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Firefox para Android | Resistindo entre erros e acertos [análise]

Por| 05 de Setembro de 2020 às 21h13

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Divulgação/Mozilla
Divulgação/Mozilla
Tudo sobre Mozilla

Quando a Mozilla finalmente anunciou que o Firefox para Android saltaria da versão 68 para a 79 mais de um ano depois, muita gente celebrou. Como grande entusiasta dos produtos dessa organização sem fins lucrativos que luta por uma internet aberta para todos, fiquei na expectativa da chegada da atualização.

Ela então, chegou, e já até ganhou uma sucessora — enquanto este texto é escrito, o Firefox está na versão 80. E aí, você deve se perguntar: temos aqui um navegador capaz de lutar contra Chrome, Mi Browser, Opera e Samsung Internet Browser? É o que vamos responder agora.

Este é mais um artigo da série de análises de navegadores aqui do Canaltech. Nos próximos parágrafos, você vai conferir tudo a respeito do novo Firefox e, claro, ao fim do texto, pode deixar a sua opinião na caixa de comentários.

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Ficha técnica

  • Mozilla Firefox (Android)
  • Versão: 80.1.2
  • Testado no Android 9

Destaques positivos

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  • Modo escuro
  • Bloqueador de rastreamento nativo
  • Foco em privacidade
  • Suporte a extensões
  • Gerenciador de senhas nativo
  • Abre links em aplicativos externos

Destaques negativos

  • Organização das abas abertas é confusa
  • Número de extensões compatíveis é limitado

Firefox novo de novo

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Houve uma pequena revolução no Firefox em 2017, quando a Mozilla colocou no ar o Firefox Quantum e trouxe o seu navegador nos trilhos outra vez. Logo depois, muitas mudanças também chegaram à versão mobile, mas, desde então, o app para Android não passou por mudanças profundas.
Isso acabou no fim de agosto, quando o Firefox 79 foi anunciado e, pouco depois, chegou à Play Store.

Logo de cara, o que se vê ao abrir o navegador é um programa totalmente renovado, finalmente com modo escuro e outras opções simples mas importantes de personalização. Houve ainda ajustes na forma como as abas abertas são exibidas e no suporte para extensões — essas as mais controversas das alterações recentes do navegador.

Encontrar as coisas no Firefox é, em geral, muito simples. Seu menu de configurações é acessível e organizado, as opções estão distribuídas ali de forma coerente e não será preciso perder muito tempo para ativar o ótimo bloqueador nativo de rastreamento ou uma das extensões otimizadas para o aplicativo mobile (entre as quais está um bloqueador de anúncios, por exemplo).

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Em termos de usabilidade, uma das opções mais legais é a que permite abrir links em apps externos. Com isso, você não precisa ver links de Twitter, YouTube, Facebook, Instagram e qualquer outro app no navegador quando tem o aplicativo instalado em seu Android. No dia a dia, isso garante uma experiência mobile muito mais interessante.

Mas entre bons recursos, nem tudo são flores no Firefox. Algo que pintou na versão 79 e persistiu na 80, a nova forma de organizar abas parece pouco inteligente para uso no dia a dia. Quando você abre um link em uma nova aba, ela sempre fica “escondida” na parte de cima da lista, algo não muito intuitivo e que exige uma nova aprendizagem por parte do usuário.

Isso significa, também, que sumiu dali a visão panorâmica e em blocos de abas abertas, algo que o Firefox usava até então. Pessoalmente, eu acho a solução antiga muito mais eficaz e, para mim, este foi o primeiro ponto negativo da atualização.

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Sobre as extensões, elas merecem um bloco dedicado.

Extensões: lado bom, lado ruim

O Firefox não foi o primeiro navegador a ter suporte para extensões, mas foi o grande responsável por popularizá-lo e por estabelecer o padrão de complementos como conhecemos atualmente, e isso desde a sua primeira versão.

Ele ditou tendência, foi copiado por rivais como Opera, Chrome e Internet Explorer — o pioneiro a ter suporte aos add-ons — e, claro, levou esse mesmo recurso também para o universo mobile. Porém, desde a versão 79, o Firefox conta com um suporte limitado para extensões no Android, o que desagradou bastante alguns usuários.

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A justificativa da Mozilla faz sentido: a dezena de extensões à disposição do usuário foram todas otimizadas para o aplicativo mobile e oferecem uma experiência mais apropriada para uso no celular. Contudo, isso significa uma mudança essencial no navegador: não é mais possível instalar qualquer extensão disponível na sua vasta loja de complementos.

