o 1.3 turbo de 185cv e 27,5 kgf/m de torque e o 2.0 turbodiesel de 170cv e 38,7 kgf/m e aqui, pedimos: não se apegue aos números, somente.
Para o uso urbano, o motor diesel se mostrou mais competente, pois a maior força à disposição serviu para arrancadas mais vigorosas e úteis, já que o carro pesa 1.900kgs. Mesmo que, na estrada, a situação seja mais branda, aqui a tocada é mais agradável, algo que também gera economia de combustível. As médias foram de 11 km/l na cidade e até 14 km/l em trajetos rodoviários.
Já com a variante turboflex, por mais que seu 0 a 100 km/h seja bem melhor (10s contra 11,7s), o arranque é mais moroso, já que há menos força para sair. O consumo também não é nada convidativo. No etanol, fizemos médias de 6 km/l na cidade e 9 km/l na estrada. Bem ruim.
São esperados motores mais potentes e vigorosos para os próximos anos, mas, até lá, não dá para reclamar tanto do que é oferecido na atual gama do Commander. Até porque, o desempenho não é o foco desse veículo.
Por aqui, o que vale mesmo é o espaço e o conforto, seus principais trunfos. Mesmo sendo feito sobre a mesma plataforma do Compass e do Renegade, o Jeep Commander tem excelentes 2,79 de entre-eixos, suficientes para proporcionar viagens tranquilas para uma família grande e ainda abrir espaço para a última fileira de bancos, totalizando sete lugares.
O acesso, por ali, é bem ruim, verdade seja dita, e o espaço é bom apenas para crianças, mas é notório o “milagre” de engenharia da Jeep para o aproveitamento dessa plataforma, que manteve o carro confortável, seguro e, ao mesmo tempo, harmonioso e com tocada agradável.
A rodagem com o Commander, mesmo com ele cheio, não é desengonçada. Ele tem um balanço traseiro interessante e o acerto da suspensão multlink é bem feito, privilegiando o conforto. Nas versões 4x4, ela é um pouco mais firme, mas nada que atrapalhe.
Os itens de conforto do Jeep Commander são inúmeros. Ele vem, de série, com retrovisor eletrocrômico, bancos com ajustes elétricos, direção elétrica, sensor de chuva, sensor crepuscular, bancos traseiros corrediços, sensor de estacionamento, sistema de estacionamento semiautônomo, ar-condicionado digital de duas zonas e automático, abertura elétrica do porta-malas e botão auto-hold.
Design e Acabamento
O acabamento é outro ponto positivo do Jeep Commander. Para dar um ar mais premium ao SUV de sete lugares, a montadora precisou investir pesado na cabine e trouxe materiais mais refinados, como camurça e couro de melhor qualidade. Eles estão presentes em abundância no painel, bancos e portas.
Já o design é outro ponto que merece elogios. Mesmo com alguns problemas na visibilidade traseira, o Commander ficou hamonioso no geral, mesmo esticado. Ele não é simplesmente um Compass que tomou fermento. Tem personalidade própria, sobretudo na parte de trás.
O conjunto óptico é sempre em LED e não há uso abundante de cromados.
Concorrentes
O principal concorrente do Jeep Commander é o Caoa Chery Tiggo 8, que é encontrado a partir de R$ 200 mil. Entretanto, carros como o Toyota Hilux SW4, que sai a partir de R$ 384 mil e Chevrolet Trailblazer, por R$ 380 mil, podem ser incomodados pelo jipão.
Jeep Commander 2022: Vale a pena?
O Jeep Commander 2022 é um enorme acerto da Jeep e certamente vale a pena, principalmente nas variantes turbodiesel. Tecnológico, espaçoso e requintado, esse SUV de sete lugares é o carro ideal para famílias grandes, pois traz o conforto necessário e a segurança pedida para qualquer deslocamento.
O Jeep Commander 2022 pode ser encontrado por preços que variam entre R$ 235 mil e R$ 313 mil, dependendo da localidade.
No Canaltech, o Jeep Commander 2022 foi avaliado graças a unidades gentilmente cedidas pelo grupo Stellantis.