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Em teste, homem recebe 1ª vacina contra câncer de pele do mundo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Abril de 2024 às 13h16

Peoplecreations/Freepik
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Nesta sexta-feira (26), começou a terceira e última fase dos estudos clínicos da primeira vacina contra o câncer de pele melanoma, no Reino Unido. Durante a pesquisa, será avaliada a eficácia e a segurança do imunizante personalizado de mRNA (RNA mensageiro) em evitar a reincidência da doença. Até agora, os dados apontam que a fórmula reduz o risco de metástase em 65%.

Liderado pelos cientistas e médicos oncologistas da University College London Hospitals, o estudo sobre imunoterapia com a vacina contra o câncer de pele deve recrutar até 1.089 pacientes. Estes voluntários serão escolhidos em diferentes regiões do globo.

No estudo, uma parte dos pacientes receberá o tratamento oncológico convencional para evitar a remissão do câncer, com o  pembrolizumabe. Enquanto isso, outra parcela dos voluntários receberá o novo tratamento, composto pela vacina mRNA-4157 (V940), da farmacêutica Moderna, e pelo remédio Keytruda (pembrolizumabe), da MSD.

O que é câncer de pele (melanoma)?

Para entender, o melanoma é a forma mais grave de câncer de pele. Esta é caracterizada pelo crescimento descontrolado (neoplasia) dos melanócitos, ou seja, as células produtoras de melanina — a substância que determina a cor da pele.

Desenvolvida pela Moderna, vacina contra o câncer de pele entra na última fase de testes clínicos (Imagem: Freepik)
Desenvolvida pela Moderna, vacina contra o câncer de pele entra na última fase de testes clínicos (Imagem: Freepik)

Nas últimas décadas, as taxas de incidência do câncer de pele melanoma estão aumentando, com cerca de 325 mil novos casos por ano no mundo. Em relação ao Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 8,9 mil novos diagnósticos anuais, além de 1,8 mil mortes.

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Primeiro paciente a receber vacina do câncer

Esta vacina em testes pode representar uma mudança na qualidade de vida dos pacientes que trataram o câncer de pele, já que o imunizante tende a impedir a reincidência da doença após o primeiro tratamento. Este é um problema frequente com as atuais terapias.

No entanto, é preciso, antes de liberar a venda no mercado, garantir que a vacina seja segura, como propõe a última fase do estudo clínico em humanos. Entre os pacientes recrutados, está o músico britânico Steve Young, de 52 anos.

“Sinto-me sortudo por fazer parte deste ensaio clínico”, afirma o paciente britânico, em nota. “É claro que não me senti tão sortudo quando fui diagnosticado com câncer de pele — na verdade, foi um grande choque —, mas, agora que fiz tratamento, estou ansioso para garantir que não volte a ocorrer”, conta. “Esta é a minha melhor chance de parar o câncer”, completa.

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Apesar da expectativa de Steve, ele ainda não sabe se, de fato, recebeu a vacina de mRNA ou irá fazer o tratamento convencional. Isso ocorre porque o estudo é duplo-cego. Caso ele esteja no grupo que não recebeu a nova terapia, o seu tratamento estará garantido após o período de testes clínicos.

Vacina personalizada contra câncer de pele 

A nova vacina contra o melanoma foi projetada para estimular uma resposta imune específica para o câncer de pele que o paciente está tratando, através da geração de células T personalizadas. 

Para isso, cada fórmula pode conter informação genética para a produção de até 34 neoantígenos, que foram produzidos com base nas mutações das sequências de DNA do tumor do paciente. Quando essas proteínas são produzidas no corpo do paciente, o sistema imune aprende a combater aquele tipo de câncer específico, caso ele retorne.

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“A ideia por trás desta imunoterapia é que, ao estimular o corpo a produzir essas proteínas, ele pode preparar o sistema imunológico para identificar e atacar rapidamente quaisquer células cancerígenas que as contenham, com o objetivo de prevenir a recorrência do melanoma”, resume Heather Shaw, médica oncologista e parte do projeto de pesquisa, capaz de revolucionar a área oncológica.

Fonte: Uclh e Inca