5G pode movimentar mais de R$ 101 bilhões no Brasil até 2032
Por Felipe Demartini • Editado por Claudio Yuge |

A implantação do 5G no Brasil tem o potencial para gerar, pelo menos, R$ 101 bilhões na economia brasileira durante seus primeiros 10 anos de existência. A previsão é de um estudo apresentado em abril pelo Ministério da Economia, citando a demanda por serviços com a nova tecnologia que devem beneficiar empresas ou startups nacionais ou instaladas no país.
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No total, a previsão é que, na primeira década de implantação do 5G por aqui, o potencial de movimentação seja de até R$ 590 bilhões, quando se leva em conta todos os aspectos da sociedade. O valor equivale, por exemplo, à redução de custos com conectividade e o aumento na produtividade, oriundos da maior disponibilidade e velocidade das redes de nova geração. Setores como logística, processamento de dados, realidade aumentada e inteligência artificial são citados como bastiões destes números pelo governo.
O estudo realizado pela Deloitte para o Ministério da Economia também inclui 96 recomendações de políticas públicas que devem ser tomadas, em oito áreas, para garantir tal crescimento. O levantamento também traz alguns desafios que devem ser enfrentados pelo Brasil para alavancar o potencial de geração de receita, empregos e produtividade do 5G.
De um lado, por exemplo, está a concessão de incentivos e até isenções fiscais para a compra e instalação de equipamentos para a tecnologia, tanto para empresas locais quanto internacionais. A criação de zonas econômicas especiais focadas em testes e na implementação da tecnologia também é citada, enquanto esse mesmo aspecto também aparece entre as dificuldades.
A Deloitte aponta como problemas a falta de mão de obra especializada e a fuga de cérebros para outros países, bem como a falta de ambientes de experimentação com a rede e emulação de seus benefícios antes da implementação. A demora na realização de leilões também jogou a instalação mais para a frente, ampliando o prazo necessário para o retorno econômico deste desenvolvimento.
“Saímos atrás dos países desenvolvidos, mas observamos que temos boas perspectivas de avançar rápido o 5G, sobretudo no desenvolvimento de software e aplicações”, aponta Maria Ogawa, sócia-diretora e chefe para a Área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte Brasil. Já para o Ministério da Economia, a visão é que a tecnologia sirva de alavanca para aumento na produtividade, competitividade e geração de receita para diferentes setores.
Quando o 5G deve chegar ao Brasil?
Apesar de grandes cidades como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) já têm o espectro de rede para suportar o funcionamento do 5G, a expectativa da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) é a liberação até o fim de julho. O prazo vale apenas para as capitais.
De acordo com o calendário oficial da agência, a expectativa é chegar a todas as cidades com mais de 500 mil habitantes até julho de 2025. Aquelas com mais de 200 mil devem receber a tecnologia em 2026, enquanto as que tem mais de 100 mil receberão em 2027. Os municípios com mais de 30 mil moradores terão 2028 como prazo final.
Fonte: Agência Brasil