Qualcomm obtém licença para vender chips à Huawei, mas há limitações
Por Diego Sousa | 16 de Novembro de 2020 às 15h30
A Qualcomm confirmou no último dia 14 que conseguiu autorização do governo dos Estados Unidos para fornecer chips à Huawei. A fabricante, no entanto, está limitada a vender apenas soluções 4G à companhia chinesa, reforçando possíveis restrições impostas pela administração Trump que atingiria os negócios 5G da empresa. As informações são da agência de notícia Reuters.
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Embora ainda não haja informações sobre quais produtos seriam equipados com os processadores da Qualcomm, uma porta-voz da norte-americana afirmou que são relacionados a dispositivos móveis, ou seja, celulares e relógios inteligentes. Outros pedidos de licença da Qualcomm ainda são analisados pelo governo Trump, provavelmente em relação à venda de chips 5G.
Em um primeiro momento, a dúvida que fica é o quão interessada a Huawei estaria em adquirir chips 4G da concorrente para equipar futuros produtos, uma vez que a maioria das pessoas na China já começou a migrar para a nova geração da rede móvel. Somente o país chinês, por exemplo, concentra mais de 70% do mercado global de celulares 5G, sendo a própria Huawei um dos principais nomes desse cenário.
Possibilidades
Ao que tudo indica, as soluções da Qualcomm poderiam ser usadas por smartphones intermediários e básicos da Huawei em regiões que ainda não adotaram o 5G de forma geral, como alguns países da África, Europa e América Latina. Os modelos topos de linha, por outro lado, devem continuar utilizando os chips da HiSilicon Kirin enquanto os estoques durarem.
Rumores anteriores sugeriram que a Huawei poderia utilizar os processadores 5G da MediaTek em seus próximos celulares intermediários e premium. No entanto, vale ressaltar que os estudos do governo Trump sobre a liberação do fornecimento de chips ainda mantêm as restrições aos negócios 5G da chinesa, embora não esteja claro se isso poderia afetar a divisão mobile.
Além de Qualcomm e MediaTek, a Intel também afirmou ter conseguido autorização para negociar com a Huawei.
Fonte: Reuters