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Cérebro permanece incrivelmente rápido após os 60 anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 21 de Junho de 2023 às 10h56

Beth Macdonald/Unsplash
Beth Macdonald/Unsplash
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Diversos estudos se concentram em compreender como o cérebro se comporta após os 60 anos, já que muitas condições neurodegenerativas começam a se manifestar nessa faixa etária. Mas uma pesquisa publicada na Nature Human Behaviour descobriu que o cérebro humano permanece rápido em uma pessoa dessa idade, o que significa que o que percebemos como desaceleração é, na verdade, o tempo de resposta do corpo, prejudicado por fatores externos.

Segundo o artigo, o cérebro saudável pode permanecer totalmente capaz durante a maior parte da vida de uma pessoa. Os pesquisadores dizem que, à medida que envelhecemos, os nós neurais e as redes formadas ao longo de nossa vida podem se tornar mais eficientes em sua capacidade de vincular e relacionar experiências anteriores e atuais a decisões preditivas.

Os especialistas por trás do estudo afirmam que, com a experiência de vida que vem com o envelhecimento, formamos e fortalecemos certas redes neurológicas e, ao mesmo tempo, retemos muitas, como aquelas envolvidas no desempenho de habilidades, tarefas e habilidades fundamentais e conceitos básicos que fazem parte dos repertórios de nossa vida.

Mas os pesquisadores defendem que isso não significa que o cérebro não possa se recuperar. A conclusão, então, é que um cérebro saudável retém grande parte de sua capacidade de restabelecer e formar conectividade de nó e rede durante grande parte da vida, até a velhice. Isso requer apenas os estímulos necessários para manter os mecanismos ativamente engajados.

Enquanto isso, estudos anteriores apontam que perder um pouco de memória é normal: as células do nosso cérebro envelhecem junto com o resto do corpo, e os neurônios fazem menos conexões, armazenando menos das substâncias químicas necessárias para se conectar a outras células.

O que acontece é que informações desnecessárias em grande volume só atrasariam nosso cérebro, esgotando o metabolismo e impedindo memórias importantes de se manterem frescas. O cérebro costuma preferir informações sociais e descartar informações abstratas, como números ou padrões complicados.

A memória após os 60

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Em 2019, uma pesquisa apontou que os cérebros jovens e idosos guardam as memórias de forma diferente. As lembranças são armazenadas no cérebro, fortalecendo as conexões entre as células nervosas, chamadas sinapses. Relembrar um fato altera essas conexões e permite que as memórias sejam atualizadas.

Estudos desvendam o cérebro dos idosos (Imagem: twenty20photos/envato)
Estudos desvendam o cérebro dos idosos (Imagem: twenty20photos/envato)

Na ocasião, os pesquisadores descobriram que, diferentemente dos camundongos mais jovens, as memórias dos camundongos mais velhos não foram modificadas quando recuperadas. Essa natureza ‘fixa’ das memórias formadas na velhice está diretamente ligada à maneira alternativa como as memórias foram estabelecidas.

Envelhecimento do cérebro

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Mas é possível mencionar que o cérebro de algumas pessoas envelhece menos. Um estudo de Harvard comparou o cérebro de idosos que demonstram atividade cerebral semelhante à de indivíduos mais novos.

Na ocasião, esses idosos tiveram um desempenho melhor do que os adultos e foram tão bem quanto os jovens no teste de memória de reconhecimento. Os autores sugerem que esses resultados podem depender da neuroplasticidade individual (definida como a capacidade do sistema nervoso modificar sua estrutura e função em decorrência dos padrões de experiência).

Já uma pesquisa publicada na revista Trends in Cognitive Science sugere que o cérebro dos idosos está sujeito a informações excessivas — conhecimentos e memórias — que atrapalham na hora de lembrar algo específico. Segundo o artigo, idosos ​​têm mais conhecimento do que os mais jovens, mas tendem a formar associações com memórias mais antigas, muitas vezes irrelevantes.

Fonte: Healthline, Neuroscience, Nature Human BehaviourScience Daily