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Facebook é acusado de censurar dados de segurança sobre atividade russa em 2017

Por| Editado por Claudio Yuge | 13 de Julho de 2021 às 23h20

Reprodução/Alex Haney/Unsplash
Reprodução/Alex Haney/Unsplash
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Um white paper (documento oficial publicado por governo ou organização) do Facebook, escrito em 2017, foi censurado por razões políticas. Essa história é contada em Uma verdade feia: dentro da batalha do Facebook pela dominação (An Ugly Truth: Inside Facebook's Battle for Domination, no original em inglês), das jornalistas Sheera Frenkel e Cecilia Kang.

A publicação conta que Alex Stamos, ex-diretor de segurança do Facebook, e sua equipe criaram "uma seção inteira dedicada a atividades de hackers russos financiados pelo Estado". Segundo as autoras, esse rascunho tinha exemplos reais da eleição presidencial que demonstravam como a Rússia havia usado o Facebook para espalhar documentos obtidos ilegalmente.

Ao verem o rascunho, Elliot Schrage, que era vice-presidente de comunicações e política pública, e outros executivos da companhia pediram que Stamos removesse o material. "Eles não queriam se expor", afirma uma fonte às autoras do livro. Segundo ela, a equipe de administração avaliou que seria "pouco sensato politicamente ser a primeira empresa de tecnologia a confirmar o que as agências de inteligência americanas haviam descoberto".

A equipe de Stamos, então, retirou detalhes e removeu menções à eleição de 2016. Schrage, Colin Stretch, então conselheiro-geral da empresa, e Joel Kaplan, atual vice-presidente de política pública global, viram o material revisado e pediram que fossem excluídas todas as menções à Rússia.

Imagem: Reprodução/Envato/LightFieldStudios
Imagem: Reprodução/Envato/LightFieldStudios

Em comunicado oficial, o Facebook afirma que o objetivo do white paper era expor descobertas de modo direto. “Por isso, houve acordo com a equipe de segurança de não fazer referência a nações específicas, mas à avaliação da comunidade de inteligência”, informa o documento.

Já o livro diz que integrantes da equipe de segurança ficaram “surpresos e bravos” com a mudança. "Passamos a nos sentir como se estivéssemos fazendo parte de uma ocultação de informações no Facebook."

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Para as autoras, a lógica seguiu um mantra antigo de Mark Zuckerberg, o CEO da organização: "companhia acima do país". "Como empresa global, o Facebook não queria se envolver em conflitos geopolíticos, muito menos estar no meio de eleições nacionais controversas”, escrevem as autoras. "Acima de tudo, o Facebook é um negócio."

Zuckerberg e Sheryl Sandberg, COO da companhia, não estavam envolvidos nas revisões do white paper. Segundo o livro, no entanto, Sheryl disse a Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, que era responsabilidade do Congresso tornar os achados públicos.

Um porta-voz do Facebook diz que, em 2016, a empresa e integrantes do governo e da mídia não entendiam completamente a natureza e o escopo de interferência externa nas eleições. "Desde 2017, removemos mais de 150 operações secretas de influência em mais de 50 país. Um equipe investigativa dedicada continua a proteger a democracia na plataforma."

Fonte: Business Insider