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Crítica Garotos Detetives Mortos | Série mergulha em mundo sombrio e divertido

Por| Editado por Durval Ramos | 25 de Abril de 2024 às 04h05

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Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix
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Lançada nesta quinta-feira (25) na Netflix, Garotos Detetive Mortos é uma daquelas produções que tem tudo para fazer sucesso entre o público jovem da plataforma. Com uma vibe de terror sobrenatural à la O Mundo Sombrio de Sabrina e um humor muito particular, que lembra as aventuras de The Umbrella Academy, a série é um projeto bastante promissor e apaixonante do streaming.

Baseada nos quadrinhos da DC Comics criados por Neil Gaiman e Matt Wagner, Garotos Detetives Mortos nasceu dentro do selo da Vertigo, na saga de Sandman chamada Estação das Brumas. Apesar da ligação “de nascença” com o mundo de Morpheus, a adaptação foi pensada primeiro como um spin-off da Patrulha do Destino, chegando até mesmo a aparecer na série live-action dos super-heróis.

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Com a ida do projeto para a Netflix, no entanto, a série voltou a ser incorporada ao universo de Sandman e, já no seu trailer, anunciou que teria uma ligação muito significativa com a produção original: a presença da atriz Kirby Howell-Baptiste, que daria vida novamente à Morte. E, embora curiosa, essa relação logo se provou ser a única entre os dois shows, já que ambas as histórias passeiam por caminhos muito diferentes.

Mesmo sendo um ótimo marketing apresentar Garotos Detetives Mortos como um spin-off de Sandman, a verdade é que o seriado possui uma história completamente independente de sua série original. E, mais do que isso, é direcionada a outro tipo de público, em busca de uma produção com elementos sombrios, mas com vibe jovem e divertida.

Um caso por vez

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Iniciada em Londres, mas ambientada quase toda nos EUA, Garotos Detetives Mortos segue os passos de Edwin Paine e Charles Rowland, dois fantasmas que têm uma agência de investigação paranormal.

Falecidos muito jovens, eles se conheceram após Edwin fugir do inferno e Charles decidir ficar na Terra. Um encontro que os tornou amigos e fez com que eles passassem a resolver mistérios e ameaças que circundavam outros fantasmas.

Ao lado de Crystal, uma jovem médium que eles conhecem logo no começo da série e chama atenção de Charles, e Niko, uma adolescente japonesa que vai morar nos EUA após a morte do pai, eles passam a resolver vários casos misteriosos na cidade de Port Townsend, Washington.

Seguindo o estilo procedural de "caso da semana", ou melhor dizendo de “caso por episódio”, a produção apresenta todas as curiosidades desse mundo sombrio com muito bom humor e uma estética claramente emprestada dos quadrinhos.

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Além do visual gótico e de alguns poucos desenhos que parecem nos quadros (como os efeitos brilhantes que circundam Niko), os episódios têm inserções que apresentam os personagens, iniciam ou encerram os casos e até subdividem a história em blocos. Uma estrutura que torna a narrativa mais compreensível, mesmo com todas as reviravoltas de seu desenvolvimento.

Paralelo a essas investigações isoladas, há, é claro, uma trama principal que corre como pano de fundo da série e mostra uma ameaça que se fortalece ao longo da primeira temporada, ganhando força nos capítulos finais. Nada muito diferente do que já vimos em outros programas de TV, mas que como sempre funciona muito bem quando há diversos personagens e mitologias a serem apresentados.

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O mergulho em um mundo sombrio

A mitologia e os simbolismos de Garotos Detetives Mortos são, inclusive, um dos pontos altos do show. De monstros do mar a morsas transformadas em humanos, passando por duendes de dentes-de-leão e Gato Rei, curiosas figuras é o que não faltam na série. Isso, sem falar dos personagens que já fazem parte do imaginário popular e que vão de bruxas a demônios, passando por zumbis e divindades.

Todo esse mundo sobrenatural é explicado para o telespectador através das interações entre os meninos e as suas novas “assistentes”, que assim como o público estão tendo contato com essas criaturas pela primeira vez. Uma dinâmica que torna as explicações ainda mais fluidas e faz com que diversas subtramas do show sejam facilmente compreendidas.

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O tempo de cada episódio, inclusive, que possuem quase 1h de duração cada, é muito benéfico para a série, já que o público consegue se envolver com os personagens e acompanhar sem pressa a narrativa.

Tudo é explicado sem tropeços e alguns momentos bastante dramáticos, como os vividos no episódio O caso da longa escadaria do inferno, trazem uma boa dose de complexidade ao show. Algo muito bem-vindo em uma produção como essa que, por mais bem-humorada que seja, fala sobre um dos maiores mistérios e medos humanos: a vida após a morte.

Inteligente e com uma longa lista de personagens cativantes, Garotos Detetives Mortos é uma adição e tanto ao catálogo da Netflix. Embora o show tenha um desfecho satisfatório e ao menos os problemas dessa primeira temporada sejam resolvidos, há algumas pontas soltas óbvias deixadas para uma continuação. Uma segunda temporada que, diga-se de passagem, seria muito bem-vinda para o público.

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Os oito episódios de Garotos Detetives Mortos já estão disponíveis na Netflix.