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Google Play cresce no Brasil durante a pandemia. Confira alguns números

Por| 20 de Julho de 2020 às 19h00

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Na semana em que o Google comemora 15 anos de Brasil - a história começou em 20 de julho de 2005, quando o Google Inc. comprou a Akwan, uma empresa mineira de busca criada dentro da Universidade Federal de Minas Gerais - a companhia tem alguns números bem relevantes no mercado nacional. Por exemplo: hoje, o Brasil está entre os cinco maiores mercados para os nove produtos do Google com mais de 1 bilhão de usuários: Busca, Android, Chrome, YouTube, Maps, Fotos, Drive, Gmail e Google Play.

E é na loja de aplicativos que a empresa registrou um crescimento curioso aqui no Brasil, causado, principalmente, pela pandemia da COVID-19. E esse movimento atinge não apenas downloads, como também privilegia os desenvolvedores. De acordo com a "Big G", o gasto dos brasileiros nas categorias Apps e Jogos no Google Play aumentou 50% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

"Tivemos muito gastos com apps de streaming, que já era uma categoria bastante estável, mas que se consolidou de vez.", afirmou Regina Chamma, diretora do Google Play para o Brasil, em entrevista ao Canaltech. "Além disso, com o aumento exponencial do home office, aplicativos de produtividade, os chamados work from home, que incluem plataformas de videoconferência (Zoom, o [Microsoft] Teams, o próprio Google Meet) além de suites de escritório e aplicativos da categoria de Educação também registraram não apenas um grande número de downloads, mas uma geração maior de receitas", afirmou.

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Segudo a head do Google Play no Brasil, a plataforma verificou o aumento de downloads e geração de receitas em quatro pilares de aplicativos ao longo da pandemia. São eles:

  • Bem-estar mental e físico: esportes, fitness, yoga e alimentação;
  • Apps de serviços público federal e estadual: CNH, Poupatempo, Caixa Tem, FGTS, entre outros - isso em todo o Brasil;
  • Educação - primeiro mês um pouco menos no começo, mas depois cresceu de forma mais sólida;
  • Delivery - Rappi, iFood, ML, James, Uber Eats, Loggi, etc.

A descoberta dos apps governamentais

A quarentena também ajudou os brasileiros a descobrirem os apps de serviço público. Além dos aplicativos Caixa Tem e do FGTS, outros também passaram a fazer parte dos smarphones de muita gente. "Apps que regularizam o CPF, que ajudam a renovar o CNH, o aplicativo do Poupatempo...quem não conhecia os aplicativos de serviços públicos, passou a conhecer e agora será muito dificíl deixar de usá-los, principalmente pela praticidade que eles oferecem", continua Chamma. "Agora, cabe aos desenvolvedores incentivar cada vez mais esse uso mobile, principalmente com atualizações que facilitem ainda mais a vida de todos. Mas é algo que veio para ficar".

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As observações da head da plataforma de apps no Brasil se confirmam em números. Uma pesquisa realizada pela Kantar com 1.100 pessoas no país, com mais de 18 anos, das classes A, B e C, mostra que 42% dos entrevistados afirmam que passaram a se conectar com serviços públicos essenciais graças ao Google Play.

Perfil dos apps mais baixados mudou

Analisando o perfil dos apps gratuitos mais baixados até julho deste ano, segundo relação da consultoria Sensor Tower, é possível ver algumas mudanças. Aplicativos de benefícios governamentais, como o "Caixa Tem", que dá acesso ao auxílio emergencial federal durante a pandemia, e o do FGTS (já que houve uma massiva perda de empregos nos últimos meses, além da liberação do saque emergencial) estão em primeiro e terceiro, respectivamente, entre os mais baixados nos últimos meses.

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Além disso, apps de e-commerce (Americanas.com em 2º, Mercado Livre em 7º), pagamento (Mercado Pago em 6º) e videoconferências (Google Meet, em 4º) se destacam entre os 10 mais baixados, indicando uma mudança nos hábitos dos usuários nesse período de pandemia. Aplicativos do Facebook, que dominavam essa relação até pouco tempo, agora conta apenas com o Instagram (em 9º) no Top 10 da Sensor Tower, perdendo espaço para o ultrapopular TikTok (em 5º).

Já nas categorias de apps pagos, não temos muitas surpresas, com os jogos dominando o ranking de Top 10. Mas entre os aplicativos que apresentaram maior crescimento nos últimos meses, destaque para o do Globoplay, que aparece na segunda colocação. Com a sua mescla de séries populares dos EUA e nacionais (The Big Bang Theory, The Good Doctor, Todo Mundo Odeia o Cris, etc), novelas e filmes, a plataforma de streaming do Grupo Globo vem ganhando espaço entre concorrentes mais fortes, como Netflix e Prime Video (Amazon), que já estão mais consolidados entre o público.

Brasil deve subir no ranking

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Os números apresentados pelo Google corroboram uma projeção feita pela consultoria Sensor Tower, divulgada em abril deste ano. Segundo ela, o Brasil deve passar do décimo maior mercado do Google Play em termos de receitas, para a sétima colocação até 2024. Além disso, até o ano em questão, nosso país deverá se manter no top five em na em número de downloads, com crescimento de até 6% ao ano até lá.

A análise da Sensor Tower leva em consideração a receita gerada pelos apps para os desenvolvedores, já considerando a comissão que fica com o Google. Além disso, as lojas não oficiais não são consideradas.

O bolso dos desenvolvedores agradece

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Dentro desse cenário de pandemia, aumento de downloads e gastos em apps, impactou também o bolso dos desenvolvedores e as respectivas empresas do setor. Ainda de acordo com números do Google, a receita paga aos desenvolvedores brasileiros no primeiro semestre de 2020 é duas vezes maior do que a receita paga no mesmo período 2019.

Além disso, o número de desenvolvedores brasileiros criadores de apps com mais de 1 milhão de usuários cresceu quase 50% de maio de 2019 para maio de 2020. Já a quantidade de profissionais brasileiros desse setor, que faturam mais de US$ 20 mil dólares mensais no Google Play, cresceu 60% em 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado.

"Nesse período de pandemia, mesmo com todos pegos de surpresa, nossos objetivos dentro do Google Play não mudaram", afirmou Chamma. "Continuamos dando um atendimento aos desenvolvedores, de todos os portes, trabalhando a todo vapor para que todos pudessem responder a alta demanda, mesmo em um período tão curto de tempo".

E o que teremos pela frente?

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Segundo a executiva do Google, downloads de apps e geração de receita dos mesmos tendem a manter o ritmo de crescimento, mesmo com um eventual afrouxamento da quarentena. "Com a quarentena em menor escala,o crescimento de certas categorias de aplicativos - principalmente Entretenimento e Jogos - deve sofrer uma pequena queda nos próximos meses, até porque as pessoas, depois de tanto tempo em casa, querem ir para a rua, aproveitar", continua Chamma. "Mas a pandemia criou um novo patamar de consumo de aplicativos e esse crescimento será retomado nos mesmos índices apresentados durante a quarentena. Será daí para cima, com chances mínimas de uma queda mais brusca. As pessoas abraçaram as facilidades que os apps oferecem", completa.

*Com informações de Google Brasil e Sensor Tower