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Conheça as marcas de celular mais relevantes de 2021

Por| Editado por Wallace Moté | 11 de Dezembro de 2021 às 10h00

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Danilo Berti/Canaltech
Danilo Berti/Canaltech

2021 foi mais um ano intenso no mercado de celulares. Entre o lançamento de centenas de modelos, a sequência da pandemia de covid-19 e o aumento da crise dos semicondutores, as marcas precisaram trabalhar bastante para permanecerem relevantes durante este período, e sobreviverem a uma concorrência feroz — algumas o fizeram de forma mais eficiente do que outras.

Por isso, o Canaltech mostra como foi este ano em relação ao panorama de vendas de celulares: teve mudança de posição entre as que mais vendem, grande participação das companhias chinesas e até mesmo marca que desistiu de comercializar smartphones por completo!

O bom início da Apple

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De acordo com relatórios divulgados pelas principais agências de análise de mercado, a Apple teve um início de ano estável na segunda posição, em um panorama que antecedeu um relevante crescimento da Xiaomi. Com isso, a companhia de Cupertino começou o ano com uma fatia de mercado que girava em torno dos 21%, com alguma tração ainda gerada pelo lançamento da linha iPhone 12, no final do segundo semestre do ano anterior.

Porém, a Maçã possui um volume de vendas bem mais sazonal do que as concorrentes, especialmente pelo fato de que a companhia costuma lançar celulares apenas uma vez ao ano (com exceção de modelos secundários, como o iPhone SE). Com isso, a participação da Apple no final do primeiro trimestre de 2021 já tinha caído para 17%, índice que se manteve relativamente estável ao longo do ano — a marca ficou sempre entre 14 e 17%, dependendo do relatório e do período.

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O lugar que a Apple deixou ao longo do ano foi ocupado basicamente pela Samsung e pela Xiaomi. Porém, o crescimento das duas companhias também traz um certo nível de irregularidade, já que a sul-coreana teve seus melhores índices no primeiro e terceiro trimestres do ano, enquanto a chinesa cresceu no segundo e decaiu de forma significativa posteriormente.

A Oppo e a Vivo Mobile são as companhias que apresentaram maiores níveis de regularidade ao longo de 2021, já que permaneceram sempre dentro da mesma faixa dos 10% cada, com uma variação máxima de apenas dois pontos percentuais para mais ou para menos.

LG fora da briga

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No dia 31 de maio de 2021 a LG fechou de forma oficial a sua divisão de smartphones, em um movimento que foi anunciado pela empresa meses antes. Mesmo que nunca tenha chegado a ser uma das marcas que mais vendem celulares, o fato foi bastante repercutido por analistas que estudam o mercado.

A companhia já estaria apresentando prejuízos há alguns anos, e até tentou vender as suas operações de celulares para um grupo vietnamita, mas o negócio não vingou. Com isso, as fábricas que antes montavam smartphones passaram a fabricar eletrodomésticos, área em que a marca costuma apresentar maior relevância.

Inclusive, o fato foi até motivo de piada em um vídeo publicado pelo Google em outubro:

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Como a LG não costumava chegar ao top 5 de marcas de celulares mais populares no planeta, não foram divulgados muitos dados exatos em relação ao impacto que a saída dela causou. Porém, números registrados na Coreia do Sul (seu país sede, e principal foco de vendas) mostram como o espaço foi ocupado nos meses seguintes.

A pesquisa da agência Counterpoint Research mostra que a LG mantinha cerca de 14% da fatia de mercado no país, durante o terceiro trimestre de 2020. Esse valor despencou para 2% em apenas um ano.

A lacuna foi preenchida pela Samsung, que ainda pegou uma parte do mercado da Apple e alcançou impressionantes 85% dos celulares vendidos na Coreia do Sul, um aumento relevante em relação aos 72% registrados no mesmo período de 2020. Enquanto isso, a Maçã até teve um aumento no segundo trimestre deste ano e chegou a 17%, mas acabou perdendo espaço novamente e ficou com 12% no último relatório publicado.

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Xiaomi e a crise dos chips

Outra companhia que teve dificuldades específicas ao longo do ano foi a Xiaomi. A marca estava batendo recordes na produção de celulares até o segundo trimestre de 2021 com um pico de 52,5 milhões de smartphones montados. Nesse momento, a marca chegou a ultrapassar a Apple e alcançar a segunda colocação geral, fato inédito para a empresa chinesa. Porém, depois deste período, um grande problema foi aprofundado: a crise dos chips.

