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Bloqueadores de anúncios ficarão menos eficientes no Chrome

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 07 de Fevereiro de 2022 às 15h41

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Reprodução: Facebook
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O Chrome 99 é o primeiro navegador a iniciar a transição do Manifest V2 para o Manifest V3, um novo modelo de extensões para o projeto Chromium. Embora tenha como diferencial mais segurança e foco em privacidade, a linguagem mais avançada é alvo de críticas dos desenvolvedores por conter algumas limitações, como a redução no poder de ação dos bloqueadores de anúncios.

Os adblockers são muito usados para evitar propagandas na Twitch e no YouTube, por exemplo, pois impedem a conexão com servidores externos que fazem a exibição dos anúncios. Para "fechar brechas de segurança", o Manifest V3 impede a ação dos bloqueadores, o que reduz a eficácia desses programas — em alguns casos, chega a inutilizá-los completamente.

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Desde o dia 17 de janeiro de 2022, cadastros de extensões que seguem especificações do Manifest V2 não são mais aceitas, já como um prenúncio do que virá no ano seguinte. Os desenvolvedores que não atualizarem seus códigos ficarão com as extensões inutilizadas permanentemente.

A polêmica do Manifest V3

O Manifest V3 chegou aos computadores com o Chrome 88, no início de 2021, mas manteve seu funcionamento em paralelo ao antecessor. A substituição definitiva está marcada para janeiro de 2023, quando o modelo 3 será introduzido e o v2 removido definitivamente da plataforma.

No Manifest V2, a API WebRequest era usada pelo navegador para realizar solicitações de páginas da web, seja para inserir cookies no navegador, seja para o carregamento de arquivos de mídia. Os bloqueadores atuavam para impedir a requisição feita pela API, só que isso deixou de existir no Manifest V3, que adotou o modelo declarativeNetRequest.

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No caso da V3, a dinâmica é diferente e isso faz com que os bloqueadores atuais não tenham mais eficácia como antes. A API declarativeNetRequest exige que a extensão informe ao Chrome uma lista de regras a ser analisada, como o script programado para barrar o anúncio de determinado site. Em razão disso, o navegador decide se segue ou não a diretriz da extensão — no caso dos anúncios, o algoritmo passa a decidir se aceita o bloqueio da propaganda.

O retorno das propagandas?

Com tais limitações, não adianta os desenvolvedores ajustarem suas extensões, pois o processamento da exibição será centralizado no navegador. Há quem acuse o Google de ter feito isso propositalmente para voltar a exibir os anúncios do Google Ads e do próprio YouTube, já que os bloqueadores impactam negativamente na entrega.

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A gigante das buscas se defende e afirma que o protocolo foi criado para oferecer mais segurança, eficiência e privacidade para o usuário do Chrome. O Google explica que muitos criminosos usavam da brecha do V2 para subir extensões que se conectavam silenciosamente a servidores para baixar malware e infectar máquinas.

Até junho de 2023, espera-se que as extensões com Manifest V2 deixarem de funcionar no Chrome em aplicações corporativas — nas regulares, esse prazo é janeiro de 2023. Portanto, a partir de meados do ano que vem o Manifest V3 será a linguagem oficial e os desenvolvedores precisarão pensar em soluções alternativas para barrar as inconvenientes propagandas.

Fonte: Android Police