Apple Vision Pro passa por testes de interação com o VisionOS, bateria e mais
Por Vinícius Moschen • Editado por Wallace Moté |
Os primeiros conteúdos de análise do Apple Vision Pro foram publicados nesta semana, revelando o que os compradores do produto podem realmente esperar quando pegarem o headset em mãos. Os pontos que mais geraram questionamentos incluem a duração de bateria e formas de interação com o sistema operacional VisionOS, entre outros.
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Controles com os olhos: prós e contras
Uma das maiores inovações do Apple Vision Pro é a forma como o headset é controlado, já que ele dispensa a necessidade de controles físicos. Toda a operação do sistema VisionOS pode ser feita apenas com o olhar e as mãos.
Para isso, o produto conta com uma série de sensores que identificam com precisão onde está o olhar de quem usa o vestível. Portanto, basta visualizar o botão virtual ou elemento mostrado no display, e então fazer um gesto de pinça para selecioná-lo.
A solução foi classificada como futurista, e os testes mostraram que ela pode funcionar de forma eficiente e rápida.
Contudo, a necessidade de ficar constantemente olhando para os botões que serão selecionados foi demonstrada como um certo incômodo, que exige algum tempo de adaptação. Afinal, não é comum ficar olhando fixamente para os periféricos tradicionais (como mouse e teclado) enquanto eles estão em uso.
De qualquer forma, o Apple Vision Pro também permite o uso de acessórios como o Magic Trackpad ou o Magic Keyboard, e muitas vezes eles podem ser soluções mais viáveis em um ambiente de produtividade para escrever textos ou selecionar
Personas em construção
“É muito impressionante e muito ruim, ao mesmo tempo”. Essa foi a definição fornecida pelo YouTuber Marques Brownlee ao utilizar pela primeira vez as chamadas de FaceTime com o novo recurso de Personas, em que é possível criar um avatar personalizado e se comunicar com os avatares de outras pessoas com o Vision Pro.
O processo de criação de um avatar é relativamente simples, em que basta movimentar a cabeça em diferentes direções e fazer expressões faciais como sorrisos com a boca aberta e fechada, por exemplo.
Contudo, os resultados podem ser mistos. Em alguns casos as “Personas” ficaram com aparência realista, mas a qualidade da experiência ainda pode variar significativamente.
A Apple reiterou que o novo recurso ainda está em fase Beta, e por isso pode passar por diversos ajustes ao longo dos próximos meses, ou mesmo em futuras gerações do Vision Pro.
Bateria foi ligeiramente melhor que o esperado
Quando o Apple Vision Pro foi apresentado pela primeira vez no ano passado, sua duração de bateria apareceu entre os pontos mais criticados por entusiastas. Afinal, a autonomia estimada de duas horas foi considerada insuficiente para uma série de tarefas, como a exibição de filmes e afins.
No início deste ano, a Apple revisou a previsão de duração para 2,5 horas, um certo alívio caso seja necessário realizar funções por mais tempo e sem a alimentação da tomada. Na prática, testes realizados com o criador de conteúdo Brian Tong mostraram resultados ainda melhores:
- 2 horas e 26 minutos de uso variado
- 3 horas e 9 minutos mostrando um vídeo 3D
- 1 hora e 30 minutos para uma recarga completa, e 37% atingidos na primeira meia hora
A própria capacidade de bateria do Vision Pro foi um tópico colocado em questão nos últimos dias, já que a medida de 3.166 mAh do módulo “esconde” a real capacidade do módulo.
Afinal, neste caso também é necessário levar em consideração a voltagem de saída, assim como a energia usada de acordo com o tempo em medida de watts-hora (WHr).
O Apple Vision Pro tem uma bateria de 35,9 WHr, que representa mais do dobro em relação aos 17,10 WHr do iPhone 15 Pro, por exemplo. Portanto, se a base de cálculo fosse a mesma do smartphone da Apple, a medida correta da bateria do headset ficaria mais próxima de 9.000 mAh.
Peso pode ser problema
Outro aspecto que gerou preocupação entre os fãs da Apple é o peso do Vision Pro, que fica em cerca de 600 gramas. Além de ser considerado pesado, o produto ainda tem grande parte de seus componentes na parte da frente, gerando um certo desequilíbrio na hora de usar o headset.
De fato, os primeiros testes mostraram que a estrutura do Apple Vision Pro pode ficar desconfortável em alguns casos, ainda que isso seja uma sensação que varia de acordo com quem usa o produto. Rumores já mostraram que a próxima geração do vestível pode ser menor e mais leve, mesmo que seja muito cedo para confirmar qualquer informação nesse sentido.
O Apple Vision Pro teve as suas vendas iniciadas há alguns dias nos Estados Unidos, com um preço inicial de US$ 3.499 — cerca de R$ 17.309 em conversão direta. Ainda não há previsão concreta em relação a quando o produto chegará a mais países.