A irritação de alguns fãs da Mozilla também se justifica, pois a limitação altera uma característica fundamental do navegador. Além diss, ela pode simplesmente invalidar um motivo pelo qual o Firefox era a escolha de muita gente (o suporte irrestrito às extensões). Ainda não fica claro como a Mozilla lidará com essa questão, mas é fato que a organização tem o hábito de ouvir as reclamações de seus utilizadores, então podemos esperar alguma novidade em breve.

Vale lembrar, por exemplo, que a versão 79 do Firefox removeu o botão “voltar página” do navegador, algo que também foi alvo de reclamações. Ouvindo a comunidade, a Mozilla trouxe o recurso de volta na versão 80.

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Tudo sincronizado e protegido

Como trabalha em sincronia com versõesdo Firefox para outros dispositivos, o app mobile permite a você fazer login para sincronizar conteúdo e traz um ótimo gerenciador de senhas nativo. Se você utiliza o navegador da Mozilla no PC, por exemplo, será bem simples compartilhar senhas e logins, histórico, favoritos e até abas abertas.

Isso deixa o Firefox altamente otimizado para um uso universal, algo que pode parecer básico, mas que merece destaque por permitir a ele brigar de igual com opções como Chrome, Opera, Edge e Vivaldi. Além disso, quem procura um app que funcione bem em vários dispositivos, tem uma ótima opção à sua disposição no navegador da Mozilla.

Falando especificamente do gerenciador de senhas, o Firefox traz proteção biométrica aos seus dados de login e permite gerenciar por completo esse aspecto do navegador. É possível desativar a sugestão de salvar senhas, caso você não esteja muito seguro de manter tais informações em seu celular mesmo com as proteções oferecidas pela Mozilla.

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Essa função trabalha de forma muito bem integrada ao navegador, mas pode ser levada para fora dele por meio do app Lockwise, da Mozilla. É como se o gerenciador de senhas pudesse ser exportado do navegador.

Coleções e modo leitura

Um dos trunfos do novo Microsoft Edge é a função Coleções, que permite ao usuário salvar links em coleções (cê jura?) para acesso posterior em qualquer versão do navegador (mobile ou desktop). O novo Firefox traz um recurso exatamente igual e tão útil quanto.

As coleções do Firefox podem ser acessadas a partir do menu de configurações e oferecem um jeito inteligente de guardar links interessantes ou que são acessados regularmentes. Sua vantagem em relação aos favoritos tradicionais é a agilidade com que podem ser agrupados, movidos e gerenciados. Aqui, temos mais um ponto positivo para o Firefox.

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Outro recurso muito legal do Firefox e que já começa a chegar a outros navegadores é o modo leitura nativo. Essa função aparece em um ícone de página na barra de endereços faz o conteúdo ser exibido de maneira mais limpa, somente com texto, para intensificar o foco na leitura.

No menu de configurações do navegador, é possível personalizar a aparência da página carregada no modo leitura. Usufruir dessa função é fácil e o seu resultado é um ambiente muito mais confortável, inclusive com algumas alternativas visuais à sua disposição — tela escura, clara ou amarelada (sépia) e tamanho e tipo de fonte (com ou sem serifa).

Firefox para Android é bom?

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É um ótimo navegador, para resumir de forma honesta. A versão atual foi capaz de deixá-lo mais moderno, com modo escuro e coleções, mesmo com alguns detalhes que desagradaram os usuários.

A limitações nas extensões podem ser um problema para algumas pessoas e talvez até pudesse ter sido feita de outra maneira, como dando mais destaque àquelas otimizadas para o mobile em vez de simplesmente impedir as não otimizadas de serem instaladas.

De qualquer maneira, a seleção de add-ons feita pela Mozilla funciona muito bem e oferece uma série de recursos extras, como se fossem, de fato, opções nativas que podem ser ativadas por meio de dois ou três toques na tela. Tudo isso trabalha em harmonia e também rende pontos para o aplicativo.

A quantidade de recursos do Firefox continua grande, fazendo dele uma opção interessante para quem procura uma navegação incrementada. Além disso, ainda está aqui a navegação privada otimizada que praticamente adiciona o Firefox Focus dentro do navegador principal.

Não há como negar, também, que o Firefox é uma ótima opção para pessoas mais leigas ou que querem apenas navegar na web de forma segura e prática, sem ter que realizar muitos ajustes para fazer tudo funcionar bem.

Sem exageros, o Firefox está no mínimo no mesmo patamar de opções como Chrome e Samsung Internet e continua sendo uma das alternativas mais legais à disposição de quem navega na internet em nossa época.