Claro, a escassez de componentes não foi uma situação que afetou somente a Xiaomi, longe disso. Ao longo dos últimos meses, fábricas de vários tipos de produtos viram suas produções caírem de forma significativa — itens como eletrodomésticos, automóveis, placas de vídeo e dispositivos tecnológicos em geral ficaram mais caros por conta da oferta menos abundante.

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Apesar de não ser uma causadora isolada da escassez dos chips, a pandemia de covid-19 serve como uma catalisadora para uma série de situações que dificultaram a disponibilização de celulares. Smartphones são produtos complexos, que costumam carregar componentes vindos de uma grande diversidade de fábricas, muitas vezes vindos de companhias diferentes, e construídos em países distintos.

Em uma conjuntura de dificuldades logísticas causadas pelas restrições de viagens, tornou-se mais difícil construir uma rede que forneça todas as peças necessárias ao mesmo tempo — e, claro, não tem como vender um celular com componentes faltando.

No caso específico da Xiaomi, a marca precisou diminuir (ou até paralisar temporariamente) o funcionamento de várias fábricas, reduzindo a produção de alguns dos seus smartphones mais populares, como o Redmi Note 10. Com isso, a quantidade de celulares fabricados despencou dos 52,5 milhões para 44,4 milhões a cada trimestre, um decréscimo de 15% em um período considerado curto. Isso fez a marca chinesa perder rapidamente o segundo lugar para a Apple.

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Tendência de retomada

A mesma crise dos chips ainda provoca reduções no número geral de smartphones produzidos por todas as marcas, mesmo que a tendência seja de crescimento devido ao avanço da vacinação e consequente diminuição no número de restrições em países que alcançam maiores taxas de imunização. De acordo com o portal Statista, especializado em análise de dados, o total de celulares vendidos no planeta deve chegar a 1,53 bilhão em 2021.

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Este número é mais alto do que os registrados em 2020, quando cerca de 1,28 bilhão de smartphones foram comercializados no mundo todo. Por outro lado, os patamares ainda são similares aos registrados em 2019 — e menores do que em 2018, ano que teve o maior registro histórico na venda de aparelhos.

América Latina com domínio de Samsung e Motorola

O domínio da Samsung se estende para o mercado da América Latina, onde a companhia sul-coreana atingiu 36% dos celulares vendidos no continente. Por aqui, a Motorola apresenta seus melhores resultados proporcionais, com até 23% da fatia de mercado — ambos esses números ficaram estáveis nos últimos períodos analisados pela Counterpoint Research.

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Mesmo com a crise dos chips, a Xiaomi permanece consolidada na terceira colocação do continente, com 10% de participação e uma margem tranquila em comparação com a ZTE, companhia que tem 5% das vendas, mas não possui grandes operações no Brasil no mercado de bens de consumo.

Porém, é a partir da quinta colocação que algumas mudanças de posição aconteceram ao longo de 2021. No terceiro trimestre, a Oppo ultrapassou a Apple ao chegar aos 4% de participação — no período anterior, a Maçã também registrou a mesma porcentagem, mostrando que a disputa permaneceu bastante acirrada e decidida pelos décimos.

No Brasil, os dados são bem mais favoráveis à companhia de Cupertino, com 14,31% da fatia de mercado em novembro de 2021, de acordo com o portal StatCounter. Porém, como a marca ainda vende apenas celulares mais caros, ela ainda fica atrás de outras empresas que são mais populares por oferecer modelos mais acessíveis.

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É o caso da Samsung, que tem um domínio total com 43,56% das vendas de smartphones, enquanto a Motorola fica com 21,45%, números semelhantes aos registrados nos relatórios relacionados ao continente todo. A Xiaomi fica na quarta posição com 11,38%, e na sequência vem a LG, com 6,27%.

Perspectivas para 2022

Praticamente todos os relatórios disponíveis até o momento são relacionados ao terceiro trimestre do ano. Por isso, a Apple fica um pouco para trás, já que os dados se referem a momentos antes do início das vendas dos novos iPhones, que serão computadas apenas nos relatórios seguintes.

Por isso, é possível esperar uma retomada da marca da Maçã, em um possível panorama que pode levá-la a lugares mais altos, especialmente em locais onde ela tem disputas mais próximas, como na própria América do Sul.

Quanto às outras companhias, é difícil fazer previsões mais concretas, já que o ritmo da produção de celulares ainda é bastante dependente dos rumos da pandemia de covid-19. Caso os índices de vacinação aumentem e as restrições sejam diminuídas, é possível ver uma retomada bastante considerável das companhias chinesas, por exemplo — vale lembrar que a Xiaomi vinha em um crescimento de ritmo impressionante, antes de ser afetada duramente pela crise dos chips.

Fonte: Counterpoint Research (1,2,3,4), IDC, Canalys (1,2,3,4), Statista, StatCounter