Currículo como dancinha? Startup brasileira quer ser o TikTok das contratações
Por Márcio Padrão | Editado por Claudio Yuge | 20 de Julho de 2021 às 22h20
Imagina você ter que fazer uma dancinha, uma pegadinha ou uma piada rápida para apresentar suas qualidades para uma vaga de emprego. Se você achou estranho, prepare-se porque isso pode pegar. O TikTok lançou neste mês o Resumes, um programa para incentivar o público a usar a plataforma para se apresentar profissionalmente. Mas uma startup brasileira já estava de olho nesse nicho.
- Monetização de Kwai e TikTok é pouco transparente e pode "enganar" usuário
- Qual a diferença entre TikTok e TikTok Lite? Veja o comparativo
- TikTok ou Kwai: quais as diferenças para criadores
O Skill22 é uma proposta de aplicativo em que candidatos podem gravar vídeos curtos de até 22 segundos para mostrar suas aptidões e participar de processos seletivos em empresas. Foi idealizado por Andre Dorneles e Carolina Moraes, sócios da consultoria de projetos digitais Younner, de Porto Alegre.
O interessante é que a tarefa de se tornar "tiktoker corporativo" não fica restrita aos candidatos. Os recrutadores também gravação seus vídeos curtos para explicar o propósito da empresa, o ambiente de trabalho e mais detalhes sobre a seleção ou a vaga aberta. Esse conteúdo ficará no perfil da companhia contratante.
Nos vídeos, os candidatos poderão buscar vagas no seu perfil ou cidade pelo app e serão solicitados a responder a dúvidas comuns no recrutamento, como "O que gosta de fazer em seu tempo livre?" ou "Como você se imagina daqui a dez anos?". Além do TikTok e do LinkedIn, outra inspiração é o Tinder, já que será possível fazer "matches" entre candidato e empresa. No momento a Younner busca empresas e pessoas para testar a plataforma.
“O LinkedIn, por exemplo, é uma plataforma muito quadrada para os jovens. Percebemos que, para encontrar novos talentos, é preciso seguir outros caminhos”, diz Carolina Moraes ao site Forbes.
O nome do Skill22 teve inspiração no clássico livro Ardil 22 (Catch-22), de Joseph Heller. O nome do livro virou apelido de paradoxo, já que na trama soldados querem sair da guerra alegando estarem loucos, mas como o pedido faz sentido no contexto da guerra, tal insanidade não se comprovaria. Em recursos humanos, esse termo designa o paradoxo do jovem inexperiente, que não consegue um bom trabalho justamente porque seu currículo está vazio.
Fonte: Forbes