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Satélite criado por startup brasileira será lançado pela SpaceX em 2022

Por| Editado por Patricia Gnipper | 20 de Dezembro de 2021 às 17h30

PION Labs
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O primeiro satélite totalmente criado por uma startup espacial brasileira será lançado por um foguete Falcon 9, da SpaceX. A previsão é que o PION-BR1, desenvolvido pela PION Labs, decole em 10 de janeiro de 2022, a partir da Flórida. Ele estudará a capacidade de comunicação a longa distância e fornecerá experiências ao setor no Brasil.

O PION-BR1 levou sete meses para ser desenvolvido pelos fundadores da startup espacial Calvin Trubiene, Bruno Pinto Costa, Gabriel Yamato e João Pedro Vilas Boas. Ele é considerada um satélite de pico, também conhecido como PocketCube, um satélite com apenas 125 cm cúbicos.

O PION-BR1 é um PocketCube, um pequeno satélite que nãos pesa mais do que 180 gramas (Imagem: Reprodução/PION Labs)
O PION-BR1 é um PocketCube, um pequeno satélite que nãos pesa mais do que 180 gramas (Imagem: Reprodução/PION Labs)

Toda a produção foi realizada em um laboratório na cidade de São Caetano do Sul, em São Paulo. O principal objetivo, além de avaliar a capacidade de comunicação a longas distâncias, é oferecer uma nova era para este setor espacial brasileiro.

A PION Labs firmou uma parceria com a Alba Obrital, uma empresa britânica de PocketCubes que busca diminuir os custos de produção desses satélites, facilitando o envio. Além do PION-BR1, serão enviados satélites de outras empresas.

O diretor de tecnologia da PION Labs, João Pedro Vilas Boas, disse que embora a corrida espacial tenha iniciado no século passado e retomadas nos últimos anos, os temas do universo ainda estão distantes de boa parcela da população. “Por isso, queremos democratizar o acesso e aproximar as pessoas do espaço”, acrescentou.

Como funcionará o satélite brasileiro PION-BR-1

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O PION-BR-1 trabalhará no recebimento e análise de dados de comunicação e monitoramento de subsistemas, bem como temperatura interna e externa, capacidade de bateria e mais. Com a experiência adquirida com o satélite, projetos maiores poderão ser planejados.

Parte interior do sistema do satélite brasileiro PION-BR1 (Imagem: Reprodução PION Labs)
Parte interior do sistema do satélite brasileiro PION-BR1 (Imagem: Reprodução PION Labs)

O tempo de vida do pequeno satélite é estimado em dois anos, quando, então, ele se desintegrará durante a reentrada na atmosfera. A equipe da PION Labs almeja aperfeiçoar este sistema para aplicá-lo em soluções de monitoramento de sustentabilidade e segurança.

O CEO da startup, Calvin Trubiene, disse que o agronegócio e iniciativas de preservação da Amazônia demandam bastante por um sistema assim. Posteriormente, eles pretendem expandir a atuação do PION-BR1 para toda a América Latina.

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Os dados do satélite serão recepcionados em solo por radioamadores da AMSAT-BR, associação focada em estudos de transmissões de ondas eletromagnéticas e a comunicação baseada entre as frequências 30 kHz e 4 GHz, além de definir novos protocolos para as operações.

Da esquerda para a direita: Bruno Pinto Costa, Calvin Trubiene, Gabriel Yamato e João Pedro Vilas Boas; equipe da PION Labs (Imagen: Reprodução/PION Labs)
Da esquerda para a direita: Bruno Pinto Costa, Calvin Trubiene, Gabriel Yamato e João Pedro Vilas Boas; equipe da PION Labs (Imagen: Reprodução/PION Labs)

O nome do satélite e da startup são uma homenagem a César Lattes, o físico brasileiro que participou da descoberta da partícula subatômica píon. A PION Labs surgiu quando seus fundadores desenvolveram foguetes para a competição anual Spaceport American Cup (SAC), nos EUA.

Ao vencerem a Olimpíada Brasileira de Satélites no ano passado, a equipe conseguiu o financiamento necessário para desenvolver e lançar o PION-BR1 e para a distribuição de kits educativos sobre projetos de missões espaciais. A startup é responsável pela Latin America Space Challenge (LASC), uma competição que segue os padrões da SAC.